Aracaju é referência nacional em sistema cicloviário

Transporte e Trânsito
18/07/2006 11h19

A capital sergipana cresceu muito nos últimos cinco anos e o desenvolvimento é notável em todas as áreas. Um dos grandes destaques é a criação do Sistema Cicloviário de Aracaju, criado pela Prefeitura através da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), e que se tornou referência para o Brasil, sendo considerado o melhor Projeto Cicloviário do país e premiado no Salão Duas Rodas, em São Paulo. O reconhecimento desse trabalho foi uma promoção da Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP) e da Associação Brasileira dos Fabricantes, Distribuidores e Importadores de Peças e Acessórios (Abradibi). De acordo com o superintendente Bosco Mendonça, a administração municipal implantou uma nova estrutura no trânsito de Aracaju, criando um sistema seguro, completamente sinalizado e moderno para dar condições dos ciclistas se locomoverem da melhor forma possível pela cidade. “A administração que tem continuidade com o prefeito Edvaldo Nogueira foi a única que teve uma visão para garantir o deslocamento apropriado dos usuários de bicicleta. Antes tínhamos dois trechos de ciclovias, e uma delas era interrompida de 100 em 100 metros pelos trilhos do trem, fazendo com que o ciclista saísse da pista, indo de encontro com os carros”, declara Bosco, acrescentando que esse é um sistema novo em que os usuários estão se adaptando às condições de acesso seguro. “Nós vamos ser a cidade brasileira que proporcionalmente vai ter o maior sistema cicloviário do Brasil”, comenta. Segundo Bosco Mendonça, só a politicagem e a má fé de pessoas que não reconhecem a mudança e o empenho da Prefeitura de Aracaju, que está construindo uma cidade para todos, ousam criticar um trabalho tão importante como esse de implantação das ciclovias em capital. “A construção das ciclovias trouxe, para a vida dos cidadãos, mais segurança, tanto para os que utilizam as vias, quanto para os motoristas que antes viviam se debatendo no trânsito com um ciclista ou outro”, afirma o superintendente. Em 2001, Aracaju contava apenas com duas ciclovias na cidade - a da avenida Augusto Franco (antiga Rio de Janeiro) e a da avenida Beira Mar -, que foram construídas no final da década de 70 e início de 80. Hoje, os usuários de bicicleta já podem sair do extremo oeste de Aracaju pela ciclovia que começa nas proximidades do loteamento Liberdade, nos limites de Socorro, e seguir pela avenida Santa Gleide, prosseguindo pela avenida São Paulo e passando pela avenida Coelho e Campos até o mercado. Antes de chegar à Coelho e Campos, a ciclovia ainda faz uma bifurcação que dá acesso à pista da praça dos Expedicionários (antiga estação do trem) e se interliga à ciclovia da avenida Augusto Franco, que dá uma continuidade até a primeira etapa da ciclovia da avenida Tancredo Neves. Desse último ponto, a pista continua pelo Distrito Industrial de Aracaju (DIA). Até o final do mês de julho, os ciclistas poderão seguir pela ciclovia da avenida Heráclito Rollemberg, que está sendo construída, continuando o acesso pelo bairro São Conrado, entrando na avenida Bosco Machado no conjunto Orlando Dantas e chegando à avenida Gasoduto, que permite o acesso dos bicicletários às proximidades do bairro Santa Maria. “Nós vamos, no próximo mês de agosto, iniciar a construção da segunda etapa da ciclovia da avenida Tancredo Neves. A pista vai iniciar no Detran e se estender até o novo terminal de ônibus Leonel Brizola, permitindo a interligação com a avenida São Paulo através da avenida Tiradentes, e ai nós passamos de 23,7 Km de extensão de ciclovias para quase 35 km”, informa Mendonça. O superintendente ressalta ainda que o sistema cicloviário de Aracaju tem uma meta de 54 Km de ciclovias na extensão da capital. “Dentro do projeto, nós ainda vamos construir uma ciclovia no Porto Dantas, que vai passar pela avenida Euclides Figueiredo, seguindo pela avenida João Rodrigues, dando acesso ao mercado, e conseqüentemente, interligando com a ciclovia da Coelho e Campos”, adianta. Bosco ainda fala de uma outra ciclovia que sairá do bairro Santos Dumont pela avenida Visconde de Maracaju/Juscelino Kubitschek e irá até o Centro, onde será feita a ligação com a avenida Coelho e Campos. A cidade ainda conta com a ciclovia da nova avenida Desembargador Antônio Góis, conhecida também como Perimetral, na Coroa do Meio. Dois bicicletários também estão disponíveis nas proximidades do Terminal do DIA e ao lado do mercado Albano Franco. Satisfação para os usuários Todas as ciclovias implantadas pela Prefeitura de Aracaju estão sendo muito bem utilizadas pelos ciclistas. Recentemente inaugurada pelo prefeito Edvaldo Nogueira, no mês de junho, a ciclovia da avenida Coelho e Campos é um exemplo de como foi útil na vida daqueles que utilizam o transporte de duas rodas. A avenida é uma das vias mais movimentadas do Centro da cidade, onde o fluxo de veículos é intenso durante todo o dia e o trânsito das bicicletas acaba dificultando os acessos de passagem. Para Antônio José dos Santos, 26, a ciclovia da Coelho e Campos trouxe segurança, garantindo a sua chegada no trabalho e a volta para casa. “Sou servente de pedreiro e todos os dias saio do conjunto Marcos Freire com a minha bicicleta para chegar ao meu trabalho que fica no Siqueira Campos. Essa ciclovia era o que faltava para nós, que utilizamos esse meio de transporte”, afirma. Segundo o motorista José Gilberto Silva, usuário das ciclovias da avenida Augusto Franco (antiga Rio de Janeiro), avenida São Paulo e Coelho e Campos as ciclovias garantem a segurança do condutor de bicicleta. “Esse sistema de interligação que a população aracajuana ganhou com as ciclovias foi excelente para nós que utilizamos esse espaço público”, declara. “O preço do combustível a cada dia que passa sobe e a bicicleta é um meio de transporte econômico, e ao mesmo tempo que nós economizamos praticamos um exercício físico e ainda garantimos a nossa vida por estarmos utilizando um pista própria para ciclistas”, afirma José Gilberto. “Quando a gente utiliza a ciclovia, nós estamos garantindo a nossa vida. Antes era muito complicado e a cada dia que passa eu percebo que daqui a pouco Aracaju vai estar completamente ligada com pistas para ciclistas, e isso só beneficia a classe mais carente da população, que todos os dias sai de casa para o trabalho utilizando uma bicicleta sem se sentir em risco”, ressalta o morador do bairro Pereira Lobo, Umberto da Silva. De acordo com o morador do bairro Rosa Elze, o gesseiro Everaldo Gonçalves da Silva Filho, as ciclovias mudaram a rotina dos ciclistas. “Antes a gente andava pela rua, arriscando a vida, disputando o espaço com os carros. Agora tá todo mundo se adaptando e percebendo que os acessos para os ciclistas se multiplicaram, e dá para gente andar por toda cidade sem problemas”, comenta Everaldo.