`Museu do Mangue´ está previsto para ficar pronto em dezembro

Planejamento e Orçamento
06/09/2007 10h45

Aracaju foi construída sobre um imenso manguezal. Com o objetivo de frear o processo de destruição dos manguezais e conscientizar a população para que as áreas remanescentes sejam preservadas, a Prefeitura Municipal de Aracaju está construindo o `Museu do Mangue´. Previsto para ficar pronto em dezembro, o Museu, cujas obras já foram iniciadas, está sendo erguido na avenida Desembargador Antônio Góis, no bairro Coroa do Meio, onde está localizada chamada Maré do Apicum. A área foi escolhida por ter expressiva presença de mangue e ter sido alvo, num passado recente, de um intenso processo de degradação, provocado pela ocupação desordenada do local. “Pensando no meio ambiente, a Prefeitura criou a avenida Antônio Góis margeando o mangue justamente para estabelecer um limite e impedir novas invasões naquela área. Além disso, decidimos construir o Museu do Mangue com o objetivo de trabalhar a educação ambiental na região e, dessa maneira, estimular a consciência ecológica nas pessoas”, explicou o secretário municipal de Planejamento, Luciano Pimentel. Segundo ele, o Museu servirá não só para a população de Aracaju, mas também para turistas, que terão a possibilidade de ter contato com esse rico ecossistema. “O manguezal tem uma importância fundamental no equilíbrio da cidade porque, de certa forma, o mangue funciona como um filtro, um berçário da vida”, disse Pimentel. Esse ecossistema reúne uma grande biodiversidade, servindo para abrigar várias espécies vegetais e ainda para a alimentação e reprodução de mamíferos, aves, peixes, moluscos e crustáceos. Além de ser fundamental do ponto de vista ambiental, a preservação do mangue, para Aracaju, tem também grande importância sócio-cultural. Considerando que a cultura local, especialmente a culinária, é marcada pela presença do caranguejo como prato típico e que muitos aracajuanos vivem da sua caça e venda, a conservação do manguezal está intrinsecamente ligada à manutenção das tradições locais e à garantia do meio de subsistência de inúmeros trabalhadores. Projeto O projeto do Museu do Mangue contempla a construção de um horto para a recuperação da área de restinga, dois atracadouros, decks, viveiro para a produção de mudas, laboratórios de pesquisa, estacionamento para carros de passeio e ônibus de turismo e espaços para a realização de oficinas, palestras, exibição de vídeos e exposições. A proposta arquitetônica reúne características regionalistas e prevê a utilização de materiais de reflorestamento integrados à paisagem natural. A estrutura servirá como fomentadora de pesquisas sobre preservação e recuperação de manguezais, uma vez que lá será instalado o Posto Avançado de Pesquisas Científicas, que vai reunir diversas instituições fomentadoras, a exemplo do Ibama e da Universidade Federal de Sergipe (UFS). O local também será um ponto de atração turística diferenciado, oferecendo trilhas sobre passarelas, degustação de comidas típicas, passeios contemplativos, competições, etc. Tudo isso sem falar na contenção da invasão e degradação da Coroa do Meio; da educação ambiental da comunidade local e população em geral; e dos empregos que serão criados em função do desenvolvimento de uma série de atividades educativas, artesanais, culturais, turísticas, gastronômicas, comerciais e recreativas. Revitalização Ao lado do Museu, serão construídas quadras poliesportivas e áreas de lazer para a comunidade local. Ao todo, será investido aproximadamente R$ 1 milhão, proveniente de um convênio entre a Prefeitura de Aracaju e o Ministério das Cidades. O Museu, bem como as quadras e áreas de lazer, está inserido no projeto integrado de revitalização do bairro Coroa do Meio, que envolve várias secretarias municipais e vem proporcionando crescente melhoria da qualidade de vida da população local. Desde que foi o projeto foi iniciado, a Prefeitura de Aracaju já entregou mais de 600 unidades habitacionais, que substituíram palafitas e outras moradias precária existentes anteriormente; reformou e construiu escolas e postos de saúde; abriu e pavimentou ruas e avenidas.