Dia Nacional da Alfabetização: Semed reforça a importância da escrita e leitura para uma cidadania plena

Educação
14/11/2023 11h10

Conseguir desenhar as letras e entender o som formado pela junção das vogais e consoantes é o passaporte para construção de uma vivência digna e libertadora. Portanto, em comemoração ao Dia Nacional da Alfabetização, celebrado anualmente em 14  de novembro, a Secretaria Municipal da Educação (Semed) traz reflexões importantes sobre o direito humano e básico de todo e qualquer cidadão: a capacidade de ler, escrever e compreender o mundo.

A data foi criada no ano de 1966, homenageando o decreto que fundou o Ministério da Educação (MEC), em 1930. A partir disso, ações e iniciativas em prol da alfabetização foram reforçadas e ampliadas em todo o Brasil, semeando e cultivando os frutos nascidos a partir da educação que, com uma base de qualidade, se tornam profissionais competentes e imprescindíveis para toda a população. Sendo assim, além de possibilitar a independência e plenitude pessoal, a alfabetização contribui para uma sociedade mais igualitária, justa e qualificada.

“Nós temos um programa próprio de recomposição da aprendizagem, que é o Educaju, para fortalecer a alfabetização, e como fruto do trabalho que desenvolvemos em 2022, estamos com uma meta ousada em 2023, que é garantir que ao final deste ano, 100% das nossas crianças que estejam terminando o 2° ano do ensino fundamental, estejam devidamente alfabetizadas. Além desse resultado, também vamos entregar para a sociedade aracajuana a forma de fazer e a forma de medir e acompanhar a evolução da aprendizagem e da alfabetização”, destaca o secretário da Educação, Ricardo Abreu.
 
Avaliando a alfabetização como o primeiro passo para que a cidadania seja efetiva, o diretor do Departamento de Educação Básica (DEB), Evilson Nunes, reforça que aprender a ler e a escrever é um princípio básico e que deve ser valorizado, visto que é o passo inicial de uma vida de realização de sonhos com a predisposição para um futuro de sucesso.  

“O esforço de cada professor e de cada gestor é para garantir a alfabetização na idade correta, tendo este princípio cidadão que deve ser respeitado e, para aqueles que não foram alfabetizados na idade correta, que se tenha a recomposição da aprendizagem o quanto antes, para que se possa ser corrigido as rotas e tenha a garantia de possibilidade de um progresso a partir da educação. A função social do educador é garantir que a aprendizagem de cada criança seja efetiva não só do ponto de vista dos conhecimentos e habilidades, mas também da própria colocação do indivíduo enquanto cidadão de direitos que precisa ter acesso aos bens e aos meios que garantem a sua sobrevivência plena e digna”, pontua.

Relembrando os momentos difíceis enfrentados pela Educação durante a pandemia de Covid-19, com o ensino à distância gerando uma distorção muito grande no processo de aprendizagem das crianças, o retorno presencial requereu de todas as redes um novo olhar sobre o processo de alfabetização. Com isso, a Semed traçou estratégias de recomposição da aprendizagem dos estudantes, como destaca o diretor.

“No caso da rede municipal de Aracaju foi uma retomada com o foco na leitura e na avaliação periódica dos estudantes com o incremento de avaliações de rede para mensurar as habilidades que cada aluno possuía, adequando-as ao ano em que o aluno estava matriculado. A partir desse mapeamento da proficiência leitora e do nível de que cada aluno possui com relação aos componentes curriculares, a estratégia de recomposição da aprendizagem pode ser mais direcionada para as necessidades de cada aluno num trabalho quase que individualizado, mapeando as dificuldades da rede, mas também as dificuldades de cada aluno, já que cada estudante sofreu um impacto diferenciado durante o período de pandemia”, explica.

Uma outra modalidade que tem a alfabetização como sua maior missão é a Educação de Jovens e Adultos (EJA), que traz a esperança de um recomeço mais digno aos estudantes que iniciam ou retornam aos estudos após toda uma vida sem ler ou escrever com efetividade. De acordo com a coordenadora da EJA, Sueli Bispo, a rede municipal tem cerca de 500 jovens e adultos sendo alfabetizados.

“São 17 escolas da Semed que ofertam a modalidade da EJA para os aracajuanos que, por algum motivo, não conseguiram iniciar ou continuar seus estudos na idade apropriada. Eles recebem livros, uniformes, merenda, material escolar, mas, também, cuidado, atenção e respeito. Que bom que temos um dia para lembrar do ato de amor que é alfabetizar. O empenho para  alfabetizar alguém resulta em um encontro de seres, porque alfabetizar talvez seja a forma mais eficaz no processo de libertar o ser humano. Ensine às pessoas a juntar letras  e elas transformam o mundo dentro delas mesmas”, reflete a coordenadora.

Alfabetização e cidadania nas escolas
A coordenadora pedagógica da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Olga Benário, Vanusa Silva, vê a alfabetização como uma ferramenta de inclusão e de cidadania.  “A leitura e a escrita são cidadania, porque são elas que tornam a pessoa em realmente um cidadão. Por mais que a gente já nasça sendo cidadão, é ao adquirir um direito como ler e escrever que se coloca realmente em prática esse direito à cidadania. Aqui na Emef Olga Benário nós estamos bem, temos duas turmas com as crianças sempre em avanço, com o programa Educaju ajudando bastante, pois é algo pensado nas necessidades, nas dificuldades da criança e na forma em que ela possa realmente evoluir. Tudo isso é fruto da dedicação das nossas professoras e de toda a equipe que se esforça diariamente. Além disso, os pais também estão colaborando nesse período do mês da alfabetização enviando vídeos com os filhos lendo os textinhos que nós encaminhamos”, conta.

Também integrante da equipe educacional da Emef Olga Benário, a professora Edênia Brandão concorda que alfabetizar a criança ensina não só a ler e a escrever, mas a ser uma cidadã e cidadão pleno.

“Alfabetizar uma criança é ensiná-la a seguir no rumo correto da vida, porque ao ler e escrever, ela saberá qual caminho seguir, porque sem a educação isso tudo fica muito complicado, as barreiras são maiores. Por isso é muito importante que a criança seja alfabetizada cedo, visto que, além de possibilitar a sua evolução, elas podem ajudar até a própria família, em que muitos pais e mães ainda são analfabetos. Para mim, alfabetizar é a melhor coisa que faço no mundo. Quando eu vejo ela dando os primeiros passos sozinha, eu sei que dali para frente ela vai seguir o caminho dela e um dia vai lembrar que tudo começou com aquela professora, isso me emociona muito. Eu gosto muito de alfabetizar e sei que realmente diminui a desigualdade, porque quando você aprende a ler e escrever, você vai parar para analisar e entender tudo ao seu redor, o que é muito importante e decisivo”, declara.