Prefeitura capacita cuidadores e professores de creche e da Educação Especial

Visando promover ainda mais qualidade aos serviços prestados à população, a Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Secretaria Municipal da Educação de Aracaju (Semed), concluiu nesta sexta-feira, 28, o Encontro de Formação de Educadores da Creche e da Educação Especial 2022. O evento, iniciado no dia 7, foi realizado no auditório Antônio Vieira, anexo à Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Presidente Vargas, no bairro Siqueira Campos.

O encontro formativo, que teve como tema "Cuidar e Educar na Escola da Infância", é uma das iniciativas da Semed para potencializar o trabalho dos profissionais e prepará-los para a volta às aulas no ano letivo de 2022. Com esta ação, foram capacitados cuidadores de crianças em creche e da Educação Infantil (antigos e recém contratados) e cuidadores da Educação Especial. 

A secretária de Educação de Aracaju, Cecília Leite, afirma que a Semed tem trabalhado para humanizar os serviços da rede. É neste sentido, segundo ela, que, além das atualizações necessárias, a pasta realiza formações, cursos e encontros que agreguem mais conhecimento e despertem uma maior sensibilização, por parte dos profissionais, no trato para com as rotinas pedagógicas.

 

Capacitação

Durante todo o período de formação, os presentes participaram de oficinas e palestras relacionadas a diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como a ocupação e organização dos espaços, relação das crianças com os adultos e outras abordagens de cunho educacional. No último dia da programação, por exemplo, o público interagiu a partir de temas como 'Socorros e Urgências', 'Atividades de Atenção Pessoal em Espaços Coletivos', 'Contação de Histórias' e 'Gestos e Movimentos na Educação Infantil'.

Coordenadora da Educação Infantil da Semed e uma das organizadoras do encontro, Núbia Lira explica que essa formação possui uma composição de várias temáticas que são essenciais para o trabalho desses profissionais que estão envolvidos com a Educação Infantil.

"Preparamos as temáticas desta formação pensando em como essa relação, entre cuidador e criança, pode potencializar o desenvolvimento da criança.  Nas creches, os bebês passam cerca de 10h do seu dia com profissionais que não são seus familiares.  Por esta razão que, durante a programação, trabalhamos vários assuntos que, enquanto educadores, poderão favorecer o crescimento intelectual, físico e emocional na primeira infância", elenca Núbia Lira.

O tema 'A Humanização através da Alegria' foi discorrido na palestra desta sexta, ministrada por Fátima Basto, profissional da saúde que trabalha com foco na humanização e fundadora do projeto UTI Riso, que é formado por médicos palhaços que atuam no setor de quimioterapia do Centro de Oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). Ela conta que seu intuito, nessa capacitação, é tentar despertar nos profissionais da Educação um maior sentido em relação ao trabalho com as crianças.

"Precisamos no colocar com verdade e presença para que as coisas possam fluir, porque através do humor e da alegria tentamos resgatar o universo infantil e fazer as crianças se sentirem confortáveis no ambiente onde se encontram. O segredo é estar aberto e interagir, em qualquer segmento em que precisamos trabalhar com a infância. Outros pontos fundamentais são estar bem consigo mesmo e utilizar o lúdico para olhar aquele ser com o carinho de quem está tratando com o seu filho, o seu sobrinho. É ter uma consistência amorosa com o que está fazendo, porque estamos todos lidando com o cuidado", expressa Fátima.

Chistiane de Jesus trabalha como cuidadora na rede há quatro anos e hoje atua na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Maria Clara Machado, no bairro Santos Dumont. Para ela, a riqueza de conteúdo e a dinâmica do evento prenderam o público e favoreceram a interação entre todos.

"Não é só ouvir palestra, estamos acompanhando todo o conteúdo e, ao mesmo tempo, trabalhando cada aspecto em nós mesmos, fazendo identificação com nossas vivências e conhecimentos da escola. Não ficamos só sentados escutando, há dinâmicas, músicas. A oficina de pintura inclusiva hoje foi o máximo. São coisas que muitas pessoas só veem em filmes, mas que nós, estando mais próximos de diferentes realidades, temos a oportunidade de lidar com outras possibilidades", conta a cuidadora.

Cristiane se emociona ao falar que desenvolve quase que um cuidado e um sentimento materno para com as crianças e que esta função lhe realiza. "Após a experiência como cuidadora, decidi estudar Pedagogia. Além disso, tenho um filho de seis anos e tudo que aprendo na escola aplico, também, em casa, e trago meu lado mãe para o trato com as crianças da escola, também. Já teve aluno que, no primeiro dia de aula, me chamou de mãe. Então, o cuidado que temos com eles é de grande responsabilidade afetiva, inclusive. Nem todas as crianças têm carinho dos pais e temos que saber lidar com a carência deles".