Caju Bike: estudos de ampliação do serviço contam com a participação de ONG e universidade particular

Transporte e Trânsito
19/05/2014 16h42

Mais de seis mil viagens realizadas. Esse é o número de compartilhamentos registrado pelo sistema do Caju Bike, o serviço de aluguel compartilhado de bicicletas de Aracaju até o fechamento desta matéria. Inaugurado no mês de março pela Prefeitura na capital sergipana, através da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) e patrocínio da empresa NET, o Caju Bike já funciona com 10 estações e inaugurará outras 10 até a primeira quinzena de junho.

E foi para definir os pontos para a instalação das próximas estações do serviço de aluguel compartilhado de bicicletas que diretores da SMTT reuniram-se na manhã desta segunda-feira, 19, com representantes da ONG Associação Ciclo Urbano e da Universidade Tiradentes. Nessa etapa de ampliação do serviço também são avaliadas as indicações enviadas pelos engenheiros da empresa que desenvolveu o sistema, a Samba Transportes Sustentáveis.

Segundo o diretor de planejamento e sistemas da SMTT, Francisco Navarro, nas primeiras cinco estações distribuídas em Aracaju, na Orla de Atalaia, as bicicletas são mais utilizadas para o lazer e ainda estão sem ligação com as estações do Centro, que foram inauguradas há dez dias. Os locais foram escolhidos como forma de estímulo ao transporte alternativo e não somente como forma de lazer.

Sobre a colocação das novas estações, ele disse que precisam ser avaliadas a proximidade com as estações já existentes, o fluxo de ciclistas no local e a viabilidade de instalação. "Já temos estações no Centro, pensamos agora em integrar com as da Orla. A primeira opção são as praças, lugares onde há calçadas largas e, em última instância, são instaladas na rua. Uma equipe de engenharia da Serttel vem à cidade para verificar os locais mais adequados, com base nas informações que nós coletamos e fazem a instalação", explicou.

Mais bicicletas

O presidente da ONG Associação Ciclo Urbano, Luciano Aranha, acredita que as próximas estações devem ser colocadas em áreas mistas, onde existem residências e estabelecimentos comerciais, observando também o distanciamento entre elas. "Vemos a necessidade e a ânsia das pessoas em andar de bicicleta. Quanto mais distante, menos pessoas utilizarão".

Após um levantamento realizado pela ONG, a qual trabalha em parceria com a SMTT na implantação dessa nova etapa do Caju Bike, uma das áreas em que há maior trânsito de bicicletas é a avenida Augusto Franco, devido à ciclofaixa existente, e no bairro Siqueira Campos, onde o transporte de carga feito por bikes é bastante considerável.

Para o professor do curso de arquitetura e urbanismo na Unit, Marcos Sérgio Reis, "é importante para os estudantes conhecer o que está acontecendo para melhoria. O curso tem interesse em desenvolver esse tipo de trabalho". O aluno do curso, Danilo Possera, contribuiu com ideias e disse que assim "ajudamos a redistribuir algumas estações, fugindo do foco de apenas turistas para também trabalhadores".

Caju Bike - Centro

Nos primeiros dez dias, o índice de utilização das bikes alocadas nas estações do Centro da cidade ultrapassa 50%, o que representa uma mudança no transporte do cidadão no dia-a-dia, levando em conta a área majoritariamente comercial. O projeto prevê uma distância de, no máximo, 700 metros entre uma estação e outra para incentivar a prática do modal como alternativa às caminhadas ou transporte público em pequenos deslocamentos.

Desde a inauguração do projeto em Aracaju, no mês de março, já foram registradas mais de seis mil viagens feitas com as bicicletas do Caju Bike. Com essa quantidade de trajetos, 215 toneladas de CO² deixaram de ser emitidas na atmosfera. Cada vez que um usuário retira a bicicleta da estação, ele está envolvido em uma solução de meio de transporte alternativo e sustentável, contribuindo para a preservação da natureza e da própria saúde.