Atividade lúdica marca encerramento da Semana da Luta Antimanicomial

Agência Aracaju de Notícias
18/05/2018 17h21

Nesta sexta-feira, 18, usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) Vida e Ivone Lara tiveram uma tarde lúdica, com jogos, dança e palestras. A atividade marcou o encerramento da Semana da Luta Antimanicomial, realizada pela Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), desde a última segunda-feira, 14.

De acordo com a coordenadora do Caps Vida, Maria Aparecida da Silva, o objetivo da programação foi mobilizar usuários, familiares, trabalhadores e a comunidade para uma ampla discussão sobre a atenção ao usuário dos serviços de saúde mental e sobre o combate ao preconceito, ainda presente na sociedade.

"A ideia é fortalecer a luta para que a gente possa ter essa consciência de que manicômio nunca mais. O cuidar em liberdade é o nosso objetivo e, por isso, temos que estar juntos, em luta constante", destacou.

Segundo ela, para alcançar este objetivo é necessário desenvolver um trabalho constante dentro dos Caps, envolvendo tanto os portadores de transtornos, usuários de álcool e outras drogas, como os familiares.

"Nós fazemos um trabalho com a equipe multidisciplinar no cuidado, na escuta e no apoio aos usuários e também às suas famílias. Não adianta cuidar do usuário e não cuidar da família. Tem um estigma de que o doido tem que ficar enclausurado, estar distante da sociedade. Nós queremos mostrar o contrário. Que é possível cuidar em liberdade", enfatizou Aparecida.

Programação diversificada

Durante toda a semana, diversas atividades foram realizadas. A programação contou com o III Encontro da Associação de Usuários de Saúde Mental de Sergipe, palestras e mesas redondas sobre a temática.  Além disso, durante o evento, também ocorreu o lançamento dos livros "Mensagens e observações sobre a educação", da usuária do Caps Liberdade Lorenildes da Silva, e "O que me move", do usuário do Caps Vida Wendel Luciano Santos Bispo.

Presente na ação realizada nesta sexta-feira, 18, Wendel Luciano Santos Bispo contou um pouco da experiência de lançar um livro. A obra retrata um pouco da sua história de vida, por meio de versos do gênero musical Hip Hop.

"Eu achei muito bom. Fiquei nervoso com tanto holofote. Foi uma oportunidade de mostrar meu trabalho, o meu dom", disse o jovem, que conheceu Hip Hop durante uma oficina realizada no Caps Vida.

A dona de casa Márcia Queila também levou sua filha autista de 13 anos para aproveitar o último dia da Semana da Luta Antimanicomial. Para ela, participar de ações lúdicas ajuda no desenvolvimento da adolescente, que é usuária do Caps Ivone Lara desde 2013. "Ela gosta bastante. Consegue interagir com outras pessoas, brinca, se diverte. É bom pra ela. Toda atividade lúdica é bem-vinda", opinou.