Em Aracaju, o atendimento às pessoas transgêneros, transexuais, travestis e não binário é garantido pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), na atenção básica da capital e busca acolher a diversidade aracajuana de forma equânime. O Serviço de Acolhimento à Saúde Trans de Aracaju (SAST AJU) ocorre de acordo com as diretrizes da Política Nacional de Saúde Integral LGBT, instituída pela Portaria nº 2.836/11.
Atualmente, oito Unidades de Saúde da Família (USFs) da cidade contam com o SAST AJU. São elas: as USFs Edézio Vieira de Melo (Siqueira Campos), José Quintiliano (Santo Antônio), João Oliveira Sobral (Santos Dumont), Lauro Dantas (Jardim Centenário), Dr. Roberto Paixão (17 de Março) e Oswaldo de Souza (Getúlio Vargas), Ávila Nabuco (Médice) e Antônio Alves (Atalaia).
De acordo com a secretária da Saúde de Aracaju, Waneska Barboza, a disponibilização de oito Unidades do SAST Aju é um grande passo para o fortalecimento da Portaria nº 2.836/11 dentro do município.
“Reconhecemos que ainda há muitos desafios a serem enfrentados, principalmente em decorrência dos preconceitos enraizados na sociedade de um modo geral. Qualificamos nossos profissionais e chamamos aqui essa população para ocupar esses espaços instalados. Precisamos que o público trans entenda que não são só as questões da transgeneridade que perpassam sua condição de saúde, é necessário que essa população também venha para a lógica da Estratégia de Saúde da Família, até porque é através desses atendimentos que nós conseguiremos mapear esse público e pensar futuramente outras políticas públicas alinhadas às suas necessidades” explica Waneska.
De acordo com a referência técnica da política de saúde da população LGBTQIAPN+ da SMS, Tácia Martins, a iniciativa do SAST faz parte do Planejamento Estratégico da gestão municipal, no que diz respeito à ampliação do acesso desse público aos serviços disponíveis na Atenção Primária.
“Semanalmente planejamos estratégias de aproximação da população LGBT+ aos serviços de saúde. Quando a gestão criou o Serviço nas unidades de referência foi justamente para que as pessoas trans se sentissem seguras em buscar os serviços de saúde, na certeza de que quando chegassem nas USFs todos os seus direitos seriam assegurados e respeitados”, enfatiza Tácia.
A referência técnica recorda o início do projeto no ano de 2022, relembrando que a iniciativa partiu de um projeto piloto em uma única UBS e hoje está disponível nas oito regiões de saúde de Aracaju. “Ficamos bastante empolgados com os resultados da unidade piloto, foi então que apresentamos à secretária Waneska a proposta de ampliarmos a referência para todas as regiões de saúde no intuito de facilitar o acesso das pessoas a esse serviço. Ela validou de imediato e monitorou todo o processo de ampliação através do nosso planejamento”, destaca.
SAST AJU
O Serviço disponibiliza para a população trans, exames, consultas, procedimentos e medicamentos disponíveis no âmbito da Atenção Primária da Saúde. Ainda segundo Tácia, foi realizado um processo de preparação e sensibilização dos profissionais para ter uma ambiência capaz de acolher melhor esse público, daí a necessidade das Unidades de referências.
“Já conseguimos ver os avanços com relação aos exames citopatológicos, que são os preventivos. Tínhamos poucos atendimentos realizados com pessoas que possuem colo uterino, mas que não se referenciam como mulheres, como é o caso dos homens trans. Essa população acabava não buscando os serviços de saúde para realização desse exame, que é o principal mecanismo para rastreio do câncer de colo de útero”, reforça a referência.
Fluxo de Atendimento
Para ter acesso ao SAST AJU nas UBSs é necessário realizar o agendamento, de segunda a sexta-feira, em horário comercial, pelo telefone 0800 729 3534 e selecionar a opção 8, destinada ao Serviço de Acolhimento à Saúde Trans de Aracaju.
No momento da ligação, o paciente poderá informar em qual das oito unidades deseja receber o atendimento. Na data agendada, as pessoas devem dirigir-se até a recepção da UBS indicada com RG, CPF, comprovante de residência e informar que dispõe de consulta agendada. A partir daí, elas poderão receber os serviços disponíveis naquela unidade, como consulta clínica, realização de testagens e exames, atendimento odontológico, enfim, tudo aquilo que é disponível nas Unidades de Saúde da Família com uma equipe capacitada para prestar o cuidado em saúde necessário a estes pacientes.
