Aracaju reduz em 35% índice de infestação do Aedes aegypti e zera número de bairros em alto risco

Agência Aracaju de Notícias
20/09/2022 10h49

Aracaju reduziu os índices de infestação do Aedes aegypti e conseguiu zerar o número de bairros que se encontravam em alto risco para o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. A informação consta no mais recente Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti, o LIRAa, divulgado, na manhã desta terça-feira, 20, em coletiva de imprensa, pelo prefeito Edvaldo Nogueira e pela secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza. O índice de infestação geral da capital sergipana está em 1,5%, número 35% menor do que o valor calculado no levantamento anterior, realizado no último mês de julho. 

“São dados muito importantes, que mostram a força do trabalho cotidiano da Prefeitura de Aracaju, das equipes lideradas pela Secretaria Municipal da Saúde, com a parceria de outros órgãos municipais, e com o apoio e empenho da população. De julho para setembro, tivemos uma queda significativa dos índices de proliferação do vírus. Tínhamos três bairros com alto risco e agora não temos mais nenhum. Nossa meta é seguir trabalhando para que o índice do LIRAa continue caindo e alcance o baixo risco”, afirmou o prefeito.

No LIRAa de julho, três bairros foram incluídos no grupo de alto risco de infestação - Palestina, Porto Dantas e Santos Dumont, com o índice em 4%. Agora em setembro, após ação da Secretaria Municipal da Saúde e dos órgãos parceiros (como a Empresa Municipal de Serviços Urbanos e a Secretaria do Meio Ambiente), estas localidades mudaram de condição e estão agora na classificação de médio risco - Palestina reduziu para 1,7%, Porto Dantas para 3,7% e Santos Dumont para 2,2%. 

Atualmente, 25 bairros estão com médio risco e 18 com baixo risco. Na avaliação bairro a bairro, 13 bairros tiveram aumento no valor do índice de infestação predial em setembro, isto equivale a 30,2% comparado ao LIRAa de julho. Outros 9,3% mantiveram o mesmo índice (4 bairros). Já 26 bairros apresentaram redução - uma queda de 60,4%.

No LIRAa de março, Aracaju estava com 2,2% de índice de infestação. Este número subiu para 2,3% em maio e se manteve em julho. Agora, em setembro - entre os dias 1º e 6, quando o levantamento foi realizado -, houve uma queda de 35%, com o índice chegando a 1,5%.

A padronização do Ministério da Saúde considera o índice de infestação de baixo risco quando ele vai até 0,9%. Já o médio risco é quando está inserido entre 1% e 3,9%. Se enquadram na classificação na classificação de alto risco quando supera o 4%.

Ações de combate

Em Aracaju, o criadouro mais importante continua sendo os depósitos de água ao nível do solo, como lavanderias e tonéis, tendo o percentual de 53,2% dos locais encontrados com foco no LIRAa deste mês, o que representou um aumento de 26,1% em relação a julho. 

Já os depósitos domiciliares (vasos e pratos de plantas, ralos, lajes, sanitários em desuso, etc) aparecem na segunda colocação de foco da dengue, com 34,8%, uma diminuição de 16,7% frente ao índice apresentado em julho.

Ao longo do ano, a Secretaria da Saúde em parceria com outros órgãos municipais realizou uma série de ações, sendo as visitas domiciliares a principal delas. Mais de 505 mil imóveis foram alvo da ação da gestão municipal. 

Também foram realizados 12 mutirões nos bairros, além da coleta de pneus (36.489 pneus retirados das ruas), a aplicação de fumacê costal em 107 localidades, alcançando um total de 159.754 imóveis.

Equipes da Prefeitura de Aracaju também realizaram inspeções em 5,5 mil pontos estratégicos, como borracharias, desmanches, cemitérios e ferros velhos, além de terem aplicado inseticida com poder residual em 268 pontos neste ano. 

“A redução dos números do LIRAA está diretamente ligada ao trabalho dos mutirões nos bairros, do recolhimento de pneus, do fumacê, tudo isso ajuda muito. Em dois meses - julho e agosto -, foram 10 mil pneus recolhidos, 82 mil domicílios visitados, 2.800 terrenos baldios inspecionados e quase 10 mil comércios visitados. Então o meu apelo é para que a população continue nos ajudando. O Aedes Aegypti só quer um vacilo da gente, então todo mundo precisa ajudar”, ressaltou Edvaldo.

Da mesma forma, a secretária da Saúde, Waneska Barboza, afirmou que os maiores focos do mosquito continuam sendo dentro das residências. “Nosso trabalho diário, sobretudo dos nossos agentes de endemias, é a conscientização da população, pois a proliferação do mosquito é um problema de todos nós. Então, cada um precisa fazer a sua parte, no controle da doença”, disse.

Casos

Em 2022, até o momento, 3.772 casos de dengue foram notificados em Aracaju - destes, 1.948 foram confirmados e uma pessoa faleceu em decorrência da doença. Quanto a Chikungunya, 1.254 casos foram notificados, sendo 611 confirmados. Em relação à Zika, 67 casos foram notificados - destes, 23 foram confirmados. Em comparação ao ano passado, os casos de dengue tiveram um crescimento de 1.593% e de Chikungunya 38,5%. No caso da Zika, houve redução de 31%.