A Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), participou na manhã desta terça-feira, 4, das comemorações dos 24 anos do Centro de Integração Raio de Sol (Ciras), localizado no bairro Santa Maria. Em parceria com a SMS, a organização não governamental atende cerca de 800 pessoas com deficiência e realiza ações direcionadas para pessoas com transtornos mentais que abrangem os Centros de Atenção Psicossocial Ivone Lara e David Capistrano, além do Centro Especializado de Reabilitação II.
Na ocasião, a Saúde de Aracaju recebeu uma placa de reconhecimento em função dos convênios estabelecidos com a instituição no atendimento aos usuários assistidos. “A Secretaria da Saúde tem três convênios com o Ciras voltados para pessoas com deficiência e para pessoas com transtornos mentais e é uma instituição que tem prestado um serviço muito importante para a sociedade de Aracaju. Estamos aqui para prestigiar a mentora de tudo isso, que é dona Carol, que tem cada vez mais ampliado o serviço com um olhar extremamente interessante para as necessidades das pessoas, sobretudo ao público mais vulnerável”, destacou Waneska Barboza.
As festividades celebram também os 50 anos da chegada de Carolyn Estella Chase Freire de Carvalho ao Brasil, grande mentora do Centro Especializado de Reabilitação. Em julho de 1973 ela saiu da Califórnia, nos Estados Unidos, para dedicar-se ao voluntariado através do Programa Americano dos Voluntários da Paz, onde desempenhou a função de terapeuta ocupacional e implantou o serviço de reabilitação pediátrica. Segundo Carolyn Estella, a parceria com a Secretaria da Saúde de Aracaju é fundamental para o bom funcionamento do Ciras.
“Estamos juntando os 50 anos da minha chegada ao Brasil, os 20 anos da Rosa Azul e mais 24 anos do Centro de Integração Raio de Sol. Estamos comemorando tudo como uma grande reunião familiar para homenagear vários grupos de pessoas que fizeram parte do projeto desde o início. É um momento muito bonito porque tem pessoas que atendi quando eram bebês e estão aqui hoje, profissionais que trabalharam há duas décadas e que eu não via mais. A participação da Secretaria da Saúde é fundamental porque temos projetos do Centro Especializado de Reabilitação II com 500 pessoas sendo encaminhadas, boa parte autistas. Temos o setor de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, com isso estamos bem preparados para atender essas pessoas e sem essa parceria não seria possível manter o centro de reabilitação aqui”, ressaltou Carolyn Estella.
De acordo com Elberlene Arimatea Moura, coordenadora do Caps David Capistrano III, os serviços prestados aos usuários são oficinas terapêuticas, atendimentos individuais e em grupo com psicólogos, assistência médica e farmacêutica, além do acolhimento aos usuários em situação de crise. “O Ciras é uma instituição que há muitos anos trabalha questões de humanidade com as pessoas e isso é muito bom para nós do Caps”, contou.
Maria Pastora de Menezes Santos é mãe de Suyan Nery de Menezes, acometida pela esquizofrenia e acolhida pelo Ciras há 35 anos. Segundo Maria, Suyan chegou ao centro de integração bem debilitada, e desde então é atendida com muito zelo e respeito, o que possibilitou uma qualidade de vida equilibrada. “Minha filha chegou aqui criança, hoje tem 40 anos e é tratada como um bebê porque o cuidado é muito grande. No Ciras, ela tem médico, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, aulas de dança, capoeira, passeios e tudo o que você imaginar. É uma segunda casa e eu só tenho gratidão no meu coração, pois é gratuito e as cuidadoras são muito boas”, contou emocionada.
