PMA imuniza mais de 7 mil animais durante a Campanha de Intensificação da Vacinação Antirrábica

Saúde
06/04/2009 11h50

Os animais que ficam soltos pelas ruas da cidade raramente recebem os cuidados necessários para ter uma vida saudável, livre de doenças. Além de sofrer com doenças como infestação de carrapatos e leishmaniose (calazar), os cães e gatos errantes - denominação utilizada para animais que vivem na rua sem dono - estão sujeitos contrair raiva e transmiti-la a qualquer pessoa, através de mordidas ou arranhões. Para evitar que a doença se dissemine, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) intensificou a vacinação antirrábica entre os dias 23 e 27 de março.

De acordo com a coordenadora do CCZ, a médica veterinária Gina Blinoff, o trabalho serviu para criar uma linha de proteção na zona de fronteira da cidade. "Nós vacinamos mais de 7 mil animais em 10 bairros que ficam no limite dos Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão: Mosqueiro, Santa Maria, Jabotiana, Capucho, Olaria, Jardim Centenário, Bugio, Soledade, Lamarão e Porto Dantas", informa a veterinária.

Gina explica que a intensificação que ocorreu no final do mês passado foi um trabalho à parte no calendário da Zoonose. "Desde 2003, o Ministério da Saúde trabalha com duas campanhas anuais de vacinação antirrábica no Nordeste: uma em março e outra em setembro. A nossa região registra mais de 65% dos casos nacionais. Porém, recebemos um comunicado do Ministério, ainda não oficializado, afirmando que só iríamos trabalhar com a campanha de setembro. Por isso fizemos essa vacinação para criar um ‘cinturão' de isolamento", explica Gina.

Foram vacinados 7.265 animais, o equivalente a 58,8% de um total de 12 mil animais. Desses, 5.219 foram cães e 2.046 gatos. Gina alerta para que as pessoas jamais tomem a atitude de sacrificar o animal. "Ao desconfiar que o animal está com raiva, o ideal é trazê-lo para a Zoonoses. Provocar a sua morte é algo muito doloroso. Aqui, ele morre naturalmente e nós acompanhamos o processo com cuidado", diz.      

Raiva

Diariamente, o CCZ apreende uma média de três a quatro animais por dia com os sintomas da raiva. Gina explica que o problema é mais grave do que as pessoas geralmente imaginam. "Animais com raiva não só perdem as chances de sobreviver, como podem transmitir para as pessoas, através de uma mordida ou simples arranhão. A pessoa contaminada também não tem chance alguma de sobreviver. Em 2005, tivemos casos de raiva humana em São Cristóvão", afirma.    

Ela explica que é fundamental que as pessoas se atentem aos sintomas da raiva no animal. "Quando está com raiva, o bicho muda completamente o comportamento. Tem fome, sede, mas não consegue se alimentar. Ele tem convulsões, cialorréia e fica bastante agressivo. Na fase terminal da doença, ele tem paralisia dos membros posteriores", diz.

Quanto aos sintomas nos seres humanos, ela esclarece que a diferença é pequena. "As pessoas, quando contaminadas, sentem tudo isso, e paralisia nas pernas. Os sintomas se manifestam em média 45 dias após a agressão, mas pode levar até um ano", diz.