Visando a ampliação e a diversidade das práticas esportivas ofertadas nas escolas municipais de Aracaju, a Secretaria Municipal da Educação (Semed), por meio da Coordenadoria de Educação Física e Esporte (Coefesp), realizou, nesta quinta-feira, 14, no auditório Antônio Vieira da Silva Neto, o curso de lutas para professores de Educação Física da rede. A ação faz parte do planejamento desenvolvido durante o seminário anual ocorrido entre a coordenadoria e os docentes da área, que discutem e decidem quatro modalidades que serão exploradas e implantadas nas escolas durante todo o respectivo ano.
Em 2023, as modalidades escolhidas foram xadrez, rugby, skate e lutas. Finalizadas as outras três, chegou a vez de ensinar aos estudantes os conceitos, técnicas e aspectos pedagógicos do lutar.
Presente no curso, o gestor da Coefesp, José Robson dos Santos, reforça que a formação serve para demonstrar ao professor de Educação Física que ele não irá ensinar, de fato, a luta convencional, de defesa pessoal, mas sim a da perspectiva de desenvolvimento humano, motor e pedagógico. Portanto, não é necessário temer a integridade física dos alunos ou qualquer outro problema envolvendo a força física.
“Os professores têm muito receio, porque eles conhecem pouco a luta e temem que o aluno se machuque. Então, este curso é exatamente para mostrar que o professor de Educação Física pode, sim, trabalhar esse conteúdo, desde que ele tenha alguns cuidados, que ele pedagogize para o mundo da escola. O professor à frente do curso está, desde o início, mostrando como é que é o trabalho dentro de uma academia e como deve ser dentro da escola. A formação acontece em três turnos, somente para os professores de Educação Física. Nós fomos até a Universidade Federal de Sergipe e convidamos o professor Charles, que tem uma experiência vasta nesse campo e que está fazendo um excelente trabalho no dia de hoje”, explica.
O professor do curso, Charles Nardelli, é faixa preta de judô e jiu-jitsu, mestre em educação física e descreve as lutas como um campo muito difícil para adentrar nas aulas, mas que ensinará aos docentes formas de repassar a prática de uma maneira lúdica e educativa.
“O intuito não é trabalhar golpes e sim a habilidade motora, a inteligência tática, a solução motora. É para que a criança aprenda para uma possível luta no futuro e aquela aprendizagem da educação física, que essa aprendizagem inteligente ajude, também, outros vetores da vida, da matemática, da aula de português, no raciocínio lógico e que ela vá viver daí para a frente com relação ao movimento. Então, que esse nosso trabalho aqui ajude a mudar e a melhorar ainda mais as obras de lutas na rede municipal de Aracaju e que as crianças sejam o maior beneficiário disso”, declara.
Hamilton Oliveira Teles, um dos docentes participantes do curso, ensina na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Dom José Vicente Távora, avalia o curso como bastante interessante.
“Às vezes, tem modalidade esportiva que, por mais que sejamos professor de educação física, não tivemos essa vivência e esses cursos nos trazem justamente isso e ensina como transformar para parte pedagógica. A educação física e o esporte estão totalmente ligados ao desenvolvimento integral do ser humano. Quando o ser humano tem um desenvolvimento motor, ele também se desenvolve nas disciplinas e tem um aproveitamento melhor”, analisa.
Leandro Andrade, docente da Emef Doutor Carvalho Neto, afirma que a formação não está ensinando a formar atletas, e sim, a contemplar as habilidades e o objeto de conhecimento que cada disciplina propõe. “O curso realmente vai dar uma base, porque o professor está ministrando justamente a parte pedagógica, que é o objetivo da educação. Ensinar educação física é fazer com que as ações que você pratique dentro dos conteúdos, você também acabe levando para vida como ações motoras, ações de aprendizagem, de respeito, de dignidade e de equidade”, destaca.
