Vida em Cena: grupo teatral do Caps Jael celebra oito anos de assistência à população

O grupo teatral “Vida em Cena”, formado por usuários do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Jael Patrício de Lima, vinculado à Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), celebra, nesta quarta-feira, 30, oito anos de existência e assistência à população. A comemoração contou com apresentação teatral, poesia, exposição artística, música, projeção de fotos e apresentação de coral.

O principal objetivo do grupo é falar sobre o cotidiano dos usuários na comunidade, com a proposta de discutir os recomeços que eles tiveram a partir do tratamento e acompanhamento promovido pela equipe. 

De acordo com a coordenadora do Caps Jael Patrício, Laís Almeida, o “Vida em Cena” é um grupo terapêutico que existe há oito anos e os temas das peças são pensados prioritariamente com a pauta da valorização da vida. 

“O teatro é uma das formas para as pessoas se reconhecerem como sujeitos que podem fazer outras coisas na vida, inclusive ser artistas. O grupo tem uma potência de terapia para que as pessoas se reconheçam nas histórias, e possam narrar de outra maneira, podendo reescrever sua própria história. A intenção é que possamos refletir o assunto junto ao grupo e todo o contexto da ficção é trabalhado pelos usuários com situações reais”, explica Laís. 

O “Vida em Cena” é composto por 18 pessoas e é voltado para um público de pessoas adultas em sofrimento psíquico grave, sendo facilitado pela psicóloga Karine Dantas e a farmacêutica Camila Beneti.

“O grupo tem a proposta de trabalhar o coletivo com a arte do teatro, trabalhando a cooperação entre eles. Fazendo com que os usuários sejam protagonistas não só das peças teatrais, mas também da vida deles. Trabalhamos a autoestima, trazendo a magia do lúdico para o real. Por isso é sempre uma emoção muito grande trabalhar com eles a saúde mental, do corpo e da vida”, enfatiza Karine Dantas.

A usuária do Caps e atriz do grupo “Vida em Cena”, Larissa Reis, entrou no projeto há seis anos e elogia a iniciativa. “Entrei a convite da minha psicóloga, Karine, e não pretendo mais sair do grupo. Tem feito muito bem para a minha vida, distrai a minha cabeça e, também, eu era muito tímida antes de entrar no teatro, agora consigo expressar os sentimentos que eu sinto para as pessoas”, afirma.

 

Também atriz da peça, Clilda d’Arc conta que está desde o inicio do grupo e destaca a importância do Caps. "Aqui, é tudo para mim, agora. Minha casa, meu lazer, onde estão meus amigos. Eles me entendem e me dão a oportunidade de vir, me reinventar e apresentar minha arte”, frisa Clilda. 

Mirabel do Nascimento é uma das mais antigas do grupo teatral e encontrou no equipamento um meio para seguir com o tratamento que devolveu-lhe sua qualidade de vida. Ela também encontrou nas aulas de música uma oportunidade para aprimorar o talento e também cantar.

“Encontrei no teatro um recurso terapêutico que me auxiliou ao longo destes oito anos. Eu participei da criação do grupo, que sempre foi baseado no amor, não importa se estou triste, alegre ou deprimida, aqui estou sempre muito bem e contando nossas histórias de vida”, relata Mirabel.