Cras do bairro Coroa do Meio promove roda de conversa sobre violência doméstica

Assistência Social e Cidadania
19/10/2022 17h40

Tratar sobre violência contra mulheres, não é falar somente da agressão física em si, é também mostrar as diversas maneiras que ela pode se manifestar, seja física, psicólogica, patrimonial, sexual ou moral. Neste sentido, o Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Benjamim Alves, equipamento socioassistencial situado no bairro Coroa do Meio, gerido pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, promoveu, na tarde desta quarta-feira, 19, uma roda de conversa sobre “Violência Doméstica”. 

De acordo com a psicóloga Camila Santana, uma das profissionais responsáveis pelo evento, o encontro reuniu mulheres acompanhadas pelos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) e de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif), ambos ofertados pelo Cras, além de moradores da comunidade em uma atividade socioeducativa alusiva ao “Dia Nacional de Combate à Violência Doméstica”, celebrado em 10 de outubro.

“Convidamos o grupo de mulheres do Paif e do Serviço de Convivência para discutirmos em conjunto. Fazemos encontros quinzenais nos quais várias temáticas são abordadas e as mulheres acabam relatando casos de violência na família, com vizinhos. Vemos a importância de trazer uma pessoa capacitada tecnicamente para explicar as formas de violência e identificá-las e falar sobre o trabalho da Patrulha Maria da Penha. É importante a vítima saber o que fazer diante da situação para tomar as atitudes adequadas”, destaca Camila. 

Durante as discussões, foram abordados temas como a Lei Maria da Penha, uma das leis mais conhecidas do país, e a atuação da Patrulha Maria da Penha (PMP), da Guarda Municipal de Aracaju (GMA), vinculada à Secretaria Municipal da Defesa Social e da Cidadania (Semdec), ministradas pela guarda municipal da PMP do Município, Sabrina Dias.

“Falamos sobre o nosso trabalho, sobre o que a Lei fala especificamente, como ela consegue proteger essas mulheres e qual o passo a passo para serem atendidas pela Lei. Gostei da diversidade do público porque tiveram idosos e adolescentes, e nessas rodas de conversa quando têm menos pessoas, elas se sentem mais à vontade para falar, perguntar, o que aconteceu aqui hoje”, relata Sabrina. 

A aposentada Daise Lúcia Delgado, de 64 anos, moradora do bairro Coroa do Meio, integra o grupo de idosos no Cras e foi muito participava durante as discussões.

“Eu gosto de participar, de entender aquilo que estou envolvida. Acho muito importante qualquer tema que venha falar sobre denúncia de violência contra idosos, crianças, deficientes e mulheres. É valiosíssimo. E isso tem que ser falado, divulgado, mostrado porque as agressões não acontecem só nas ruas, mas dentro de casa. Às vezes, um pai, irmão, vizinho, tio, uma pessoa que você confia é capaz de praticar o ato. Não devemos esconder”, afirma Daise. 

A aposentada Deolinda Pantoja, de 76 anos, estava acompanhada de seu esposo, de 78. Eles sempre participam juntos das atividades desenvolvidas na unidade. 

“É muito importante. Inclusive, antes de começar a palestra, a colega ao lado estava contando uma situação que a vizinha dela vivencia, com agressões físicas e não tem coragem de denunciar. Se acontecesse comigo, eu denunciaria. Meu esposo me dá o maior apoio”, conta Deolinda.