Prefeitura capacita profissionais para fortalecer linha de cuidado em saúde mental

Saúde
23/05/2024 15h00

O aprimoramento dos fluxos na Rede de Atenção Primária (REAP) da Saúde de Aracaju faz parte da rotina da gestão municipal na direção de qualificar a oferta dos serviços para a população aracajuana. Frente a isso, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), realiza uma nova capacitação com psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e agentes comunitários de saúde que atuam nas Unidades de Saúde da Família (USFs), sobre o fortalecimento do cuidado a sintomas depressivos leves e moderados de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

A capacitação tem como objetivo principal o fortalecimento do cuidado em saúde mental na atenção primária da saúde municipal, ou seja, em todas as Unidades de Saúde da Família da capital, conforme explica a coordenadora da Rede de Atenção Psicossocial (REAPS), Marinês Mendonça.

“Os profissionais das Unidades de Saúde da Família estão sendo capacitados para fazer o primeiro atendimento àquele usuário que chega a uma das nossas unidades apresentando sintomas depressivos de modo a encaminhá-lo para o cuidado ao sofrimento mental. Em parceria com a organização Impulsogov, a capacitação tem a duração de duas semanas e promoverá melhor acolhimento”, destaca Marinês.

Segundo a gerente de projetos de Saúde Mental da Impulsogov, Daniela Krausz, o projeto de implementação de uma linha de cuidado efetivo para saúde mental tem algumas etapas.

“Primeiro, estamos fazendo uma formação para os profissionais da Atenção Primária em que formamos para serem capacitados a fazerem acolhimentos em saúde mental no âmbito da Unidade de Saúde da Família. Depois da formação, eles entram em um período de estágio em que fazem atendimentos de saúde mental para a população sob supervisão com especialistas de caráter formativo que vão apoiá-los para que consigam prestar e garantir que o cuidado esteja sendo de uma forma responsável e adequada dentro da abordagem que trabalhamos. Ao fim dos estágios, que dura de 3 a 5 meses, os profissionais irão atender usuários do SUS pelo período de quatro semanas. Por fim, estarão capacitados para continuar conduzindo esses atendimentos”, explica Daniela.

Além da capacitação, o projeto realizado pela gestão municipal e a Impulsogov será focado nas pessoas com sintomas depressivos leves a moderados. A princípio, cerca de dez Unidades de Saúde da Família estão empenhando profissionais para a capacitação. Elas estão recebendo formação sobre os preceitos do que é a saúde mental; rastreamento, ou seja, identificar pessoas no território que demandam cuidados em saúde mental para iniciar os ciclos de atendimentos com supervisão; técnicas de comunicação e abordagem, dentre outros temas.

Assistente social na USF Lauro Dantas, localizada no bairro Bugio, e também no Ambulatório de Saúde Mental (Ament), Raquel Batalha ressalta que a capacitação promove e melhora a conduta do profissional diante de usuários que procuram a unidade de saúde.

“Recebemos o usuário e percebemos quando ele tem alguma demanda que tem relação com a saúde mental. A capacitação está sendo em um nível muito bom em termos de conteúdo para levarmos até a USF porque, quando o usuário chega lá, passa por uma triagem e nem todos tem o manejo de acolhimento e compreensão sobre as suas necessidades. Eu acredito que essa capacitação chegou para melhorar a qualidade do trabalho dos profissionais com os usuários”, relata Raquel.

Assistente social que atua no Ambulatório de Saúde Mental (Ament), Ana Paula Souza argumenta que as técnicas de abordagens apresentadas durante a capacitação têm agregado um novo conhecimento para colocar em prática no dia a dia do trabalho.

“Isso é muito bom porque a minha expectativa é sair daqui com uma bagagem de conhecimento muito maior do que quando chegamos. Dentro dessas técnicas de abordagens vamos trabalhar especificamente fora de um público que ainda não está inserido na saúde mental, que atualmente é com o que eu lido no dia a dia. Aquele público mais tímido ou que ainda não teve a oportunidade de buscar uma ajuda e aqui estamos ampliando o campo de visão”, conclui Ana Paula.