Campanha de combate à dengue nas escolas transforma alunos em agentes de informação

A Prefeitura de Aracaju, por meio de uma força-tarefa envolvendo diversos órgãos municipais, lançou a campanha Aracaju contra a Dengue, iniciativa que visa ampliar as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti. Entre as pastas envolvidas está a Secretaria Municipal da Educação (Semed), que realiza um trabalho dentro das unidades escolares, reforçando os cuidados que as crianças devem ter para evitar a proliferação do mosquito, transformando os alunos da rede municipal em pequenos agentes de informação.

A diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Dom José Vicente Távora, Silvia Falcão, conta que as crianças são importantes agentes, pois são capazes de armazenar informações com muita facilidade, além de estarem em uma fase de desenvolvimento, onde a vontade de conversar e falar sobre coisas novas é muito grande. Ela explica que isso é crucial para espalhar alertas e fazer com que as famílias dessas crianças saibam quais cuidados devem ter para evitar a proliferação do mosquito da dengue.

“O trabalho que a Secretaria da Saúde está desenvolvendo junto com a Semed é excelente. Aqui na escola, os professores têm realizado ações educativas que esclarecem as informações sobre como evitar a proliferação do mosquito, tudo isso de forma lúdica e dinâmica dentro de cada turma. Falar sobre isso na escola é a certeza de que a comunidade também vai ficar sabendo, porque nossas crianças são fontes diretas de informação. Eles gostam de colocar em prática aquilo que aprendem na sala de aula, e é justamente com isso que trabalhamos”, explica Silvia.

A professora da Emef Dom José Vicente Távora, Daniela de Oliveira, reitera que as ações da Prefeitura nas escolas são fundamentais para o combate efetivo da dengue. Ela conta que dentro de casa sua filha também chega empolgada falando sobre o que aprendeu durante a aula.

“Eu consigo ver os dois lado da moeda, tanto como professora que ensina as crianças sobre como devem agir para evitar a proliferação do mosquito, reforçando que eles devem fazer isso em casa, quanto como mãe de uma criança que também me lembra todo dia sobre como devo cuidar da casa, porque ela aprendeu na escola. Eu tenho plantas em casa e minha filha sempre fala ‘mãe, essa água aqui não pode’, então eu conto que estou sempre trocando e mostro a ela como fazer. Esse é um trabalho muito importante, porque muitos pais passam despercebidos e as crianças é que dão aquele aviso e orientação. Eu acho muito legal isso”, declara Daniela.

A dona de casa Ana Flávia Rodrigues, mãe da pequena Eloá Rodrigues, relatou que a filha sempre está alertando sobre o que escuta na escola em relação ao combate à dengue. “Quando ela chega em casa e vê algum balde com água cheia, diz ‘mãe, não pode deixar assim a água parada, tem que derramar por conta dos mosquitos, foi isso que eu aprendi na escola hoje’, aí eu digo a ela que não vou mais deixar a água parada. A campanha é realmente eficaz”, afirma.

A mãe do aluno Pedro Guilherme, Deise Lima, diz que o filho está empolgado com os aprendizados na escola e quando está fazendo o dever de casa lembra do que as professoras falaram em sala de aula. “Pedro faz questão de falar sobre o que aprendeu. Sempre que está fazendo a tarefa de casa, conta o que aconteceu na aula e ainda me alerta sobre água parada em pneu e nos baldes de casa”, diz.

Agentes de informação

A Emef Dom José Vicente Távora possui um cronograma semanal de ações voltadas para o combate à dengue. Os alunos participam de atividades pedagógicas, onde aprendem de forma lúdica sobre os cuidados que devem ter dentro de casa para não deixar o mosquito se desenvolver. Além disso, a equipe de professores implementou a “Patrulha da Brigada Contra a Dengue”, projeto onde quatro alunos, supervisionados pelos professores, fazem uma ronda todos os dias pela escola, verificando se há algum objeto ou local que possa ter água parada, permitindo que o mosquito deposite seus ovos. 

A aluna do 5° ano, Isabele dos Santos, 9 anos, que faz parte da Patrulha da Brigada Contra a Dengue, conta que está por dentro de tudo que deve ser feito para combater o mosquito da dengue. “Para não pegar a dengue, temos que cuidar de casa e nos cuidar também. Tem que parar de deixar a água parada, deixar plástico jogado pelo chão, porque quando chover vai cair água e os mosquitos vão colocar seus ovos. Quando tem alguma tampinha no chão, eu pego lavo e jogo no lixo ou então eu reutilizo, faço brinquedos e falo para meus pais cuidarem da casa também”, conta.

O aluno Arthur Cristhian Santos, 10 anos, também participa da Patrulha da Brigada Contra a Dengue e disse que é muito divertido fazer parte desse projeto e que é uma forma de cuidar da escola e levar os aprendizados para dentro de casa. “Estou gostando de fazer parte da patrulha, é muito divertido e assim eu também cuido da escola. A gente passa em todos os locais da escola e vê se tem tampinha ou outras partes com água parada. Em casa, quando eu vejo uma tampinha no meu quintal eu jogo no lixo ou eu lavo ela e aviso aos meus pais o que tem que fazer para não deixar água parada em casa”, comentou.

Aluna do infantil 1, Mariene Mota Albuquerque, 5 anos, já sabe o que fazer para não contrair a dengue e repassa em casa as orientações que recebe na escola. “A gente não pode deixar água parada e tem que passar o repelente, eu aprendi isso com minha professora Daniela. Quando chego em casa, eu falo tudo isso para meus pais fazerem também”, disse.