A pandemia de covid-19 provocou consequências que até hoje seguem sendo analisadas por cientistas e pesquisadores de todo o mundo, sobretudo para grupos de risco, no que diz respeito à saúde e ao bem-estar. Estão inseridos em um desses grupos os idosos, que passaram por transformações no dia a dia do lar. Pensando em proporcionar melhores formas de convivência em sociedade e motivar o controle de doenças preveníveis, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), está reativando grupos de convivências.
Na Unidade Básica de Saúde (UBS) Santa Terezinha, localizada no bairro Robalo, uma equipe de profissionais, dentre agentes comunitárias de saúde, enfermeira, assistente social e gerência, está realizando quinzenalmente o encontro do Grupo de Convivência de Idosos Amigos da USF Santa Terezinha. A assistente social Taciani Pelizaro, explica a motivação do grupo.
“Temos observado muitos idosos solitários, parece que a pandemia agravou essa situação de eles sentirem mais carência, precisando de um acolhimento. Além disso, fizemos uma pesquisa com eles mesmos do que mais eles gostariam de fazer e o que eles querem, além da saúde, é se desenvolver, passear, conhecer gente nova. As expectativas deles é de criar vínculos. Por essa razão, estamos construindo o melhor formato do grupo junto com eles”, relata Taciani Pelizaro.
Dentre as metas estabelecidas pela equipe estão apoio médico, nutricional, psicológico, social e físico; promover encontros quinzenais para saúde e bem-estar envolvendo a mudança no estilo e hábitos de vida; oficinas de degustação de receitas saudáveis; práticas integrativas complementares; encontros externos de lazer e convivência; oficinas para exercitar memória, tecnologia e mídia; trabalhar habilidades manuais; promover eventos culturais; e conscientizar a população idosa da importância sobre a participação no processo de fortalecimento do SUS.
A enfermeira Karolinne Pontes destaca que, ao promover a reativação do grupo de convivência, o foco da equipe é melhorar a qualidade de vida da população idosa referenciada na USF Santa Terezinha.
“Pretendemos, realmente, melhorar a qualidade de vida deles, verificar dentro desse grupo se há alguém com comorbidades, ou seja, hipertensão, diabetes ou outras doenças crônicas que são muito comuns na terceira idade. O intuito é promover hábitos saudáveis, realizar atividades para manter a saúde mental e minimizar as chances de acometimento de demências. Neste encontro, nós realizamos a aferição de pressão arterial e glicemia, peso e altura, além de obter outras informações que nos auxiliem a trabalhar com o monitoramento a fim de promover uma atenção integral dos usuários idosos”, frisa.
Os idosos inseridos no grupo de convivência moram na região, a maioria no bairro Aruana. Dina Maia Lima, pedagoga aposentada de 78 anos, é uma dessas pessoas, e avalia o grupo como essencial para a sua vida. “Aqui, vamos conhecer o alimento que pode ou não pode comer, vamos contar sobre insônia, sofrer de desinteria, dores nas juntas e isso tudo está sendo esclarecido do porquê dessas enfermidades, de doenças hereditárias, elas têm uma causa. Eu senti aqui que nós devemos cuidar da nossa alimentação”, ressalta.
Maria Auxiliadora Farias Queiroz, de 82 anos, é outra frequentadora do grupo e também moradora do bairro Aruana. Para ela, o grupo foi feito para a convivência com os outros idosos não somente na unidade, mas no próprio bairro, proporcionando novas amizades e companhias.
“Aqui é um posto que dá assistência total a nós que estamos necessitados dos médicos, enfermeiras, assistentes e tudo o mais. Eu acho isso muito bom, foi excelente porque assim vamos ter uma convivência com uma pessoa que pode até morar próximo da minha casa, e se caso necessitar ela vem bater um papo comigo ou então eu vou bater um papo com ela. Além da gente se melhorar, também dá para passar o que você tem de melhor para os outros”, conta Maria Auxiliadora.
