Oficinas na Emef Orlando Dantas divertem e ensinam os alunos durante as férias

Educação
27/07/2023 14h23

Reforçando a importância da arte na formação de crianças e adolescentes, a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Jornalista Orlando Dantas, localizada no bairro Olaria,com o apoio da Secretaria Municipal da Educação (Semed), está ofertando oficinas durante o período de férias, com o intuito de entreter e divertir seus alunos neste momento de ociosidade. .

Com uma média de 60 alunos inscritos nas oficinas, a coordenadora da escola, Ruth Cruz, explica que elas estão divididas em três dias da semana e foram iniciadas desde o dia 17, com os alunos que não necessitam do reforço escolar. Para apoiar a realização das oficinas, a Semed está ofertando alimentação escolar para os estudantes.

Um dos maiores destaques da eventualidade é a aluna Gabrielly Menezes, de 14 anos, matriculada no 9° ano, que é a responsável pela oferta da oficina de desenho, ministrando a arte de desenhar para cerca de dez alunos. A adolescente não mede palavras para falar sobre o seu dom e o amor pelo ramo artístico, que começou ainda na infância, com o incentivo da sua bisavó.

“Eu sempre gostei de desenhar, mas acho que essa obsessão começou quando eu estava mostrando um desenho à minha bisavó. Eu vi que sabia desenhar, mas para que eu melhorasse, ela era sincera e dizia o que não estava muito bom. Eu sempre gostei muito de qualquer tipo de arte e sempre tem aquele negócio de escola de perguntar qual profissão você quer e eu nunca consigo me decidir, mas em todas as profissões que eu pensava, a arte estava envolvida. Eu estudava em escola particular, mas lá era muito chato, aqui é bem mais legal. Aqui eu tive a ideia de criar o Clube de Arte, passei para a coordenação e a gente começou a planejar e acabou que deu certo”, explica.
 
Sobre ensinar a outros colegas, a aluna afirma ser desafiador e importante dar apoio à arte individual e aumentar a autoestima deles. “As pessoas têm estilos diferentes, eu não posso dizer que acho feio, porque cada um vai desenhar da sua maneira. Eu digo que está bonito para ajudar ainda mais a pessoa, sem mexer com a autoestima dela. Eu não posso dizer que está errada, só vou dizendo o que pode melhorar”, declara.

Gabrielly reforça que a escola deu o apoio necessário para que o projeto do Clube de Artes foi desenvolvido. A representante da Coordenadoria de Arte e Educação da Rede Municipal de Ensino (Coart), Dione Fonseca, demonstra grande satisfação com as oficinas ministradas na escola e destaca como a arte é importante na vida das pessoas. 

“Eu gostei bastante do projeto desenvolvido pela Escola Jornalista Orlando Dantas e mais ainda por ser uma aluna à frente, para incentivar outros alunos e mostrar a importância da arte na vida. Ouvir o depoimento da Gabrielly é ter a certeza de que a gente está no caminho certo sobre a arte precisar ter esse reconhecimento do poder público, de entender que a arte é importante dentro das escolas”, opina.

A coordenadora também ressalta um ponto importante: o de tirar as crianças da rua e da ociosidade das férias, situações propícias, entende ela, a comportamentos negativos.

“Tirar essas crianças da ociosidade durante as férias é importante porque, a depender da área que a escola esteja, há um risco aos adolescentes, de eles acabarem indo para outros caminhos. Por isso, acho que quanto mais a gente conseguir atrair esse aluno para dentro da escola é melhor. E fazer isso através da arte é maravilhoso”, reflete.

Dança e teatro
Além da oficina de desenho, também há a oferta de aulas de dança e teatro, ministradas pelo professor Rivaldino dos Santos, que diverte os alunos enquanto passa ensinamentos e reflexões sobre a importância das vivências na comunidade e em toda a cidade. Com uma coreografia ensaiada a partir da música Aracaju Menina, de Chiko Queiroga e Antônio Rogério, os alunos esbanjam desenvoltura e vontade de aprender cada vez mais os passos, além de ouvir e contar histórias.

“A gente foi descobrindo pontos positivos que tinha na comunidade. Um deles é um senhor de 104 anos, que está sendo o fio condutor  para que eu explique e conte histórias. Também estamos expondo qual o amor que eles têm pelos locais que reconhecem dentro da comunidade. É através da dança, do teatro e da conversa que estamos progredindo sobre o amor que essas crianças podem e devem ter pelo seu espaço de vivência. Então, o trabalho é esse. A gente quer que no mês de agosto, na volta às aulas, haja apresentações dentro das salas de aula. Mas, eu também gostaria que essas ações extrapolassem os muros da escola, porque temos vontade de conversar com outros alunos, exercitando a  participação dos alunos de toda a rede”, expõe.