O secretário adjunto da Saúde, Carlos Noronha, está representando a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Aracaju no II Simpósio de Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva Masculina, que aconteceu em Brasília (DF) até esta quarta-feira, 6. O objetivo geral do evento, que começou no dia 4, foi articular e planejar ações integradas relacionadas ao tema, considerando os processos em desenvolvimento pelo Ministério da Saúde.
O simpósio foi voltado para os coordenadores da rede de Atenção Integral à Saúde do Homem dos estados e municípios do país. “Participam também estudantes de pós-graduação, mestrado e doutorado, grupos vulneráveis como LGBT e de deficientes físicos, organizações não governamentais, além de representantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) que estão desenvolvendo um trabalho de análise da implementação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem”, informou Noronha.
Para o secretário adjunto de Saúde, o ponto alto do congresso foi o debate acerca da saúde do homem de uma forma geral, porém, com foco na saúde sexual e reprodutiva. “São muitas discussões e observo que o legado desse simpósio é a tentativa de fazer a inserção masculina dentro da linha de cuidado, pois o que foi percebido é que existe uma construção histórica de que homem não procura cuidar da Saúde, como fazem as mulheres. Então, temos que desmistificar e chamar o homem para realizar os exames, os testes rápidos das infecções sexualmente transmissíveis (IST’s), como a sífilis, por exemplo, que é uma doença em que concentramos mais esforços nos casos maternos e congênitos. Ou seja, é preciso fazer o diagnóstico cada vez mais precoce destas patologias no sexo masculino”, esclareceu.
Para Carlos, outro ponto importante que foi debatido foi a questão da transversalidade pelos ciclos de vida. “A área técnica do programa da Saúde do Homem trabalha com a linha de cuidado e os indicadores da faixa etária de 20 a 59 anos. No entanto, é preciso perpassar por todas as idades. Entrar na faixa da infância e adolescência, ver a questão em creches, na Atenção Básica e promover ações junto com os programas Saúde na Escola e Saúde do Idoso. Ver a formação de novos indicadores que contemplem estas outras faixas etárias e tentar fazer ações mais integrais ao sexo masculino mesmo. Para o município de Aracaju, vamos conversar com a área técnica para elaborarmos estratégias no sentido de tentar colocar em prática tudo o que foi visto neste simpósio”, acrescentou.
Eixos
Para a implementação do Programa Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem existem alguns eixos que foram explanados, como acesso e acolhimento desse homem nas linhas de cuidado da saúde; Prevenção de Violência e Acidentes, que é a maior causa de mortes entre os homens atualmente; Doenças prevalentes, que também fazem parte do rol do que mais mata as pessoas do sexo masculino; Saúde Sexual e Reprodutiva; e Paternidade e Cuidado.
“Este último eixo é a inserção do homem dentro do pré-natal, no sentido de fazer tanto o acompanhamento, dando suporte às mulheres, como também discutir esse processo do parto e do puerpério, ou seja, toda essa parte associada à saúde materna”, explicou o adjunto.
Carlos Noronha informou que no primeiro dia aconteceu o encontro com os coordenadores de cada estado e município, com o diálogo sobre a implementação do programa e a apresentação do trabalho que está sendo desenvolvido em Recife pela UFPE. “No segundo momento, foi discutida mais profundamente a questão da saúde sexual e reprodutiva do homem, pela manhã foram os marcos mais teóricos e filosóficos, e à tarde nos foram apresentadas experiências do público mais vulnerável, com relatos da feminilidade e da masculinidade. No último dia, houve uma roda de discussão sobre as experiências em saúde sexual e reprodutiva e sobre a estratégia do pré-natal do parceiro”, detalhou.
Além de Carlos Noronha, representaram Sergipe no evento o gerente do Programa Estadual de IST/Aids, o médico Almir Santana; o coordenador estadual da Saúde do Homem, Demétrio Sérgio dos Reis; e a representante estadual do Serviço Social do Comércio (Sesc), Zenia Maria Santos Silva.
