Período de chuva: Defesa Civil de Aracaju foca na prevenção e agilidade do tempo-resposta

Agência Aracaju de Notícias
24/05/2023 16h39

Aracaju entrou no período anual de maior incidência de chuva. O mês de maio, especialmente, é o mais chuvoso, e neste ano já registrou um acumulado de 455 milímetros (mm) de volume de chuva, superando, em quase o dobro, a média histórica para o mês, que é de 275 mm. No trabalho de monitoramento, prevenção e atendimento a ocorrências, a Defesa Civil de Aracaju, órgão vinculado à Secretaria Municipal da Defesa Social e Cidadania (Semdec), possui papel direcionador, sobretudo no que diz respeito à agilidade do tempo-resposta. 

Nos últimos dias, especificamente a partir do dia 18, a Defesa Civil reforçou o monitoramento das áreas de risco. De lá para cá, até a tarde desta quarta-feira, 24, já foi registrado um acumulado de 146 mm de chuva, chegando a ser computado um volume de cerca de 30 mm em uma hora. E, diante desse quadro, junto aos demais órgãos e secretarias que integram o Comitê de Gerenciamento de Crise da Prefeitura de Aracaju, agiu preventivamente, evitando maiores transtornos para a população. 

“Realizamos reuniões anuais para repassar o plano de contingência das chuvas, este que, ano a ano, recebe melhorias e boas práticas, colocando cada vez mais ações para que possamos ter uma mitigação maior no período de chuva mais intensa, atuando com um tempo-resposta cada vez menor, com menos impactos provocados pelas precipitações. O bom diálogo com os outros órgãos e secretarias é fundamental para a execução eficaz desse plano. Direta ou indiretamente, todas as secretarias se envolvem prestando algum tipo de suporte às ações”, destaca o secretário municipal da Defesa Social e da Cidadania, tenente-coronel Silvio Prado. 

Nesta semana, em particular, com a intensificação das precipitações, foram registradas 118 ocorrências relacionadas à chuva, entre risco de queda de árvore, desabamentos, avaliação de risco estrutural, deslizamento de terra, alagamento, e outros. A situação que demanda mais atenção, no entanto, é a do Largo da Aparecida, no bairro Jabotiana, região mais afetada pelo grande volume de chuva e pela cheia do rio Poxim.  

“Além de, junto à Secretaria Municipal da Assistência Social, estarmos prestando todo o apoio necessário às famílias atingidas pela cheia, fizemos o monitoramento na cabeceira do rio, em São Cristóvão, e verificamos que o rio baixou 97 centímetros, ou seja, quase o que subiu, ontem, que foi um metro. Acreditamos que o Poxim demore em torno de dois dias para voltar ao seu curso normal”, destaca Silvio.

Ao todo, 20 famílias precisaram de suporte da Prefeitura, sendo 16 famílias acolhidas, numa soma de 53 pessoas, hospedadas em duas pousadas, três famílias se encontram em residências de parentes, e uma, do bairro América, se encontra em uma unidade de acolhimento provisória municipal.

Outra assistência prestada ocorreu no povoado Aloque. A Secretaria da Assistência Social foi acionada pela Defesa Civil para acompanhar a situação de vulnerabilidade de duas famílias, visto que as águas do rio Poxim atingiram algumas residências na região. Não houve necessidade de acolhimento, nem da concessão de benefícios eventuais. As famílias continuarão sendo acompanhadas pelo Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Madre Tereza, equipamento de referência do território.

Sucção 
Considerando a previsão para que o rio volte à sua normalidade, a Defesa Civil, com apoio da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), recorreu a uma medida mais enfática.

“Estamos fazendo um processo de aceleração do retorno da água do rio ao seu leito normal, com bombas de sucção da Emsurb, fazendo uma drenagem. Amanhã, continuaremos bombeando essa água para acelerar esse processo, e essas pessoas possam voltar às suas residências o mais rápido possível”, explica Silvio. 

Monitoramento e prevenção
Conforme o secretário, com a experiência vivenciada em 2019, quando a cidade e, especialmente, o Largo da Aparecida vivenciou um período intenso de enchentes e alagamentos, a Prefeitura passou a contar com aparatos que, hoje, fazem toda a diferença para a atuação das pastas municipais, com destaque para a Defesa Civil. 

“Temos trabalhado com tecnologia, com sensores de inundação no rio Poxim, o que possibilita acompanhar a elevação da cota do rio, e isso nos ajuda no poder de decisão, como retirar as pessoas antes que o rio transborde. Investimos, também, em pluviômetros, hoje temos 18, que nos permite perceber o quantitativo de chuva em toda a cidade, o que otimiza as nossas ações, então, nos locais em que sabemos que mais chove, deslocamos equipes para eles. Isso nos permite, ainda, ampliar a nossa comunicação com a população”, destaca o gestor. 

Além do ClimAju, que concentra as informações meteorológicas está à disposição de toda e qualquer pessoa, a Defesa Civil também tem um canal de comunicação direto, o número 199, que a população pode acionar a qualquer situação de risco, além do serviço SMS 40199, que envia alertas aos números cadastrados e informa sobre ocasiões que demandam maior atenção. 

Previsão
O coordenador da Defesa Civil de Aracaju, Robson Rabelo, reforça que, no momento, a situação está controlada, mas a atenção segue focada. 

“Nesta quarta-feira, a chuva caiu com muito menos intensidade, dando tempo para que ocorra o escoamento da água e a cidade se recupere, sobretudo a região do Largo da Aparecida. Por lá, o rio se manteve estável e, de acordo com as previsões, assim deve se manter, pelo menos até esta quinta-feira, 25. Na sexta, dia 26, a previsão já muda, sendo esperado certa quantidade de chuva, no entanto, sem a intensidade vista nos últimos dias”, frisa Rabelo. 

Segundo o coordenador, ainda em períodos de menos intensidade de chuva, a Defesa Civil se mantém em alerta. Ele salienta que a assistência à população é norteada a partir de cinco pilares: a prevenção, quando é realizado monitoramentos e ações que previnem eventuais casos de risco; a preparação da população em casos de risco; a mitigação, quando são realizadas ações para reduzir as consequências de um risco ocorrido e recuperação, quando a Defesa Civil recupera estruturas danificadas por alguma situação de risco. “São providências realizadas pela Defesa Civil para dar esse auxílio aos moradores de Aracaju. A Defesa Civil está sempre em alerta e realizando monitoramento nas áreas de risco”, pontua.