Outubro Rosa: prevenção inibe mortalidade por câncer de mama e de colo do útero

Saúde
03/10/2023 18h15

Quando o Outubro Rosa foi instituído nos anos 90, o objetivo era diminuir a incidência do câncer de mama e, consequentemente, a taxa de mortalidade pela doença, já que é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o mundo. Neste contexto, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), encampam a conscientização e compartilha informações importantes sobre prevenção, diagnóstico precoce e tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com informações do Ministério da Saúde, a estimativa é de que 73.610 novos casos de câncer de mama sejam registrados no Brasil em 2023, com um risco estimado de 66,5 casos a cada 100 mil mulheres. A pasta ainda aponta que o câncer de mama também ocupa a primeira posição em mortalidade por câncer entre mulheres. As maiores taxas de incidência e de mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Em Aracaju, nos últimos três anos, 189 mulheres perderam a vida para o câncer de mama. Destas, 56 óbitos ocorreram este ano.

Na capital sergipana, há um total de 281.470 mulheres com idade entre 25 e 64 anos, público definido pelo Ministério da Saúde como prioritário para o rastreio do câncer de colo do útero através do exame citopatológico, conhecido popularmente como exame de lâmina ou papanicolau. Desse quantitativo de mulheres, apenas 29.388 realizaram esse exame nos últimos três anos, tempo máximo para ser repetido. Já para o rastreio do câncer de mama, a faixa etária definida é de 50 a 69 anos, e nessa faixa há um total de 102.572 mulheres em Aracaju. Este ano, 22.104 mamografias foram agendadas para rastreamento do câncer de mama na rede municipal de saúde.

Prevenção
Para garantir a prevenção, as mulheres devem manter-se saudáveis, ou seja, ter uma rotina de exercícios físicos, adotar uma dieta equilibrada e evitar o cigarro e bebidas alcoólicas. Além disto, as 45 Unidades Básicas de Saúde da capital disponibilizam médicos e enfermeiros habilitados para realizarem os exames preventivos. Para ter acesso, as mulheres devem procurar a unidade de saúde do bairro e agendar uma consulta médica ou com o enfermeiro para realizar o exame clínico das mamas, obrigatório para toda mulher a partir dos 40 anos. Com idade inferior a esta, se a usuária perceber qualquer alteração nas mamas, a orientação é de que ela busque atendimento médico em uma das UBSs do município o quanto antes. Já as mulheres com idade entre 50 e 69 anos devem realizar mamografia com intervalos de dois anos, cujo exame pode ser solicitado na UBS.

A referência técnica do Programa Saúde da Mulher, Léa Matos, relata qual o fluxo de atendimento para ter acesso a exames preventivos, diagnóstico e tratamento. “Ao chegar na unidade de saúde, sendo avaliada pelo médico ou enfermeiro, o profissional vai solicitar os exames de rotina, além do exame clínico das mamas que deve ser feito anualmente. Ao suspeitar de algo, o médico ou enfermeiro fará a solicitação de exames complementares ou, ao considerar como caso suspeito, o profissional fará um relatório para inserir no sistema e encaminhar para o mastologista no Centro de Atenção e Acolhimento à Saúde da Mulher (CAASM), no Cemar/Siqueira Campos”, explica.

A partir da consulta com o mastologista, é possível que a usuária passe por uma punção de nódulo ou de cisto e em seguida o material é encaminhado para a biópsia. Após o resultado, sendo positivo, a usuária será conduzida para tratamento em uma das unidades oncológicas do Estado, que pode ser no Hospital de Urgência de Sergipe João Alves Filho ou no Hospital Universitário.

Já para detecção do câncer de colo do útero o exame preventivo é o citopatológico, que deve ser realizado a cada três anos em mulheres de 25 a 64 anos. Também na unidade básica, a usuária pode solicitar o exame e realizá-lo com médico ou enfermeiro. Havendo alguma alteração, a mulher será tratada na própria unidade básica, mas também no CAASM, a depender da gravidade, com a finalidade de realizar uma investigação mais apurada do caso. Ela também pode ter acesso ao exame de ultrassonografia vaginal, preservativos e vacina contra o HPV, já que 70% dos casos de câncer de colo do útero são causados por este vírus.