Com foco na prevenção da Aids, Dezembro Vermelho tem início em Aracaju

Agência Aracaju de Notícias
01/12/2017 16h08

O Dia Mundial de Combate à Aids é celebrado todos os anos, desde 1988, em 1° de dezembro. A data, instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tem por finalidade alertar a sociedade sobre os riscos da Doença Sexualmente Transmissível (DST). Já em 2017, graças a Lei Federal 13.504, o mês inteiro será de campanhas e conscientização sobre a doença. Em Aracaju, o ‘Dezembro Vermelho' terá diversas atividades promovidas pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal da Saúde, com o foco principal nos jovens, maior grupo de risco atualmente.

Nesta sexta-feira, 1º de dezembro, O Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar Siqueira Campos), ofereceu testes rápidos de HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST's), como sífilis e hepatites, aos pacientes de todas as especialidades que estiverem no local. Nas salas de espera, acontece a exibição de vídeos educativos sobre a prevenção do HIV e o projeto Sons do SUS leva um cortejo pelos corredores do Centro com muita música e informação.

Já neste domingo, 3, o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) levará o CTA Itinerante até os arcos da Orla de Atalaia, com os testes rápidos. Também na Orla, será realizada uma blitz com a distribuição de kits educativos com preservativos e panfletos informativos.

Na segunda-feira, 4, o Programa Municipal de HIV/Aids e Hepatites Virais estará na Câmara de Vereadores de Aracaju, mostrando todas as ações desenvolvidas para diminuir o número de infecções pelo HIV. Dentro da programação do Dezembro Vermelho, ainda estão programadas visitas a escolas e ao Hospital do Rim, além das atividades realizadas pelas Unidades Básicas de Saúde (USF).

"A criação do Dezembro Vermelho possibilitou essa programação ser trabalhada pela Secretaria o mês inteiro, como acontece com o Outubro Rosa e o Novembro azul. As USFs podem fazer mais palestras educativas e testes rápidos, e conseguimos trabalhar mais tempo, antes era apenas um dia. Nós, do Programa Municipal, estamos com uma ação extensa porque o dezembro vermelho não é só diagnóstico, trabalhamos também com assistência", explica a farmacêutica e técnica do Programa, Débora Oliveira.

Aids em Aracaju

Atualmente, o município de Aracaju possui 4.795 pacientes em tratamento com medicamentos anti-retrovirais, os chamados coquetéis. Dentro da rede municipal de saúde, são atendidos 1.262 adultos e dez crianças com HIV, e 2.463 adultos e 46 crianças com AIDS.  Além disso, o Cemar ainda atende a 163 crianças que nasceram expostas, ou seja, de mães com o vírus do HIV, e que são acompanhadas até os 18 meses de vida, até que se comprove que o vírus não foi transmitido verticalmente. Os demais pacientes infectados são tratados no Hospital Universitário ou na rede particular.

Durante todo o ano de 2016, 518 novos casos de infecção foram registrados na cidade. Este ano, até o final de novembro, o número de novos casos já passou de 600.

A média de novos casos subiu de 30 para 60 ao mês. Isso acontece por que mais pessoas estão tendo acesso ao teste. "O diagnóstico precoce é importante porque, quanto mais cedo descobrir que tem o vírus e tratar, menor o risco de contaminar outras pessoas", afirma Débora. Uma diretriz do Ministério da Saúde diz que os municípios devem aumentar, anualmente, 15% o número de testes realizados.

Diagnóstico e tratamento

Inicialmente, quem procura o serviço realiza dois testes. Se o resultado for reagente, o paciente é encaminhando ao Serviço de Assistência Especializada (SAE), no Cemar Siqueira Campos. O paciente infectado passa por uma série de exames complementares e é atendido por um médico para iniciar o tratamento. Mensalmente, o acompanhado recebe os medicamentos e passa por consultas com psicólogo e nutricionista, além de atendimento com assistente social.

"Muita gente que tem o vírus ainda não sabe ou recusa o tratamento por conta do preconceito, por isso, neste momento, pedimos que a população abrace essa causa e participe de nossas atividades", finaliza Débora.