Emoção marca o encerramento das atividades do Natal no Centro

Agência Aracaju de Notícias
26/12/2014 09h49

A iniciativa da Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), através da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju),de revitalização do Centro Histórico da cidade, concebeu o projeto "Natal no Centro", em alusão a tradicional comemoração ao ciclo da natividade. O Marco Zero da Capital sergipana durante seis dias recebeu mais de 23 atrações, na Praça General Valadão, além da Feirinha de Artesanato e a exposição da Gruta da Natividade com personagens do folclore sergipano.

Cerca de 3000 pessoas prestigiaram as apresentações de corais, autos, grupos folclóricos e bandas que fizeram parte das ações que compõem o habitual ciclo natalino. "Estive presente todos os dias, depois das compras prestigiava o evento. Os organizadores estão de parabéns, pois, trouxe para o centro o natal que acabou se perdendo no passado. Com esses shows e com a feirinha de artesanato pude mostrar aos meus netos como era a comemoração do Natal de minha infância e eles estão amando", comenta a aposentada, de 70 anos, Maria José Santos.

Segundo a presidente da Funcaju, Aglaé Fontes, o olhar crítico é essencial. "Ao analisar uma experiência nova que tem como proposta da valorização da arte e cultura sergipana em um local até então nunca movimentado com eventos, considero como positivo. Esse é o primeiro Natal, na Praça General Valadão, em um lugar histórico e que trouxe informações sobre o Centro Cultural, sobre o reisado e principalmente sobre as atrações que complementam o contexto do processo educacional", explica.

Para a artesã, Denise Santana Moreira, o convite da Emsurb ao Centro de Artesanato Chica Chaves, através da Funcaju é de extrema importância. "Estamos expondo nossa arte para sergipanos e turistas. Este projeto valoriza nosso trabalho e é uma grande oportunidade de ganhar uma renda extra já que é a primeira vez que acontece o "Natal no Centro" e espero expor novamente nos próximos anos", justifica.

O evento foi iniciado no dia 17 de dezembro e seguiu até dia 23. O público pôde conferir a Feirinha de Artesanato e um dos grandes atrativos foi a Gruta da Natividade. "Estou amando tudo. Aqui, posso ouvir uma boa música e comprar lembrancinhas feitas pelas artesãs. Fiquei impressionada com o presépio formado com os personagens do nosso folclore. Cada elemento exposto é um aprendizado sobre a cultura popular", diz a professora, Deleides Maria Oliveira.

Ainda de acordo com Aglaé Fontes, os conjuntos musicais trouxeram a diversidade de público para o Natal no Centro. "Essa movimentação foi em busca de suas preferências e a programação foi o grande trunfo, pois, a plateia gerou um hábito de sempre comparecer e chamar outras pessoas. E na troca das apresentações a população presente aprendeu mais com as informações sobre Natal, sobre o Centro Cultural de Aracaju, sobre as próprias atrações", enfatiza.

"O grupo de Metais da Escola Olga Benário colocou em seu repertório músicas atraentes e chamativas e hoje com os clássicos natalinos. Os alunos da rede municipal têm uma grande chance de mostrar o que vem aprendendo ao longo desses dois anos de vida do projeto e nada mais justo que abrir o último dia de comemorações no Natal no Centro", declara, o regente titular e coordenador pedagógico, Ion Pressan,

Emocionados, o casal de aposentados relembraram os antigos natais que passaram em suam mocidade. "Este é meu terceiro dia e trouxe meu esposo para juntos recordamos nossa história. O repertório da orquestra e a decoração fazem com que a gente remeta há 30 anos, quando o Natal era comemorado no Parque Teófilo Dantas", afirma Lourdes Maria Santos.

Já seu marido, Antônio José Santos, explicou que a magia do Natal não pode ser esquecida. "Quando nós éramos novos, o Natal se comemorava em família e tinha que louvar o nascimento do Menino Jesus. Com esse projeto deixará vivo na memória de todos, o verdadeiro sentido do Ciclo Natalino", fala.

"O Centro Cultural é a casa da memória, é a casa do conhecimento. Então criou-se a necessidade de mostrar esta nova proposta de um natal com a cara da cidade e valorizar aquilo que é nosso. Como pode-se observar, no nosso natal não tem rena, nem neve, nem Papai Noel, mas sim elementos da nossa cultura popular. No lugar dos Reis Magos, colocamos o Chefe Negro do Lambe-Sujo, o Chefe Indígena dos Caboclinhos, o Comandante da Chegança. No lugar dos animais, está o Boi do Reisado e José e Maria são representados pelo caboclo Mateus e pela Dona Deusa, do Reisado, e claro, do próprio menino. Quando não nos reconhecemos a gente busca nos reconhecer na cultura dos outros", finaliza a presidente da Funcaju.

Sergipanos e turistas foram presenteados no encerramento do projeto com músicas que embalam as festividades do Natal durante décadas com Odir Caius e banda El Natura que encantaram adultos e crianças.