Problemáticas ambientais são debatidas na Semana Nacional do Meio Ambiente

Meio Ambiente
02/06/2015 18h06

Na manhã de ontem, 01, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema), iniciou as atividades da III Semana Nacional do Meio Ambiente, no Centro Cultural, localizado na Praça General Valadão, local cedido pela Funcaju, com o Seminário 'Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Aracaju'. Na oportunidade, foram expostas ao público palestras sobre diversas problemáticas ambientais como Mobilidade Urbana; Educação Ambiental; Resíduos Sólidos e Arborização Urbana.

No período da manhã, as palestras do diretor de engenharia da SMTT, Francisco Navarro, e do geógrafo que coordena a Ong Clico Urbano, José Waldson Costa de Andrade, puxaram os debates da primeira mesa redonda que abordou a temática 'Mobilidade Urbana'.

O diretor de engenharia da SMTT, Francisco Navarro, explicou ao público sobre a implantação e manutenção das sinalizações horizontais e verticais nas avenidas, ruas, conjuntos e bairros de Aracaju, tal como a mudança de circulação, as intervenções semafóricas, as fiscalizações eletrônicas e o estacionamento rotativo em toda capital. Já, o geógrafo José Waldson Costa de Andrade, ministrou a palestra sobre Mobilidade Urbana por bicicleta em Aracaju e apresentou ao público a Ong Associação Ciclo Urbano, que é voltada para a qualidade de vida através da utilização dos meios de transporte, como a bicicleta.

Em seguida, a professora doutora Maria Inez Oliveira Araújo, ministrou a palestra sobre a Educação Ambiental, fazendo um apanhado histórico sobre o tema. A Coordenadora de Educação Ambiental da Sema, Alana Vasconcelos, encerrou o ciclo de palestras matinal apresentando ao público os projetos e as ações que a Sema realiza no setor de Educação Ambiental.

A bióloga e professora Priscila Randow, que esteve prestigiando o evento, explica a importância da educação ambiental e o que leva de educação ambiental para o seu dia-a-dia.

“Essa palestra é importante, porque reforça a educação ambiental, tanto na parte institucional, como na parte privada. É importante porque a educação ambiental tem que estar presente no nosso dia-a-dia. Eu, particularmente, faço a coleta seletiva em casa, levo o lixo reciclado nos pontos de coleta, tento manter todos os meus ambientes organizados, para que eu possa ter acesso, e, com isso, saber o que é que eu tenho, para não comprar nada além do que preciso. São coisas do dia-a-dia que parecem simples, mas que no final ajuda a reduzir o desperdício, economiza tempo e dinheiro. Se não tivermos uma educação ambiental que traga vantagem, fica difícil as pessoas aderirem ao novo estilo de vida”, esclarece a professora, que é Conselheira do CMMA- Conselho Municipal do Meio Ambiente.

Lixões

Outro ponto culminante das palestras ocorreu no período da tarde com a mesa redonda sobre 'Resíduos Sólidos'. O promotor de Justiça da Promotoria Especializada do Meio Ambiente, Urbanismo, Patrimônio Histórico e Cultural de Aracaju, Drº Carlos Henrique Siqueira Ribeiro, e o presidente da Central Recicle, Adriano dos Santos, debateram sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

"A Política Nacional de Resíduos Sólidos tem como primeiro passo a elaboração dos planos, municipais e estaduais. No municipal ele tem o diagnóstico e prognóstico, ou seja, o que se tem hoje, e onde se quer chegar para o futuro. Isso se transforma em lei municipal. E o primeiro passo para a implementação do PNRS é a erradicação dos lixões em nosso país. Infelizmente, essa não é a realidade do Brasil. O prazo era agosto do ano passado", ressalta o promotor.

A capital sergipana está na lista dos municípios brasileiros que tem uma destinação correta dos resíduos pela utilização dos aterros sanitários. Em Sergipe dos 75 municipios, 65 ainda não se adequaram a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Sobre a realidade dos lixões o presidente da Central Recicle, Adriano dos Santos, reafirma a importância da erradicação dos lixões para o fortalecimento dos catadores pela Coleta Seletiva. "O catador ele é a favor do fim dos lixões de forma planejada para que possamos implementar a coleta seletiva. Erradicação dos lixões e fortalecimento dos catadores pela coleta seletiva devem caminhar juntos. Hoje, o secretário anunciou a contratação de catadores para a coleta seletiva de Aracaju. Isso abre as portas para que a gente avance ainda mais não só em Aracaju, mas em todo Estado", salienta o presidente da Central Recicle.

Em 2013, a Prefeitura de Aracaju avançou na gestão ambiental com três grandes ganhos. A criação da Secretaria Municipal do Meio Ambiente; o fechamento do lixão do Santa Maria e a criação de cargos para analista e técnico ambiental. Com essas ações a prefeitura mostrou que possui um compromisso ambiental para a preservação do ecossistema e promoção da qualidade de vida.

Arborização

Outra ação que tem sido um desafio para a gestão é arborizar a cidade. O tema foi debatido na última mesa redonda 'Arborização Urbana' que contou com os expositores especialistas na área, o professor doutor em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras, Robério Anastácio Ferreira; e a também engenheira florestal que possui mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal de Sergipe, Carla Zoaid, que também elaborou o Plano de Arborização de Aracaju pela Sema, e atua como coordenadora de fiscalização pelo mesmo órgão.

Para os dois expositores além da pouca cobertura arbórea, Aracaju sofre com as podas inadequadas que ao longo dos anos prejudicaram a saúde das plantas.

"Temos um desafio de um passivo ambiental de pelo menos 40 anos. Hoje já temos um Plano de Arborização Urbana e um órgão ambiental que fiscaliza, avalia e monitora o estado dos indivíduos arbóreos que sofreram podas severas ao longo do tempo e já estão em estado de senescência avançado. Temos feito também as recomendações técnicas de arborização para condomínios e órgãos públicos. Isso é importante para a realização de um planejamento prévio para assim minimizar a realização de podas severas ou plantio de espécies inadequadas", relata a engenheira florestal Carla Zoaid.

Fator também mencionado foi a cultura de supressão que impera ainda no Estado.

"Estamos longe da estrutura ideal, mas eu vejo um passo muito importante que foi dado nos últimos dois anos, principalmente com a criação da Secretaria do Meio Ambiente de Aracaju, para um pensar e agir diferente no planejamento urbano. Nós temos situações que precisam ser corrigidas. A sociedade deve deixar de ser tão inerte. No dia que a gente tiver consciência de que esse espaço urbano também é patrimônio de cada um de nós então poderemos pensar em mudanças", pontua o professor Robério Anastácio.