O Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Liberdade está completando oito anos de existência. Para festejar a data acontece na tarde desta sexta-feira, 17, uma festa natalina com os usuários, familiares, funcionários e amigos do Caps. O evento, além de confraternizar aqueles que fazem parte da família do Caps Liberdade, também vai promover um momento de resgate das memórias, histórias e avanços ao longo destes oito anos de serviço.
"Temos muito que festejar por estes oito anos. Superamos desafios, tivemos vários avanços, os mais importantes deles se refletem nas conquistas dos nossos usuários. Muitos deles estão hoje incluídos no mercado de trabalho, alguns se formaram pela UFS, outros estão frequentando escolas de arte ou voltaram a estudar. Tudo isso é resultado da melhora que eles tiveram ao participar das terapias multidisciplinar e oficinas de auto-estima e geração de renda", destacou o oficineiro do Caps Liberdade, Aragão de Lima.
Atualmente cerca de 280 pessoas que sofrem de distúrbios psicóticos recebem assistência do Caps Liberdade. O centro funciona 24 horas e coloca à disposição de seus usuários grupos de assistência psicológica e psiquiátrica e uma média de 20 oficinas de terapia ocupacional. O Caps conta com uma estrutura de oito leitos para acolhimento noturno e uma equipe diversificada de tratamento e assistência.
Projetos e participações
O Caps Liberdade iniciou este ano de 2010 dois projetos importantes: Sexta-Legal e Projeto Pôr-do-sol. Ambos têm o objetivo de oferecer aos usuários um espaço de cultura e interação social. A proposta do Projeto Sexta-Legal, que acontece uma vez ao mês, é proporcionar atividades culturais que trazem para dentro de Caps apresentações artísticas de música, teatro e dança. Já o Projeto Pôr-do-sol traz aos usuários um espaço especial de contato com arte do cinema. Nas oficinas do projeto os usuários têm a oportunidades de assistir e debater grandes sucessos do cinema brasileiro.
Nos dias 11, 12 e 13 de outubro, os usuários do Caps Liberdade participaram da semana da Mostra Teatral Arte Adoidado, no Rio de Janeiro (RJ). O evento, uma realização do Centro de Teatro do Oprimido, em parceria com o Ministério da Saúde e a Embaixada do Canadá, aconteceu no Teatro Nelson Rodrigues. O grupo ‘Dilemas da Vida', de Aracaju, apresentou o espetáculo ‘Fora Preconceito'.
A peça contou a história de Amélia, uma jovem que quer ser pintora, mas o professor de uma escola de artes a impede de seguir o seu sonho porque descobre que ela é ‘maluca'. "Nós fomos selecionados, o convite partiu do Centro de Teatro do Oprimido do Rio de Janeiro [CTO]. Na oportunidade estiveram presentes dois representantes de Sergipe: a cidade de Itabaianinha e a turma do Caps Liberdade, representando Aracaju", destacou Aragão.
Eventos
No ano em que Caps Liberdade completou oito anos aconteceram eventos importantes que ajudaram o centro a consolidar ainda mais o trabalho de interação social de seus usuários. Nesse sentido, um dos eventos mais recentes promovidos pelo Liberdade foi o Desfile de Bijuterias e Moda Alternativa no final do último mês de novembro. O desfile aconteceu na quadra da sede do Centro de Educação Permanente em Saúde (Ceps) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), com a participação de mais cerca de 200 pessoas.
Em meio ao cenário alegre, repleto de cores tropicais, os usuários foram os protagonistas da festa. Ao lado de convidados e profissionais da saúde, eles atuaram como modelos e desfilaram na passarela. As roupas e os acessórios usados por eles foram confeccionados durante as oficinas terapêuticas. Além do desfile, a programação contou também com show musical da banda gótica 'Impacto Nova Geração', do cantor Raffael Oliveira; além de apresentações dos transformistas Suzy Bergmam, Charoline Prinscipal, Lana Guimmarães e Moulin Rouger.
Outro evento importante do Caps Liberdade este ano foi a VII Exposição 'Visão Folclórica'. Saci pererê, mula-sem-cabeça, lobisomem, boto cor-de-rosa e outras figuras lendárias e mitológicas do folclore brasileiro foram temas da exposição que acontceu de 17 a 31 de agosto na Biblioteca Clodomir Silva. "A mostra procurou resgatar a tradição dos pergaminhos. A confecção das obras que foram expostas foi fruto do trabalho desenvolvido durante dois meses nas oficinas e grupos terapêuticos do Caps Liberdade", disse o curador da exposição, o oficineiro Aragão de Lima.
