Pontos de descarte irregular de resíduos viram áreas de convivência e lazer na capital

Agência Aracaju de Notícias
26/11/2018 15h01

A Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema) e da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), realiza intervenções urbanas em vários pontos da cidade. As ações estão voltadas para a recuperação de ambientes em que é recorrente o descarte irregular de resíduos e materiais contaminantes. A iniciativa promove e estimula a criação de áreas de convivência, parques e outros espaços de lazer e convívio para os aracajuanos.

O projeto de intervenção em áreas urbanas foi idealizado na atual gestão e conta com a participação ativa da comunidade, envolvendo diferentes setores, como instituições municipais, universidades e sociedade em geral. A proposta está alinhada à Política Nacional de Educação Ambiental.

Para custear os gastos, a Prefeitura criou uma proposta para que os projetos sejam pagos com verbas de compensação ambiental, ou seja, converter multas das empresas que cometeram crime ambiental em investimentos para recuperar espaços e conservar o meio ambiente. O primeiro bairro a ser beneficiado com a intervenção urbana foi o bairro Santos Dumont, em frente à Associação Católica Bom Pastor, que há muito tempo sofria com a problemática de acúmulo de entulhos e resíduos da construção civil. Após a ação, foi implantada uma praça comunitária. Na oportunidade, também foi assinada uma carta de intenção da Universidade Tiradentes (Unit) para a manutenção da praça.

De acordo com a coordenadora de Educação Ambiental da Sema, Raphaella Ribeiro, a intervenção no bairro Santos Dumont foi resultado de uma parceria xom o Núcleo de Projetos de Arquitetura da Unit. “Primeiro realizamos um levantamento de dados nas redondezas do local afetado para conhecer as necessidades da população. E, diante disso, construímos uma praça comunitária com área de convivência e um parque infantil, todo feito com material reciclado”, informou Raphaella.

Outros seis pontos viciados de descarte irregular de lixo serão recuperados. O objetivo é realizar essas intervenções até o fim de dezembro de 2018. A execução já está em andamento, a exemplo de calçada da Escola Estadual 11 de Agosto, no bairro Getúlio Vargas, em parceria com a Unit; um no bairro Soledade, zona Sul da capital, uma ação no bairro Santa Maria, através da idealização de um parque de pneus e campo esportivo também feito com o mesmo material, e três intervenções no bairro Coroa do Meio. 

“Gradativamente, a Prefeitura de Aracaju está reduzindo os pontos de descarte irregular de resíduos, principalmente da construção civil. E um dos métodos utilizados é justamente transformar o local fazendo uma intervenção urbana com paisagismo, plantio e a fixação de pneus. Isso é importante para criar uma cidade cada vez mais humana e limpa para atender, não só o desejo da população, mas também das pessoas que circulam em Aracaju, oriundas de outras localidades. É também um processo educativo porque mostra às pessoas que há uma possibilidade de conviver com um ambiente totalmente diferente, mais limpo, protegido e não com resíduos e lixos depositados de forma irregular”, frisou o presidente da Emsubr, Luiz Roberto Dantas de Santana. 

Coroa do Meio

No bairro Coroa do Meio, na comunidade Maré Apicum, Sema e Emsurb realizaram um diagnóstico socioambiental das necessidades dos equipamentos públicos, devido ao local apresentar alguns espaços que geravam contaminação, por serem pontos de descarte incorreto de resíduos sólidos e entulhos. Para avaliar os danos e o impacto social, foram feitas consultas e entrevistas com a população e serão recuperadas três áreas. “Na Coroa do Meio serão feitas três áreas com perfil diferentes. Terá uma área de convivência feita de pneus, outra área bem próxima, será uma plantação de ervas medicinais, em forma de espiral de sustentabilidade, em que a população será orientada para o cuidado das mesmas e a última, uma jardineira”, explicou a bióloga Raphaella Ribeiro.

Os projetos estão previstos para serem finalizados até o fim do mês de dezembro deste ano. Os materiais, implementos e mobiliário serão feitos com material reciclado, especialmente com pneus velhos fornecidos pela Organização Não- Governamental (ONG) Canto Vivo, através de contrato, pago com recursos provenientes da compensação ambiental.

No último dia da implantação, será realizado um mutirão com a comunidade e, neste processo, os cidadãos podem aprender como manter essas áreas, pois, a proposta é de que sejam autossustentáveis.