Educação de Aracaju amplia oportunidade a pessoas com deficiência visual através de Centro de Apoio

Educação
21/09/2022 15h17

Nesta quarta-feira, 21, Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, a Secretaria Municipal da Educação de Aracaju (Semed) celebra as diversas ações que tem realizado para o público da Educação Especial. Uma dessas iniciativas é o trabalho do Centro de Apoio Pedagógico (CAP) para pessoas com deficiências visuais que, atualmente, conta com 106 alunos matriculados, cujas idades vão dos 9 meses aos 80 anos.

Atendendo pessoas cegas ou com baixa visão de todo o estado, o CAP oferece aulas do sistema de leitura Braile, estimulação precoce, Informática, Soroban, música e orientação à mobilidade - uso da bengala. Segundo a diretora do Centro de Apoio, Joanna D'Arc Meireles, os atendimentos são individualizados. Crianças e jovens, principalmente, podem contar com a participação da mãe, pai ou responsável. 

"Além do serviço educacional com os alunos, pais, mães ou responsáveis são instruídos quanto às habilidades necessárias para lidar com o desenvolvimento de quem ele acompanha ou convive. Temos um projeto  interessante aqui, que é o Tecendo Inclusão. Nele, quem acompanha o aluno aprende bordado e vai trabalhando isso em papel, enquanto as aulas acontecem. Posteriormente, esse material é utilizado em trabalhos pedagógicos. Portanto, temos muito o que celebrar. Tive aluna aqui que hoje é terapeuta e trabalha na Universidade Federal, aluno que é advogado e que hoje leciona aqui. Essa é uma instituição que muda vidas", enfatiza Joanna. 

Ensino e dedicação

Entre a equipe de docentes do local, está a professora Josivilma Santana, que possui baixa visão e é especialista em Educação Especial. Para ela, ensinar no CAP representa uma realização pessoal.

"Meu trabalho tem o objetivo de fazer com que o aluno torne-se o mais autônomo possível. Esse lugar oferta as possibilidades que não tive na infância. Tenho 15 alunos, e trabalhar com isso é um sonho realizado porque posso contribuir com eles em uma experiência que não tive", afirma Josivilma. 

Já a professora Clotilde Vasconcelos leciona Informática e está no CAP há 17 anos. 

"Trabalho ensinando a utilização de programas específicos de acessibilidade no celular ou computador. É gratificante ver que cada aluno está começando a aprender, a se desenvolver, que estamos contribuindo para a inclusão do estudante no ensino regular e perceber a satisfação dos pais nisso", explana Clotilde. 

Superação

Mãe do Pedro Davi Messias, que tem baixa visão, Juliana Messias acompanha o filho durante as aulas, enquanto tece o bordado no papel. De acordo com ela, em cerca de um ano frequentando o CAP, é uma grande felicidade ver o desenvolvimento do filho. 

"Ele tem evoluído bastante. Eu também aprendo aqui, com as professoras, e posso conduzí-lo em casa. Ele está muito feliz. Na escola, o desempenho dele também melhorou. Ele chega lá todo 'se achando', dizendo que faz aula no computador", relata Juliana. 

Camile Nunes, de 17 anos, é aluna do Centro de Apoio desde 2012, mesmo ano em que perdeu a visão. 
"Ter o CAP é maravilhoso. Sou muito bem acolhida, os professores são excelentes e todos têm me ajudado muito. Sou uma estudante bastante dedicada e um dia pretendo ser juíza. Quero dizer a quem possui algum tipo de deficiência, que é possível,  sim, conviver com isso. Não desista", expressa a jovem.