Oficinas sobre sustentabilidade estimulam o consumo consciente de alunos e desenvolvem práticas ambientais

Praticar o consumo consciente dos estudantes. Essa foi a proposta do primeiro projeto sobre sustentabilidade que aconteceu na tarde desta segunda-feira, 19, na Escola Municipal de Educação Fundamental Manoel Bonfim, localizada no bairro Bugio. A iniciativa envolveu 420 estudantes em dez oficinas com temas sobre horta suspensa, água, fabricação de produtos de limpeza, higiene, pneus, cestaria de papel jornal, descarte e seleção do lixo, utensílios de decoração, reciclagem, customização de roupas e brinquedos de materiais reciclados.

A idealizadora do projeto e professora de ciências, Suely Araújo, notou que a escola realizava atividades bem-sucedidas e que os professores e os alunos eram empenhados. Foi a partir daí que ela resolveu criar um projeto que envolvesse o tema. “Nosso planeta não suporta a grande quantidade de resíduo que nós produzimos, precisamos rever a nossa postura e nos perguntar: para onde vai o lixo que eu produzo? Como ele é reciclado? Quanto tempo demora para se decompor? Foi com esses questionamentos que surgiu a ideia de realizar esse projeto”, contou. As dinâmicas  se tornaram um projeto multidisciplinar, onde  todos os professores foram envolvidos para trabalhar cada tema na sua vertente.

Entre as diversas ações, na oficina 'Meu lugar, meu jardim', os discentes realizam estudos de pesquisa sobre o meio ambiente e cuidam de um espaço ao lado da escola, fazendo o plantio de árvores e orientando a população. Imagens de descarte irregular ao redor da escola, registradas  pelos próprios alunos,  também foram expostas em um concurso de fotografias. Para a professora de inglês, Elsie Rolim, que cuida dessa oficina, discutir sobre sustentabilidade é muito importante. "Falar sobre o consumo e o descarte irregular de lixo é muito relevante. O que vemos cada vez mais é o incentivo ao consumo e não o incentivo ao consumo consciente, devemos consumir menos para que possamos ter menos lixo", observou a professora.

Para a coordenadora pedagógica, Nivalda Silva, o projeto tem um papel fundamental na formação dos alunos. "Além dessa integração que o projeto traz, ele também desperta a consciência neles de falar sobre desenvolvimento sustentável como uma necessidade de sobrevivência de todos os seres", disse.
 
Impacto social

O projeto alcançou resultados positivos para a aluna do 9º ano, Graziela Batista, de 14 anos. Junto com a sua turma, ela realizou várias atividades. "Aprendemos como o mosquito da dengue se reproduz, tiramos fotos, conversamos com outros alunos para conhecer os hábitos que a família dele(a) possui, para aconselhar a não fazer o descarte irregular. O projeto tem importância não só para a escola, como também para toda a  comunidade, porque o lixo é uma coisa que incomoda muito. O que aprendo aqui repasso para toda a minha família, gostei muito de participar", relatou a aluna, afirmando que o projeto está indo além da instituição.

Além das oficinas, o projeto promoveu atrações como apresentações de grupos de capoeira, danças e desfile de customização de brinquedos e vestuários de materiais reciclados. Outras ações de práticas ambientais serão realizadas na escola devido ao grande sucesso da primeira edição do projeto.