Prefeitura orienta usuários sobre diferenças e cuidados para pessoas com autismo e TDAH

Saúde
30/10/2023 16h01

Com o aumento das discussões a respeito do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), cada vez mais pessoas estão buscando diagnósticos como sinais e sintomas anteriormente considerados rotineiros, mas que, atualmente, em alguns casos, se assemelham a esses transtornos que carecem de um olhar atento de profissionais. Neste contexto, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), alerta sobre as principais diferenças, diagnóstico, tratamento e serviços ofertados para pessoas com TEA e TDAH.

Segundo a coordenadora do Centro Especializado em Reabilitação (CERII), Sony Petris, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por déficit na comunicação, na interação social, comportamento restritivo e repetitivo. “As causas são multifatoriais e podem apresentar diferentes graus de comprometimento, que necessitam de diferentes tipos e quantidade de apoio. O diagnóstico é basicamente clínico, sendo necessário, em alguns casos, avaliar outras comorbidades”, destaca.

Os tratamentos oferecidos são passados conforme a necessidade da pessoa. No caso do TEA, a partir de uma avaliação pode ser ofertado acompanhamento com profissionais da Terapia Ocupacional, Psicologia, Fonoaudiologia, Fisioterapia, dentre outros. O encaminhamento ocorre através da Unidade de Saúde da Família (USF), onde o usuário passa pelo clínico geral para uma avaliação inicial e é direcionado para a Rede de Atenção Especializada pelo Centro Especializado em Reabilitação (CER II).

Já as pessoas com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) apresentam dificuldades de manter a atenção. As principais características são desatenção, pouca concentração, hiperatividade, inquietação e impulsividade. Os cuidados em pessoas com TDAH são intensificados no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Ivone Lara, localizada no bairro Cirurgia.

A coordenadora do CAPS II Dona Ivone Lara, Denize Eduarda, explica que, conforme o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do TDAH, do Ministério da Saúde, para o diagnóstico deve ser realizada avaliação clínica e psicossocial com equipe multidisciplinar. Durante a avaliação é importante observar as seguintes características: falta de persistência em atividades que exigem envolvimento cognitivo, tendência a alterar entre atividades sem finalizá-las, movimentos excessivos e descoordenados do corpo.

“O CAPS Dona Ivone Lara oferta acolhimento inicial, onde são coletadas todas as informações sobre sintomas, histórico familiar, social e escolar, assim como é feita avaliação multiprofissional para iniciar as intervenções. Uma vez apresentando perfil para atendimento no CAPS, a criança ou adolescente será inserido para cuidados em saúde mental. Desta forma, ocorrem oficinas e grupos terapêuticos; atendimento individual e em grupo; apoio matricial para Unidade de Saúde da Família, Urgência Mental do Hospital São José e Hospital da Criança; visitas domiciliares; apoio e grupos de família para orientação parental; atividades físicas; ações intersetoriais, assistência e orientação medicamentosa e demais demandas necessárias ao atendimento do projeto terapêutico singular dos usuários”, destaca Denize Eduarda.

Ainda segundo a coordenadora do CAPS, é essencial que o diagnóstico seja feito da forma adequada para que as intervenções sejam iniciadas imediatamente, a fim de proporcionar melhor qualidade de vida ao paciente. “Na infância é de suma importância que a intervenção seja feita, também, por meio de treinamento parental, com o objetivo de auxiliar os pais/responsáveis pelo cuidado, no manejo diante das demandas apresentadas”, alerta, informando que o transtorno ocasiona prejuízos em diversos âmbitos da vida, inclusive de funcionalidade. Os casos que, além do TDAH, a criança ou adolescente também possui outras comorbidades causam dificuldade na vida cotidiana.