Funcaju finaliza série de reuniões técnicas relativas à execução da Lei Paulo Gustavo

Agência Aracaju de Notícias
10/07/2023 17h00

A Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju) realizou na manhã desta segunda-feira, 10, a última da série de reuniões técnicas com o objetivo de garantir a execução da Lei Paulo Gustavo na capital sergipana. Desde o dia 6, foram realizados encontros com  os agentes culturais e artistas de diferentes linguagens artísticas, visando definir a construção de planos de trabalhos favoráveis e de acordo com as demandas da classe. Esta última reunião teve como público-alvo os artistas do segmento Quadrilhas Juninas e Cultura Popular e Tradicional. Os outros segmentos já contemplados com o encontro foram: Artes Cênicas, Artes Visuais e Cultura Urbana, Audiovisual, Literatura e Música.

A Prefeitura de Aracaju já aprovou junto ao Ministério da Cultura (MinC) o Plano de Ação do município para a implementação da Lei Paulo Gustavo, que torna possível o recebimento de recursos estimados em aproximadamente R$ 5,8 milhões. O valor será aplicado no fomento a projetos de diversos segmentos culturais do município, especialmente o do audiovisual.

Segundo o procurador da Funcaju, Carlos Victor Paixão, a série de encontros foi bastante produtiva. “Ficamos frente a frente com toda a comunidade da cultura, recebendo diversas sugestões e tirando várias dúvidas. Agora é o momento de a gente aguardar as dúvidas e sugestões finais para fazer um compilado e começar a trabalhar na confecção desses instrumentos de seleção. A partir daí esperamos que até setembro todos os editais já estejam lançados, para que os fazedores de cultura tomem conhecimento de que forma eles podem participar, como serão selecionados, e a partir daí o dinheiro chegar a quem está precisando e as contrapartidas sociais também serem percebidas por toda a sociedade”, disse.

O Plano de Ação do município para implementação da Lei Paulo Gustavo (LPG - Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022) trata,  em seu artigo 6º, sobre o apoio a produções audiovisuais; reformas e manutenção de salas de cinema; e formação, qualificação e difusão de propostas de agentes culturais e artistas. Já o artigo 8º trata sobre a aplicação da Lei nas demais áreas culturais, como artes cênicas, música, economia solidária e manutenção de espaços culturais.

Diálogo positivo
Os participantes da última reunião mostraram-se satisfeitos e disseram ter sido bastante positiva. Foi o caso de José Herbert Feitosa dos Santos, conhecido na roda de capoeira como Mestre Quartzo. “Eu dou nota cem para essa oportunidade de diálogo que tivemos aqui. Só ficou de fora quem não soube aproveitar aquilo que a Funcaju está propondo para a gente. Isso é algo muito importante, não só para a capoeira, como para todas as áreas da cultura. Era o que estava faltando, essa união entre o poder público com os artistas. Isso vai ficar gravado na história”, declarou.

Para Etelvan dos Santos, presidente da quadrilha junina Xodó da Vila, a viabilidade dos recursos por meio da Lei Paulo Gustavo vai ajudar na formação de quadrilhas mirins. “Digo que a maneira de fomentar e fazer com que apareçam mais quadrilhas juninas é entrar nas comunidades e, principalmente, nas escolas, para que possamos incentivar as crianças e ter bastantes adultos quadrilheiros. Fico satisfeito com essa iniciativa e vejo que, mesmo com todas as dificuldades, estão aparecendo oportunidades para que possamos ter como manter nossas quadrilhas juninas”, afirmou.

O percussionista Ton Toy disse que está com boas expectativas de que grupos que estão com maior necessidade venham a ser contemplados com a aplicação da Lei Paulo Gustavo. “Após a pandemia, muitos ainda não conseguiram voltar ao desenvolvimento normal dos trabalhos. O nosso interesse é estar perto das pessoas. E quando a gente se afasta delas, cria-se essa infelicidade interior. Eu creio que vou ser ouvido. Vou contribuir com essa busca ativa, pois tem um grande número de artistas que precisam dessa lei emergencial”, disse.