Organização do trabalho pedagógico da educação física é tema de seminário da Semed

Educação
18/10/2018 17h49

Toda escola está inserida numa comunidade. Mas qual o impacto que o trabalho desenvolvido pela escola tem no seu entorno social? E, mais especificamente, qual a relevância que o trabalho do profissional de Educação Física tem na vida dos estudantes? Essas e outras perguntas estão sendo levantadas e respondidas no seminário que debate a organização do trabalho pedagógico na Educação Física da rede pública municipal de ensino de Aracaju. A atividade iniciou nesta quinta-feira, 18, e prossegue até amanhã, 19, no Campus Farolândia da Universidade Tiradentes (Unit). Promovido pela Coordenadoria de Educação Física e Esporte (Coefesp) da Secretaria Municipal da Educação (Semed), conta com a participação de dezenas de educadores da rede e estudantes de graduação da Unit. 

“Vamos discutir, nestes dois dias, a intervenção do profissional da Educação Física dentro da escola. Seja nas aulas, no cotidiano da escola, ou seja nos projetos que eles elaboram para desenvolver o esporte nas unidades. Nós temos feito este trabalho feito na escola, mas ainda de forma muito incipiente, e queremos, a partir desse debate, despertar nos professores o desejo de de desenvolver uma prática com ainda mais qualidade. Com projetos voltados para o resgate do esporte dentro da escola. A Educação Física não é uma ação por ação, há uma intencionalidade. A intervenção do professor, a metodologia e didática que ele utiliza busca um objetivo, que é desenvolver o cidadão. É a utilização da atividade física, do esporte, na perspectiva de tornar o indivíduo cidadão. É esse o objetivo dessa disciplina, especialmente na escola pública”, explica  o coordenador do Coefesp, o professor José Robson dos Santos.

Convidado a ser o palestrante oficial do seminário, o professor doutor Flávio Dantas Albuquerque de Melo, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, também destacou a relevância de pensar a organização pedagógica da escola. “A temática é extremamente importante para que possamos entender uma relação íntima entre escola e sociedade. Qual a contribuição que a escola pode dar para, por exemplo, uma comunidade carente? Áreas onde existem altos índices de vulnerabilidade. Então, quando o coordenador de Educação Física chama, com a anuência da secretária da Educação, um evento como esse, a grande virtude é abrir um espaço democrático de discussões daquelas pessoas que fazem a escola. Afinal, a escola não é um ser isolado da comunidade, ela é um elemento integrante”, avaliou. Dantas também lembrou o princípio básico da disciplina. “A Educação Física trata de um objeto de estudo chamado cultura corporal, que é expressa nos jogos, no esporte, na dança, na luta, na ginástica, nas atividades circenses. Acessando esse conteúdo, podemos discutir qual é o lugar que cada estudante, cada professor e cada escola ocupam nas relações humanas”, pontuou.

Professor da rede há mais de 20 anos, Admilson da Silva Oliveira aprovou a ideia do seminário. Para ele, além do aprofundamento da compreensão sobre o papel da Educação Física na educação e na escola, o momento é uma oportunidade de trocas. “Aqui, conseguimos trocar ideias, discutir sobre o nosso projeto pedagógico dentro das nossas escolas, sobre o trabalho que é desenvolvido nas nossas unidade. Às vezes, o profissional está lá, no chão da escola, isolado, tem determinadas dificuldades para desenvolver suas atividades. E, muitas vezes, essa troca de experiência, com a apresentação de outras possibilidades dentro da área na qual ele atua, fornece uma luz, abre um novo horizonte. Ele passa a ter contato com experiências de sucesso, em condições similares, e que podem ser levadas adiante nas suas comunidades. Então, esse debate só traz ganhos para os alunos e para a nossa rede”, afirmou.