O ‘Ciclo Junino’ foi tema de palestra no segundo dia da VII Seminário Nacional de Ações Integradas em Folclore. A integrante da Comissão Paulista de Folclore, Lilian Vogel, que pesquisa há anos sobre tradições religiosas e folclóricas falou sobre os significados dos símbolos juninos como as bandeirinhas, as comidas típicas, as quadrilhas e o casamento junino.
A pesquisadora afirma que o ciclo é uma conexão do homem com a natureza, a sobrevivência e a religiosidade. “É a relação do homem rural com essas tradições que foi se misturando, aglutinado e resultou nessa festa que conhecemos hoje. Em São Paulo, por exemplo, a parte religiosa é muito grande, missas, procissões, a devoção popular, superstições”, conta.
A palestra evidenciou ainda, as relações que a cultura popular associa aos três santos. “Santo Antônio, o casamenteiro, representa a união dos casais e dá o pontapé inicial na vida do homem. São João é quem provê o homem da espiritualidade, pois batizou Jesus e introduziu o homem na vida religiosa. São Pedro finaliza esse ciclo julgando se você merece ou não entrar no céu”, fala.
Ao longo do dia o público pôde apreciar dezenas de palestras e oficinas a exemplo das palestras dos sergipanos Beatriz Goes Dantas com ‘Devotos Dançantes’ e do Mestre Zé Rolinha com ‘A chegança vai à Espanha’, Devoção do divino de Neide Gomes (SP), O saber viver e suas condições em Minas Gerais de José Moreira de Souza(MG), Da defesa do direito autoral dos artistas populares de Gutemberg Costa (RN).
O segundo dia foi encerrado com a apresentação do grupo folclórico Parafusos. As atividades retornam amanhã, o último dia do Seminário, às 9h, no Centro Cultural de Aracaju (antiga Alfândega).
