Gestão trabalha qualidade de vida atuando de dentro para fora com capacitação do servidor

Matérias
23/10/2018 10h00

O exercício é, teoricamente, simples. Ao arrumar uma casa, normalmente, o trabalho começa na parte interna. Não diferente, assim também deve funcionar a gestão pública, onde a melhoria deve ter início internamente para poder potencializar as ações externas e mais significativas. Aracaju é uma capital de médio porte, uma casa com 648.939 moradores. Assim, capacitar cada vez mais os 10.730 servidores ativos é uma tarefa que visa, sobretudo, garantir a qualidade dos serviços prestados, afinal, com bem-estar e profissionais mais preparados, o trabalho de desenvolvimento das ações tende a ser mais eficaz e, consequentemente, a população é quem recebe os benefícios. É dessa forma que a Prefeitura de Aracaju tem atuado de dentro para fora, enxergando os servidores não como meros cumpridores de ordem, mas como entes coparticipativos no avanço da cidade.

"Tem uma regra no tipo de metodologia que eu trabalho, que a do Planejamento Participativo, de que ‘planeja quem executa', e o grande erro de algumas gestões é achar que os gabinetes planejam e os servidores cumprem. A visão do prefeito Edvaldo Nogueira sempre foi a inversa dessa. Edvaldo, embora tenha sido eleito com um plano de governo claro e, obviamente, referendado nas urnas, sempre fez questão de que os servidores, que são elementos ativos do processo de execução, fossem parte da definição de estratégia, fossem parte da definição de projetos e, quando isso acontece, aí sim você percebe que o planejamento estratégico chega em todos os lugares, todas as atividades, sejam elas atividades meio ou atividades finalísticas da Prefeitura. A própria condição das políticas públicas se dá de forma diferenciada, na medida em que o servidor sabe o que o prefeito pretende, porque são parte do processo de definição dessas ações".

A fala do coordenador geral do Planejamento Estratégico da Prefeitura de Aracaju, Júlio Filgueira, ressalta o que vem sendo realizado desde os primeiros dias da atual gestão. Através da participação na elaboração do próprio Planejamento Estratégico até capacitações, entre cursos, palestras e oficinas dentro da área de cada servidor, a administração pública da capital se desenvolve com o pensamento da arrumação interna como base para a melhoria dos serviços. "O processo de planejamento estratégico só se completa quando a gestão consegue assegurar o envolvimento e o engajamento do conjunto de servidores. Isso se dá investindo na capacitação e no aperfeiçoamento e envolvimento dos servidores num processo participativo de definição dos objetivos. Quando há efetiva participação dos servidores, a gestão consegue se fortalecer. Só para se ter uma ideia, somente no âmbito do Planejamento Estratégico, já foram desenvolvidas mais de 100 horas de oficinas, seminários e atividades de formação. Isso, com toda a certeza, já vem sendo refletido na população que, a cada dia, pode contar com o atendimento de servidores mais capazes de realizar um trabalho melhor", destacou Júlio.

Esgap

Dentro da perspectiva da capacitação, é na Escola de Governo e Administração Pública (Esgap) que a gestão centraliza as orientações e muitas das atividades que visam potencializar o profissional que atua na administração pública. De 2017 para cá, foram ofertados 67 cursos e 13 palestra para aproximadamente dois mil servidores, isto somente dentro do espaço da Esgap.

Para o diretor da escola, Bosco Rollemberg, as atividades executadas são uma forma concreta onde se expressa a diretriz que o próprio prefeito orientou para toda a administração de que os servidores têm que ser valorizados, qualificados e capacitados. "É uma forma importante de investimento e de valorização dos servidores. Na Escola de Governo, além dos cursos e palestras, ofertamos um atendimento psicossocial. A nossa preocupação não só é só da melhoria da qualificação técnica, mas também do bem-estar psicossocial, afinal, não adianta capacitar um servidor e ele estar atolado com problemas de administração financeira ou em crise de depressão, dependência de álcool, drogas ou problemas de relacionamento com gestores, colegas porque ele não vai prestar um bom serviço para a população. Então, cuidar do bem-estar psicossocial foi também um dos desafios que a escola tem dado uma contribuição e tem obtido ótimos resultados", ressaltou Bosco.

As palestras e os cursos são presenciais com um trabalho apoiado em duas vertentes, onde uma é a contribuição voluntária e gratuita dos próprios servidores do município, profissionais da casa qualificados que têm compartilhado os seus conhecimentos com os colegas; e a outra são os cursos à distância, nos quais, através de uma parceria com a Universidade da Caixa do Poder Público e com a Universidade do Banco do Brasil, os servidores podem ter o aparato da internet e dos meios digitais para agregar ainda mais conhecimento para além dos cursos desenvolvidos pela Esgap. "O município possui uma escola que assume esse desafio de qualificar e atender as necessidades. É um investimento em recursos humanos e também em modernização da gestão, de cuidar do bem mais precioso que são os servidores. O nosso foco é estimulá-los a terem acesso a esses benefícios que a Escola de Governo oferece para todos os servidores", reforçou o diretor da Esgap.

Efeitos da capacitação

Figura cativa nos cursos ofertados pela Esgap, o analista ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Cleverton Costa Silva, sentiu sua visão de gestão pública se modificar por meio das capacitações que teve acesso. Atualmente, ele coordena a Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P), que é um programa de gestão ambiental no setor público do Ministério do Meio Ambiente. Entre os eixos desse programa, está a qualidade de vida dentro do ambiente de trabalho, que envolve as capacitações. "Por uma questão de estímulo ao servidor, a gente trabalha estrategicamente uma atividade de sensibilizações e capacitação. Essas capacitações são um reflexo da excelência do serviço e é também uma diretriz administrativa do nosso prefeito. Já participei de alguns cursos e oficinas e o que posso afirmar com toda a certeza é que com a capacitação é possível eliminar ou minimizar o sentimento do servidor de desestímulo, de estagnação. A gestão tem esse desafio de fazer com que o servidor não se acomode e tem dado certo. Sinto a mudança de pensamento e de vontade de atuar desde quando comecei a fazer esses cursos e percebo também por parte dos demais colegas. É um sinal de que a gestão se preocupa com o seu servidor", afirmou Cleverton.

A coordenadora de Proteção Social Básica da Assistência Social, Lara Cíntia Santos, participou de uma das capacitações que tratou sobre mediação de conflito. Segundo ela, o curso ajudou de forma significante na relação entre os coordenadores e dos demais profissionais que compõe o quadro de servidores dos centros da Assistência, o que reflete no tratamento dos usuários. "Essas capacitações resultam em coordenadores transformados em agentes multiplicadores no seu território de atuação junto às suas equipes e aos usuários. E é isso que as relações interpessoais demandam das pessoas de referência, daquelas pessoas que estão à frente do serviço, a capacidade de gerir, de mediar conflitos. Posso falar que, de maneira geral, os cursos, palestras e oficinas ofertadas pela gestão são prova da atenção que se tem com o servidor e, consequentemente, com o serviço que é prestado", frisou.