Seminário traz debates sobre comunicação e cultura popular

Cultura
29/07/2015 20h25

Qual a importância da comunicação para a cultura popular? A questão foi tema de debates no primeiro dia do VII Seminário Nacional de Ações Integradas em Folclore que ocorreu nesta quarta-feira (29), no Centro Cultural de Aracaju (antiga alfândega). O evento segue até sexta-feira e conta com diversas palestras e oficinas.

Durante o encontro, estudiosos trouxeram a discussão, tópicos relacionados à folkcomunicação. O termo é utilizado no estudo dos processos comunicacionais das culturas populares. “Quem estuda esse tema não estuda o fato folclórico em si, mas o processo comunicador alimentador desse fato”, sintetiza o palestrante Severino Lucena.

Diego Dionísio, assessor da Comissão Nacional de Folclore, explica que a folkcomunicação inicialmente era feita apenas por acadêmicos, mas atualmente ela extrapola a academia e a pesquisa sendo realizada pelas próprias comunidades. “Hoje o povo e sua sabedoria popular ajudam a manter toda essa comunicação e divulgação do patrimônio cultural do Brasil. O que nós precisamos é incentivá-los cada vez mais”, diz.

A comunicação tem grande importância nesse processo, pois faz um papel de valorização das expressões populares, reforçando junto às comunidades que aquilo que elas produzem é cultura. O assessor, ainda comenta a necessidade de chamar a atenção das grandes mídias e das universidades para reforçar a visibilidade desses grupos.

“Muitas manifestações ocorrem isoladamente formando uma sombra cultural e social. O folclore está a cada dia mais vivo, por isso é necessário uma sensibilização para esses grupos se mostrarem, pois tem um ofício e um saber que queremos que se mantenha e se propague”, diz.

Para Severino Lucena, o evento está proporcionando não só o intercâmbio entre os pesquisadores, mas também uma visibilidade da cultura sergipana. "É uma oportunidade singular que a Prefeitura Municipal de Aracaju está promovendo. Fiquei muito feliz de ver um público diverso, pois saí daquele cenário informal da academia e passa a promover troca de saberes de forma mais integrada”, conclui.

Além da palestra de folkcomunicação, o público pode conferir as palestras intituladas: Indiaroba, a terra que se veste de Divino, Kátia Araújo (SE); Folguedo folclórico: o boi de mamão, Nereu Pereira (SC); Folclore em Alagoas, Olegário Wenceslau (AL) e Projeção do folclore na educação, comunicação ministrada por Lourdes Macena (CE). O primeiro dia foi finalizado com apresentação de grupos folclóricos. As atividades retornam amanhã, às 9h, no Centro Cultural de Aracaju (antiga Alfândega).