Realizado pela Prefeitura de Aracaju, projeto Ilé-Iwé é finalista do Prêmio Innovare

Educação
26/10/2023 15h10

O estímulo à cultura negra nas escolas municipais e estaduais promovido pelo projeto Ilé-Iwé teve sua importância reconhecida para além da sala de aula e acabou se tornando um dos finalistas da 20º edição do Prêmio Innovare.
 
Idealizado pela Secretaria Municipal da Educação de Aracaju (Semed), o Ilé-Iwé é realizado a partir de parceria com o Ministério Público de Sergipe (MPSE), Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc) e das Secretarias Municipais de Educação dos municípios de São Cristóvão e Nossa Senhora do Socorro. A iniciativa também conta com o apoio da Universidade Federal de Sergipe (UFS), por meio do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neabi) e do Movimento Negro Unificado (MNU).

Com a formação continuada sobre a cultura negra e incentivo de debates sobre movimentos negros para coordenadores pedagógicos e professores das escolas municipais, a relevância social e histórica do projeto gerou destaque nacional. Com isso, o Ilé-Iwé é um dos concorrentes do prêmio ofertado pelo Instituto Innovare, que é uma associação sem fins lucrativos que busca premiar e divulgar ações do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública e de advogados que promovam a democratização do Sistema Judicial Brasileiro.

Foi levando arte, história, cultura e costumes do povo negro para os alunos das redes municipais e estaduais que, dentre as 773 práticas aprovadas para participação na premiação, o Ilé-Iwé foi avaliado como um dos finalistas da categoria Ministério Público, colocando Sergipe ao lado do estado de São Paulo, Amazonas, Maranhão, Rio Grande do Sul, Pará, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Paraná e Distrito Federal.

O promotor sergipano à frente da ação é Luis Fausto Valois, que descreve a indicação como “uma felicidade muito grande”, pois significa o reconhecimento da junção de esforços, de ideias e a vontade de fazer e acontecer do Ilé-Iwé. 

“A construção desse projeto nos traz a certeza do sucesso advindas da dedicação, carinho, cuidado e organização das etapas que foram realizadas. Em 2019, 2020 e 2021 realizamos atividades de forma virtual, por conta do momento da pandemia, e foi um sucesso que nos trouxe muita felicidade. Houve apresentação da poesia da periferia, o hip hop, a orquestra de atabaques, a Feira do Mangaio Negro, um Q de negritude e uma alma africana. Este ano, já tivemos a presença de vários professores, sociólogos, representantes da comunidade do Samba de Coco e tantas outras, pois são inúmeras as atividades oferecidas pelo Ilé-Iwé que exaltam a cultura afro-brasileira”, explica. 

“A união das secretarias municipais com o MP mostra os trabalhos de destaque que estes órgãos educacionais fazem em prol da cultura e da história africana e afro-brasileira, exaltando os vultos nacionais e africanos que merecem a nossa atenção e respeito. Também não podemos deixar de registrar a parceria e os trabalhos realizados em conjunto com o MNU que, desde a primeira edição, tem contribuído muito para este sucesso. Deixo aqui meu agradecimento a todos que compõem o Ilé-Iwé e possibilitaram as realizações que teremos em breve. Com fé em Deus e nos orixás, continuaremos os trabalhos em 2024”, afirma o promotor.

Em complemento, a gestora da Coordenadoria de Políticas Educacionais para a Diversidade da Semed (Coped), Analice Marinho, reforça a alegria de disputar um prêmio reconhecido como o Innovare.

“É importante salientar que o nosso objetivo está além da Lei 10.639, instaurada em 2023, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira dentro das disciplinas, pois, nós implementamos, discutimos e demonstramos as diversas formas de se trabalhar com a educação para as relações étnico raciais em sala de aula. No Prêmio Innovare 2023 estamos concorrendo com um projeto do MP do Rio de Janeiro e ficamos muito felizes com o reconhecimento, se tornando um dos finalistas”, diz.