Para acompanhar e tratar pacientes que apresentem sintomas persistentes pós-covid, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, elaborou um protoloco acerca das manifestações e sintomas prolongados após a infecção por covid-19.
Na capital sergipana, o acesso aos serviços públicos de saúde para essas pessoas é iniciado na Rede de Atenção Primária (Reap), que é a porta de entrada para assistência das pessoas que necessitarem desse acompanhamento.
De acordo com a assessora técnica da Diretoria de Vigilância e Atenção à Saúde (DVAS), Ana Régia Oliveira de Andrade, as equipes da Reap têm um papel fundamental no acompanhamento, tratamento e reabilitação dos casos de covid-19, e os usuários que foram infectados pela doença e apresentam sintomas persistentes devem buscar o serviço.
“Inicialmente é necessário avaliar a história da infecção pelo coronavírus e as complicações advindas do quadro, que impactam diretamente nas medicações em uso pelo paciente. Também devemos avaliar comorbidades exacerbadas ou que deixaram de ser controladas durante o quadro agudo, como diabetes, hipertensão, DPOC, asma ou cardiopatia”, explica
Principais grupos de pacientes
Segundo a médica responsável pelo protocolo, Anna Ligia Rodrigues de Menezes dos Santos, foram traçados três principais grupos de pacientes que apresentam sintomas prolongados.
“No primeiro, estão pacientes que tiveram Síndrome Respiratória Aguda Grave [SRAG] e persistem com sintomas predominantemente respiratórios, sobretudo a dispneia (falta de ar ou dificuldade de respirar). Esse grupo inclui ainda aqueles com a síndrome pós-terapia intensiva”, enfatiza.
Ainda conforme a médica, também estão inseridos nesses grupos os pacientes com doença multissistêmica, com acometimento cardíaco, respiratório, neurológico e/ou de outros órgãos. E ainda os pacientes com sintomas persistentes, muitas vezes dominados pela fadiga, mas sem evidências de lesões orgânicas.
Pacientes com internação prolongada
Os pacientes em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) podem ser acometidos pela síndrome pós terapia intensiva.
Nesses casos, a equipe das Unidades Básicas de Saúde irá avaliar situações como descondicionamento físico e respiratório, perda de massa muscular, desnutrição e déficits cognitivos, para direcionar o paciente para o acompanhamento necessário na rede.
"A saúde mental também tem um papel fundamental na avaliação dessa população, pois podem ser desencadeados quadros de ansiedade, depressão e estresse pós-traumático, seja pelo isolamento ou incerteza de sua própria sobrevida”, ressalta Anna.