Prefeitura promove Ciclo de Formação para cuidadores e educadores sociais

Assistência Social e Cidadania
03/10/2023 12h19

Com o objetivo de promover um cuidado mais humanizado nos Serviços de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (Saicas), a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, iniciou nesta terça-feira, 3, o Ciclo de Formação e Capacitação com o tema “Estratégias, manejos e cuidados para crianças e adolescentes em acolhimento”. A capacitação tem como público-alvo educadores e cuidadores sociais da Proteção Social Especial (PSE) e acontece no auditório da Faculdade Pio Décimo, no bairro Jabotiana.

Dividida em turmas, com duração de cinco horas cada, nessa primeira fase, a expectativa é atingir em torno de 50 profissionais que atuam especificamente na Alta Complexidade da PSE, que são os cuidadores e educadores sociais das Casas Lares e Abrigos Sorriso e Caçula Barreto.

A secretária municipal da Assistência Social, Simone Santana, destaca que o objetivo do Ciclo de Formação é, principalmente, melhorar o atendimento nas unidades e oferecer mais apoio aos meninos e meninas que são acolhidos no Serviço, buscando um acolhimento ainda mais humanizado.

“Abrigos e Casas Lares têm um perfil de usuários complexo e que esses profissionais precisam saber como lidar, como trabalhar com eles. Somos acompanhados por todo sistema de garantia de direitos e somos muito cobrados, então precisamos melhorar cada vez mais a nossa capacidade de atender o usuário e de lidar com as complexidades nas unidades. Esses usuários já tiveram uma vivência muito difícil, então dentro do abrigo é preciso encontrar uma forma harmônica e carinhosa e lidar com eles”, disse a gestora.  

O coordenador da PSE, Edilberto Filho, explica que a expectativa é de, até o final do Ciclo de Formação, capacitar cerca de 200 colaboradores. Ele ressalta que a perspectiva é realizar um debate sobre as técnicas de manejo e cuidado com o público acolhido, sendo uma ferramenta de trabalho para os cuidadores e educadores sociais que precisam estar recorrentemente atualizados, visto a complexidade do serviço e toda dinâmica que o acolhido possui.

“O acolhido possui histórias de vida completamente complexas e demandas que precisam ser respondidas de pronto atendimento, então nada mais justo do que fomentar a formação, apresentar ferramentas educativas, lúdicas e possibilitar um cuidado mais humanizado, mais voltado para a proteção do direito e principalmente proteger o que há de mais importante dentro dos nossos serviços, que são os acolhidos. É importante destacar que esse convite foi estendido à Proteção Social Básica, então teremos participação de educadores que estão em serviços de Cras, para possibilitar uma metodologia unificada dentro dos serviços da Assistência Social”, pontua o coordenador.

Para a coordenadora do Abrigo Sorriso, Magna Souza, esse momento foi muito esperado por todos que estão na gestão das unidades de acolhimento, visto que muitos cuidadores são oriundos do último Processo Seletivo e não possuem experiência com crianças e adolescentes.

“Esse momento é primordial para que eles vislumbrem outros olhares, uma prática diferenciada, com maior carinho, atenção, proteção. Hoje estamos dando início a esse ciclo e a gente aguarda ansiosamente que todos os cuidadores participem, porque é algo que eles pediram, que fossem capacitados para melhor cuidar e lidar com nossos acolhidos, para construirmos um ambiente mais harmônico, de uma acolhida diferenciada, porque os nossos acolhidos precisam disso, se sentirem bem recebidos, amados e protegidos”, destaca.

A cuidadora da Casa Lar 3, Janelice dos Santos, considera que essa é uma oportunidade de aprender como lidar melhor com as crianças e adolescentes em situação de acolhimento. “A gente sabe que elas tiveram uma vivência difícil, então a importância desse momento é para que a gente possa transmitir para eles o carinho que não tiveram, além de ter todo o cuidado dentro do lar e com outras crianças”, conta.

A educadora social do Cras Santa Maria, Mônica Alves, ressalta que a maioria das crianças e adolescentes acolhidas também passam pelos Centros de Referência da Assistência Social (Cras), seja antes ou depois do acolhimento.

“É importante ter esse momento de capacitação para que a gente aprimore o olhar, principalmente para as crianças que estão em abrigos, compreender as necessidades deles e lapidar até a forma da gente atender essas crianças. As demandas são muitas, as situações são diversas e a gente tem que estar preparado pra isso. A gente recebe crianças que já passaram pelo abrigo e vem com um comportamento totalmente modificado e também o contrário, crianças que estão no Cras e vão para o abrigo por n motivos”, diz.