39ª Corrida Cidade de Aracaju: corredores mantêm viva a história e destacam evolução

Juventude e Esporte
22/03/2024 11h30

A Corrida Cidade de Aracaju é uma das competições mais aguardadas do Estado. Realizada pela Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria da Juventude e do Esporte (Sejesp), a competição é uma forma de celebrar o aniversário da capital, que completou 169 anos no dia 17. Durante as 39 edições do evento que movimenta Sergipe, milhares de corredores já transitaram por diferentes percursos, com histórias de superação e amor ao esporte, que se conectaram e mantiveram viva a tradição.

Com um trajeto que liga São Cristóvão a Aracaju, o famoso percurso dos 24 km, esta edição carrega uma marca de evolução da corrida: o recorde de nove mil inscritos, sendo o maior de todas as edições. Para atingir esse número tão expressivo de atletas, algumas mudanças aconteceram desde o início de sua realização, com a Prefeitura sempre buscando mecanismos para  ampliar e tornar, cada vez mais, a Corrida Cidade de Aracaju atrativa, confortável e inesquecível.

Logo nas primeiras edições da competição, parte do trajeto dos 24 km acontecia dentro da cidade histórica de São Cristóvão, onde tradicionalmente é a largada dessa quilometragem. Mas, à medida que o número de participantes ia crescendo a cada realização do evento, a organização percebeu a necessidade de reduzir o trajeto dentro da cidade. Além disso, mantendo a segurança dos atletas, pelo mesmo motivo de o evento atrair mais pessoas a cada ano, o trajeto dos 24 km também foi transferido da BR-101 para a rodovia João Bebe Água, e se mantém até a atualidade.

Para o secretário da Sejesp, Sérgio Thiessen, as mudanças realizadas na organização e  estrutura operacional da corrida foram fundamentais para tornar a competição um símbolo cultural, histórico e esportivo para Aracaju e, consequentemente, Sergipe.

“Ano após ano, nossa corrida cresce, mas sem perder a tradição, magia e tudo que representa desde o seu início. Neste período de 39ª edições, ela necessitou de algumas mudanças, que só enriqueceram a disputa, mantendo todo o simbolismo da transferência da capital e carregando o significado de identidade para tantos corredores, não de Sergipe, mas de vários lugares do Brasil”, afirma o gestor.

Quem participa da Corrida Cidade de Aracaju, e faz o espetáculo esportivo acontecer, considera que a ocasião traz um sentimento único a cada ano. O atleta Joaquim Moura, de 72 anos, já participou de mais de 10 edições do evento e fala sobre a sua percepção do que é a Corrida Cidade de Aracaju.

“Só quem corre, sente a verdadeira adrenalina dessa corrida. Minha esposa fala pra mim que toda Cidade de Aracaju é igual. Mas, não, nunca é igual. Quando você chega na rua da Frente [avenida Ivo do Prado], é onde se vê muita gente chorando de emoção. E a preocupação da organização em continuar fazendo uma boa prova é grande e essa segurança acaba passando para nós, corredores”, disse o aposentado.

Joaquim também ressalta a importância da mudança no trajeto da corrida, que era realizado na BR-101, para a rodovia João Bebe Água. “A João Bebe Água é muito boa para correr. Para desafio, não tem lugar melhor. Nossa equipe Pé no Chão sempre se prepara para corrida, treinando lá”, afirmou.

Para alguns, a Corrida Cidade de Aracaju também é um espaço de socialização. Esse é o caso do paranaense, radicado em Aracaju, Fiel de Souza, de 89 anos. Ele, que corre há mais de oito décadas, viu na competição uma oportunidade de fazer novas amizades.

“Eu sou natural de Loanda [no Paraná] e desde os sete anos já praticava a corrida de rua na época da escola, onde os alunos corriam entre as cidades vizinhas para honrar a bandeira na semana da pátria. Quando cheguei em Aracaju, em 1993, soube da Corrida Cidade de Aracaju e comecei a fazer muitos amigos através dela, parece que em qualquer lugar que eu chego tenho vários irmãos, graças a corrida de rua”, ratificou o atleta.

A aposentada Dilma Menezes, de 72 anos, é outra atleta que faz parte da história da Corrida Cidade de Aracaju. Ela, que participa da competição desde os 52 anos, relatou sobre o início da sua trajetória no mundo da corrida de rua.

“Eu comecei a corrida de rua com 49 anos, quando perdi minha mãe. Àquela época, quase entrei em depressão, mas através de alguns amigos, que me chamaram pra participar, eu comecei e estou até hoje”, disse.

Durante os 20 anos de Corrida de Aracaju, a aposentada pôde vivenciar diversas transformações e evoluções na competição. Fundamental para fazer do evento o que ele é hoje, Dilma falou sobre o seu sentimento de pertencimento à corrida.

 “Eu me sinto muito feliz e honrada em fazer parte dessa corrida e quero, com fé em Deus, no próximo ano, estar fazendo o mesmo trajeto. Ela [corrida] representa minha saúde, minha qualidade de vida, tudo pra mim”, destacou.

Nesta edição, 39ª Corrida Cidade de Aracaju se consagra como a maior do Norte/Nordeste, com a participação de nove mil atletas, 50% a mais que a última edição, e R$ 200 mil em premiações, o dobro de 2023. Os competidores dos três percursos (5 km, 10 km e 24 km) disputam em seis categorias: geral, faixa etária, sergipano, servidor municipal, juvenil e pessoas com deficiência (PcD). Além disso, a participação de pessoas com deficiência foi ampliada para os trajetos de 10 km e 24 km, mais uma evolução do evento.

Buscando atrair e incluir cada vez mais a população, a isenção de inscrição se mantém a cada ano para: atletas com idade acima de 60 anos, residentes em Sergipe, atletas da categoria Juvenil, atletas das categorias PcD, servidores da Prefeitura Municipal de Aracaju e servidores da Câmara Municipal de Aracaju.