Setembro Amarelo é discutido na Unidade de Saúde Manoel Pereira

Agência Aracaju de Notícias
14/09/2017 18h12

Como forma de combater a depressão e o suicídio, a Unidade Básica de Saúde (UBS) Manoel de Souza Pereira, localizada no bairro Jabotiana, em parceria com a Universidade Federal de Sergipe, realizou uma ação especial em alusão ao Setembro Amarelo, mês que abre espaço para um alerta mais efetivo sobre o assunto. O evento aconteceu na tarde desta quinta-feira, 14, e ofereceu à comunidade palestra explicativas, roda de conversa e encenação teatral.

Segundo a enfermeira da unidade, Irene Alves de Deus, a UBS também desenvolve ações nesse sentido ao longo do ano. “Oferecemos esse cuidado constantemente, através da auriculoterapia, fitoterapia e do reiki, por exemplo. Além disso, na sala de espera dos atendimentos do posto está sendo discutida essa temática durante todo o mês de setembro. Hoje, também aproveitamos para começar a implantar a terapia de grupo, que trabalha com a comunidade questões gerais e emocionais da vida do ser humano, como os seus problemas e adversidades, para prevenir um problema no futuro”, explica a funcionária.

A professora adjunta do departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Sergipe, Leila Luiza Conceição Gonçalves, orientou os alunos da instituição durante as atividades dessa parceria. “Nós estamos contribuindo com a sociedade, com os profissionais da unidade e com a formação dos nossos alunos. Queremos formar profissionais que não pensem apenas na formação dentro do consultório e no tratamento, mas também na promoção e prevenção da saúde, que é o que estamos trazendo para essa comunidade”.

A palestra e a roda de conversa realizadas pelos funcionários da unidade e alunos da UFS apresentou questões importantes sobre a saúde mental, como características, mitos e verdades de uma pessoa com probabilidades de cometer suicídio. Logo em seguida, os alunos apresentaram uma peça de teatro representando um caso de depressão, o cuidado necessário e a contribuição de um profissional.

“A profissão que escolhi lida diretamente com as pessoas e, através da proximidade, precisamos entender os pontos frágeis dos pacientes. Essa atividade nos enriquece devido ao contato que temos com as pessoas, é humano e totalmente diferente de aprender em sala de aula. Estamos tendo a oportunidade de passar as orientações, que também estamos aprendendo agora, numa linguagem bem mais fácil e que nem tem todo mundo teria acesso, apesar de toda a tecnologia que temos atualmente”, justifica Rosely Mota Santos, aluna do 6º período do curso de enfermagem na UFS.

A moradora do bairro, Silvana Andrade, foi à unidade de saúde para uma consulta médica e aproveitou para participar da ação. Emocionada, ela afirma que percebeu que necessitava desse alerta por ter se identificado com vários sintomas apresentados na palestra de conscientização. “Estou passando por alguns problemas e já quero ficar atenta. Eu realmente estou tendo alguns sinais, me isolando bastante, e ainda não estou fazendo nenhum tratamento. Essa é uma ação muito importante, não só para mim, mas também para pessoas que, assim como eu, precisam buscar uma ajuda e para a gente ficar alerta em relação às outras pessoas para também poder ajudar”, explica.

Para a implantação da terapia em grupo na unidade, duas agentes comunitárias de saúde estão se qualificando em “Terapia comunitária integrativa”, em Salvador (BA). Uma delas é Otília Silva Cavalcante, agente comunitária há oito anos, que busca estar apta a ajudar as pessoas que procurarem ajuda. “Aqui na região tem muitas pessoas em depressão e já tivemos até casos de suicídio. Com a terapia, pretendemos caminhar junto com os outros grupos de tratamento. A terapia vai ajudar muito nisso por levar a reflexão e autoconhecimento, que é fundamental para a prevenção de problemas maiores”, ressalta.