Sistema Único de Saúde dobra cobertura de exames de HIV em Aracaju

Saúde
14/09/2007 18h36

De janeiro a julho deste ano, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) dobrou a cobertura de exames de HIV recomendada pelo Ministério da Saúde (MS). O MS coloca como padrão a realização mínima de 17 exames para cada mil habitantes, mas a SMS já atingiu a marca de 34 exames por cada mil habitantes somente no primeiro semestre de 2007. “Esse número é referente ao laboratório da SMS. Se considerarmos os laboratórios conveniados com a Secretaria, aquele número será ainda maior”, revela o coordenador do Programa de DST/Aids da SMS, José Eudes Barroso Vieira, enfatizando que a Secretaria pretende ampliar ainda mais a cobertura. “A gente quer aumentar cada vez mais esta demanda, principalmente do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), que é uma demanda espontânea, e nas próprias Unidades de Saúde da Família (USFs)”, diz. A SMS tem cadastrado 1.581 pacientes com Aids (1.110 homens e 471 mulheres). Além destes, há 56 crianças com a doença no estado. Referência De acordo com Eudes Vieira, o município de Aracaju é referência ambulatorial para todo Estado de Sergipe no atendimento de pessoas com HIV/Aids. Além da assistência aos pacientes, o Sistema Único de Saúde (SUS) de Aracaju é o único no país que disponibiliza os medicamentos e os coquetéis para pacientes em todo o território estadual. Ele lembra também que Aracaju começou a fazer os exames de HIV em 2003, e que, naquele ano, foram realizados 2.853 exames. Em 2006, este número pulou para 12.635. Em 2007, até o mês de julho, a SMS já realizou 17.449 exames. “No CTA são realizados exames para detectar HIV, Sífilis e Hepatite B e C. O centro é aberto a toda a população de Aracaju e do interior do estado, tanto da rede privada quanto da pública. Muitas vezes, o paciente faz o acompanhamento num consultório privado e vem buscar a medicação no nosso ambulatório do Centro de Especialidades Médicas (Cemar) do Siqueira Campos”, revela. O Cemar também possui o Serviço de Atendimento Especializado (SAE), onde há a parte de ambulatório, que conta com infecto, equipe de enfermagem, assistente social, psicólogo, ginecologista e urologista, e também a equipe administrativa da farmácia. O SAE é responsável pelo atendimento dos pacientes da SMS, do Hospital Universitário (HU), e de todo o interior sergipano. Eudes Vieira informa também que todos os médicos e enfermeiras da Rede de Atenção Básica da SMS foram capacitados para saber fazer o manejo das pessoas com HIV, Sífilis e Hepatite. “Nós somos a primeira cidade de Sergipe e uma das poucas do Brasil a ter a Atenção Básica capacitada neste sentido”, comemora. Ações O Programa DST/Aids possui várias ações, dentre elas, o acesso universal ao tratamento, que, segundo Eudes Vieira, é um grande diferencial existente no programa brasileiro de assistência ao paciente com HIV/Aids. De acordo com o coordenador, o paciente conta com uma facilidade maior no acesso às consultas, ou seja, ao passar pelo acolhimento, a pessoa com suspeita de HIV pode ser atendida pelo médico no mesmo dia sem agendamento. Há também a oferta de exames para gestantes durante o pré-natal, que é realizado por meio do Programa Mamãe Coruja desde 2005. Ano passado, 7.000 gestantes fizeram o exame de HIV, que é ofertado nas 43 Unidades de Saúde da Família, além do CTA. Eudes Vieira finaliza lembrando que os exames no SAE são gratuitos e que qualquer pessoa pode fazê-los sem a necessidade de solicitação. O serviço funciona de segunda a quinta durante todo o dia. Na sexta, o SAE funciona apenas pela manhã, pois, na segunda-feira, o expediente se prolonga até as 20 horas.