Na Estação Cidadania, projeto social aproxima jovens e idosos da prática do judô

No bairro Bugio, zona Oeste de Aracaju, a Estação Cidadania - Esporte Radialista Carlos Magno tem transformado a rotina da população por meio da prática de atividade física. Essa mudança positiva acontece graças as aulas das mais de 15 modalidades esportivas ofertadas, sejam elas do quadro de esportes da Secretaria Municipal da Juventude e do Esporte (Sejesp), ou promovidas por meio de projetos sociais.

Atualmente, seis projetos sociais das modalidades judô, capoeira e futsal, utilizam do espaço e da infraestrutura do ginásio poliesportivo para a realização de atividades, com aulas no fim da tarde e durante a noite. Dentre eles está o “Judô para a comunidade”, idealizado há cerca de um ano e sete meses pelo consultor de vendas e faixa preta de judô, Sidney Vieira, cuja criação, inicialmente, tinha a finalidade de treinar sua filha, Eduarda Vieira, atleta da arte marcial.

Nas tratativas com a direção da Estação Cidadania para realização das aulas, ficou acordado a abertura de vagas para a comunidade e, assim, a certeza de que, a partir dali, a ideia se tornaria um projeto social.

De acordo com Sidney, o que era um hobby, tornou-se uma paixão e algo satisfatório por poder aproximar e incentivar as pessoas a praticarem o judô. “É importante levar a história e o estilo de judô para a comunidade, porque essa arte marcial contribui de várias formas: com a disciplina, com a memória, ajudando o cognitivo, trabalhando o físico, a coordenação motora, reforçando aquela ideia do corpo e mente sadios, contribuindo para o social e para saúde da pessoa”, ressalta o professor.

As aulas da modalidade acontecem nas noites das terças e quintas-feiras, das 19h20 às 21h20. Para o mestre, como é chamado pelos alunos, ter a Estação Cidadania como local de treinamento foi essencial para que o projeto existisse.

“Um espaço desse a gente não encontra em qualquer lugar, com essa amplitude, com essa quantidade de tatame e que a gente ainda consegue dividir com outras modalidades, sem uma atrapalhar a outra. Por isso, sem o apoio da Sejesp, com a cessão da Estação Cidadania, a gente não teria onde treinar”, reforça o faixa preta de judô.

O projeto dá aula para mais de 20 pessoas a partir dos 6 anos de idade, difundindo o esporte da criança à pessoa idosa. É o caso do aluno Cleilton Cosme, de 60 anos, que faz as aulas desde o início do projeto. O aposentado relata como o desenvolvimento da modalidade melhorou sua saúde e condição física.

“Eu tenho asma, diabetes, problemas na coluna, tenho muitos problemas de saúde, mas a partir do momento que comecei a treinar o judô, passei a sentir menos as causas dessas doenças. Minha asma, por exemplo, parei de ter crise. Por isso, eu venho treinar com o maior gosto, não só para melhorar minha saúde física, mas também como uma terapia”, relata o aposentado, que mora no Bugio há sete anos.

Quem também acompanha de perto as aulas de judô é a dona de casa, Cristiane Ferreira, enquanto espera a filha, Thawany Ferreira, de nove anos, aluna do projeto. Ela relata como a prática da modalidade tem proporcionado benefícios para sua filha ao longo dos quatro meses que tem treinado.

“É um esporte que ela está aprendendo, fazendo bem para a saúde dela, ocupando a mente, além de que me deixa orgulhosa, porque eu vejo que, desde quando ela começou, tem se desenvolvido, pegando a prática de forma rápida”, relata.

O trabalho da Sejesp, aliado aos projetos sociais, numa importante relação em benefício do esporte e da inclusão, tem possibilitado a promoção da prática esportiva como ferramenta de oportunidade, saúde e bem-estar.

Só na Estação Cidadania circulam mais de 300 pessoas diariamente, utilizando do espaço para prática de, pelo menos, uma das 15 modalidades esportivas oferecidas, por meio das aulas, ou como forma de lazer. Com isso, o secretário da Sejesp, Sérgio Thiessen, destaca a importância do trabalho social desenvolvido pelo espaço, graças a preocupação da Prefeitura de Aracaju em valorizar o esporte na capital.

“Uma das prioridades da secretaria é fomentar, apoiar, proporcionar e desenvolver projetos sociais através do esporte e o projeto do judô é um exemplo claro de como é possível transformar a vida com ensino de modalidades, com a atividade física”, disse o gestor.

Ao ressaltar a fala do secretário, o diretor de Esporte e Lazer da Sejesp, Cristiano Poconé, afirma que “desenvolver esporte é desenvolver também a saúde e a segurança, uma vez que a gente promove o bem-estar e oferece uma ocupação para essas pessoas, principalmente as crianças, que poderiam estar na rua. Dessa forma, por meio do esporte, a gente promove também a inclusão social. Seguir essa caminhada junto com os projetos sociais só contribui para a efetivação desse trabalho”, finaliza o diretor.