Prefeitura de Aracaju sensibiliza agentes de saúde e de endemias para intensificar o combate ao Aedes

Saúde
03/12/2015 18h57

A Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), preocupada com a situação endêmica de Microcefalia em nossa capital, realiza durante esta quinta-feira, 3, mais uma ação para intensificar o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue, Chikungunya e Zika. Todos os Agentes de Endemias e Agentes Comunitários de Saúde foram convocados para um acolhimento pedagógico, buscando, mais uma vez, sensibilizá-los acerca da gravidade que a Microcefalia apresenta para a nossa população. O encontro reuniu hoje pela manhã, no auditório da Universidade Tiradentes (Unit) do Centro, mais de 500 profissionais. Durante o período da tarde, uma segunda turma com mais 500 agentes participaram.

Diante dos índices alarmantes de Microcefalia, a PMA tem tomado uma série de medidas para buscar o controle da situação. O secretário Municipal da Saúde, Luciano Paz, acompanhado da diretora de Vigilância em Saúde, Tereza Cristina Maynard, visitou, na manhã da última quarta-feira, 2, o comandante do 28º Batalhão de Caçadores (28º BC), tenente-coronel Marcus Augusto da Silva Neto, para solicitar a participação do Exército Brasileiro no combate ao mosquito.

Também na quarta-feira, a PMA, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), decretou situação excepcional de emergência em Saúde Pública em Aracaju. "Com o decreto nós passamos a habilitar o recebimento de recursos, a gente conta com isso por parte do Ministério da Saúde, mas ele também facilita algumas ações nossas. Por exemplo, ele agiliza a compra de equipamentos e materiais, a contratação de mão de obra, nós também podemos contratar clínicas para fazer exames, profissionais de saúde e mais agentes se precisar. Além disso, o decreto dá a possibilidade de ter prioridade no repasse de recursos internos, dentro da própria Secretaria da Fazenda, disponibilizando mais recursos para essas ações que são direcionadas tanto à prevenção quanto ao acompanhamento", explica o secretário Municipal de Saúde, Luciano Paz.

O secretário ainda explicou aos agentes que é preciso saber orientar bem os cidadãos, pois esse é um momento de alerta e não de pânico. Luciano Paz também apresentou ações para diminuir os casos de Microcefalia, traçando um plano estratégico dividido em três estágios. O primeiro é a prevenção, que é intensificação da atuação dos agentes nas ruas e a conscientização da população no combate ao Aedes aegypti; o segundo é o acompanhamento das gestantes - vale destacar que a identificação só pode ser feita a partir do sexto mês de gestação - e o terceiro ponto é o acompanhamento da criança, através do suporte às famílias para que a criança seja acompanha por especialistas.

De acordo com a coordenadora do Programa de Controle da Dengue, Taíse Cavalcante, esse foi um dia para orientar todos os agentes comunitários de saúde e de endemias. “Eles precisam perceber a gravidade da situação que o Brasil está passando. Enquanto agente comunitário de saúde é a primeira vez que a vigilância epidemiológica conversa com eles, mas quanto aos agentes de endemias, todos já foram capacitados, pois eles já atuam em campo. Nós também mostramos a situação atual do município quanto aos casos de Microcefalia, e falamos da importância dessa parceria no trabalho de eliminação dos focos e de prevenção contra o Aedes aegypti, que transmite a doença”, informou.

Para o agente de Endemias, Edson Santos, essas orientações fazem com que os agentes tenham um cuidado maior ao adentrar nas residências. “É preciso identificar se tem alguma criança que está nessa situação e fazer esse encaminhamento para que ela tenha os melhores cuidados possíveis. A palestra foi importante para tirar algumas dúvidas sobre a doença e para que a gente aprimore esse olhar diferenciado para a população, que precisa muito desse trabalho intensificado contra o Aedes”.

Já a agente Comunitária de Saúde, Vânia Maria, afirma que esse assunto ainda é uma coisa nova e por isso, essa reunião abriu a visão para entender a doença. “Valeu muito a pena as orientações. Pois nós que estamos diariamente lidando com a população, precisamos entender melhor sobre a Microcefalia para passar informações corretas para as pessoas”, disse.

“O secretário Luciano foi pertinente em suas palavras ao afirmar que precisamos nos humanizar mais, pois esse é um problema de saúde pública. A população está surpresa ainda com esses números de casos e nós também, e essa capacitação foi essencial. Eu aproveitei para sugerir ao secretário para tentar ver uma forma de eliminar as lavanderias antigas de cimento, que são os locais onde mais encontramos os focos do mosquito”, destacou a agente de Endemias, Janacira Sales.  

Durante o encontro, a coordenadora do Programa Saúde da Criança do Adolescente e do Jovem, Rita Bittencourt, explicou aos agentes quais as sequelas que a Microcefalia pode trazer para as crianças que nascem com a doença e trouxe também depoimentos de mães que cuidam de filhos que possuem a doença.