Semear Saberes: Cras do Coqueiral inicia horta comunitária

Assistência Social e Cidadania
25/11/2021 16h53

Os participantes do projeto “Semear Saberes, Cultivar Esperança para Colher Cidadania” receberam na tarde desta quinta-feira, 25, os certificados de conclusão. A iniciativa é fruto da parceria entre os Centros de Referência da Assistência Social (Cras) Maria José de Meneses e Pedro Averan, ambos situados na zona norte da capital sergipana.

Em seguida, os integrantes do projeto desenvolvido no Cras Maria José de Meneses, localizado no Coqueiral, bairro Porto Dantas, deram início à preparação da terra para a produção da horta comunitária. Adultos e idosos do grupo intergeracional “Alegria de Viver” do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) do Cras também se somaram à ação.

Gerido pela Secretaria Municipal da Assistência Social, o “Semear Saberes” visa a promoção do acesso à alimentação de qualidade e em quantidade suficiente com informações nutricionais sobre alimentação saudável para as famílias assistidas pelo Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif) ofertado nos Cras de Aracaju.

A coordenadora do Cras do Coqueiral, Caroline Trindade, explica o processo de implantação do projeto dentro do território e quais serão os próximos passos. Segundo ela, a construção se deu pela insegurança alimentar e nutricional que as famílias usuárias se encontravam, a qual foi agravada com a chegada da pandemia.

"Daí, surgiu a ideia de fazer uma ação continuada que possibilitasse o acesso deles à uma alimentação saudável, e de estímulo à autonomia alimentar com o cultivo de hortaliças e legumes. A partir de hoje, inicia-se uma nova etapa com um grupo fixo de pessoas para a manutenção da horta comunitária dentro do nosso Cras, um espaço comum a todos em que os alimentos possam ser consumidos pelo equipamento, pelas famílias e voluntários que queiram se somar, trabalhando de forma coletiva”, pontua.

Em conjunto com a Gerência de Segurança Alimentar e Nutricional (GSAN) da Assistência Social de Aracaju, composta por nutricionistas, agrônomo e estagiários, as atividades desenvolvidas foram de cunho socioeducativo com palestras e oficinas nas áreas da nutrição, agronomia e assistência social. As oficinas e palestras aconteceram de forma semanal, entre 30 de setembro a 25 de outubro deste ano, com duração máxima de uma hora e carga horária total de oito horas.

No conteúdo programático, foram abordadas as seguintes temáticas: “Alimentação  Saudável e Acessível à Realidade dos Usuários do Sistema Único de Assistência Social (Suas); “Acesso à Alimentação Saudável enquanto Direito Humano e Dever do Estado”; “Plantio, Cultivo e Colheita  de Verduras e Legumes para Alimentação Familiar”. Os participantes do projeto também foram contemplados com um vivência prática na Unidade de Qualificação Profissional (UQP) da Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat), no Jardim Esperança, bairro Inácio Barbosa.

Preparo do solo
Durante as atividades desta quinta-feira, a equipe da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) esteve na unidade para realizar a limpeza do terreno, além de atender à solicitação de doação de esterco de terra.

O engenheiro agrônomo da GSAN da Assistência Social de Aracaju, Ivan Barreto, conduziu as famílias durante o processo do plantio. “Começamos a fazer uma sementeira, onde preparamos o solo, adubamos, irrigamos e plantamos as mudas para depois transplantarmos para outros lugares que serão abertos no mesmo espaço”, detalhou.

Mão na massa
A dona de casa Gerda Maria Santos mora no Porto Dantas e conheceu o projeto a convite de amigas que frequentam o Cras. Ela já foi preparada para plantar a sua primeira muda na horta, levando em sua bolsa sementes de coentrão.

“Estar aqui é maravilhoso. Vou ter uma atividade para me preocupar. Nasci e me criei mexendo na terra, eu gosto de fazer isso. Não vejo a hora do meu coentrão brotar e crescer para todos os cantos. É bom você plantar, colher e comer daquilo que plantou. É muito gostoso”, relatou.

Usuária do Cras do Coqueiral há cinco anos, a dona de casa Maria Carmelita Correia aprovou o projeto. “As meninas me convidaram para participar e gostei. Aprendi muito nesse período. É hora de colocar a mão na massa. Agora posso ter minha própria horta para quando eu precisar de alguma coisa para cozinhar vir pegar aqui”, contou.