Seres que diariamente acompanham centenas de visitantes que se encantam com a sua beleza e história de vida. É assim a rotina de duas árvores, popularmente conhecidas como oitizeiros, que foram tombadas na manhã desta sexta-feira, 8, recebendo o título de Patrimônio Natural de Aracaju. A ação, que faz parte da VI Semana do Meio Ambiente, é fruto da parceria entre a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema), e do Governo do Estado de Sergipe, através do Museu da Gente Sergipana/Instituto Banese.
As árvores da espécie Licania Tomentosa, popularmente oitizeiros, localizadas no Museu da Gente Sergipana, receberam esse título pelo fato de possuírem relevância histórica quanto aos aspectos ambientais, sociais, culturais e econômicos. Esta também é uma forma de sensibilizar a sociedade quanto à importância ecológica das árvores no ambiente urbano e a necessidade de conservá-las para melhorar a qualidade de vida de todos.
Para o secretário municipal do Meio Ambiente de Aracaju, Augusto Cesar Viana, essa é uma demonstração clara da preocupação do poder público em relação à sustentabilidade. "A prefeitura de Aracaju vem investindo em diversas áreas e não deixa o meio ambiente de fora, pois acredita em sua importância para a qualidade de vida dos aracajuanos", diz. Com o tombamento, essas espécies terão legalmente uma garantia de proteção e cuidado, para que permaneçam em seu espaço e estejam imunes a qualquer tipo de degradação ambiental, como o seu corte.
"É importante essa parceria com o Museu da Gente Sergipana para que possamos preservar essas árvores, evitando cortes, furos ou podas em excesso, por exemplo. São árvores muito bem cuidadas e mantidas pela instituição e, agora, com a nossa parceria, serão mais ainda. Que a gente continue tendo essa consciência de passar para as novas gerações o sentido de conservar e preservar as espécies arbóreas", complementa o secretário.
Para o diretor-superintendente do Instituto Banese, Ezio Déda, o Museu da Gente Sergipana vem demonstrando, desde a sua inauguração, valorização quanto à arborização da capital. "Essas árvores que foram tombadas têm cerca de 90 anos e já estavam aqui antes do museu. Dentro do processo de restauração do prédio, nossa preocupação era mantê-las. Quando a gente fala do patrimônio arquitetônico é preciso saber que as árvores que se encontram no local também fazem parte dessa história e dão o seu testemunho. Elas consolidam a paisagem natural e cultural não só deste prédio, como dessa região. Por isso, é importante essa parceria com a Sema, para fazer com que elas continuem resguardadas", destaca o diretor.
Gilvanice Cardoso, professora da Escola Estadual Alceu Amoroso Lima, localizada no bairro Aeroporto, participou, junto com os seu alunos, das atrações que ocorreram na manhã desta sexta-feira, no Museu da Gente Sergipana. Para ela, a visita foi de suma importância, tanto para seus alunos quanto para ela. A professora destacou, ainda que presenciar o ato de tombamento das árvores foi um complemento pedagógico. "A vinda dos estudantes para o museu é algo que complementa e fortalece as ações pedagógicas. Essas programação facilita o acesso das crianças que, além de ser importante pedagogicamente, também entra no viés cultural e ambiental. Conhecer as árvores nativas, ver de perto essa valorização, por meio desse tombamento, é um trabalho que enriquece não somente a educação ambiental, mas também toda a nossa cidade", enfatiza a professora.
Valorização
Esta não é a primeira vez que árvores do município recebem o título de Patrimônio Natural. Em 21 de setembro de 2017, em comemoração ao Dia da Árvore, houve a oficialização do tombamento do cajueiro, localizado na praça Monteiro Lobato, e da mangueira, situada na Praça dos Nacionalistas. As espécies arbóreas são símbolos do bairro Inácio Barbosa. Ainda este mês, uma gameleira centenária, situada no bairro Mosqueiro, também será tombada. "Esses tombamentos são exemplos fortes de que valorizamos a nossa arborização e de que estamos trabalhando não somente para plantar novas árvores, como também mantê-las preservadas", destaca Augusto Cesar Viana.
Além do tombamento de árvores, as atividades proporcionadas na manhã desta sexta-feira, fazendo parte da programação da VI Semana do Meio Ambiente, no Museu da Gente Sergipana, foram compostas por apresentação musical, de caráter ambiental, realizada por educadores da instituição, exposição de fotos, que mostram a biodiversidade de Aracaju - campanha realizada pela Sema, em parceria com o museu -, visita guiada às instalações do prédio.
