Exposição A História da Umbanda no Brasil é inaugurada no Centro Cultural de Aracaju

Com representatividade, história, resistência e música. Assim foi a abertura da exposição “A História da Umbanda no Brasil”, em comemoração aos 110 anos da Umbanda, realizada na noite desta terça-feira, 11. A mostra, organizada pelo Centro de Umbanda Caboclo Tupy, aconteceu no Centro Cultural de Aracaju (CCA), unidade vinculada à Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju).

A dirigente do Centro de Umbanda Caboclo Tupy, Thais Lima, falou sobre o objetivo da exposição e destacou o quanto o espaço do Centro Cultural é importante. “O objetivo maior é levar o conhecimento. O projeto veio em um momento em que a intolerância está crescendo e enxergamos nisso a oportunidade de levar esse conhecimento para o estado. A parceria com o Centro Cultural de Aracaju foi um grande passo para levar informação, sair de dentro da academia e expandir para o público esse intuito de combater preconceito e desmistificar a religião umbanda” explicou. 

Para Fábio Maurício, também dirigente do Centro de Umbanda  Caboclo Tupy, “são 110 anos de muita resistência, luta, preconceito e, infelizmente, de muito sangue derramado. E hoje poder estar aqui numa casa de cultura falando sobre essa religião é uma honra. É mostrar que a luta continua. Além de luta, são 110 anos de muito amor, caridade e fé na nossa religião, para assim podermos vencer todos os preconceitos e violências. A única coisa que pedimos é que conheçam e nos respeitem. As religiões merecem ser respeitadas” pediu. 

O presidente da Funcaju, Cássio Murilo, também prestigiou a inauguração da exposição e comentou sobre o respeito e a admiração da história de luta dos Umbandista. “A cultura é o lugar da manifestação e da  diversidade, portanto, também é da tolerância, e ainda no momento histórico que comemoramos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e 30 anos da Constituição Brasileira. Também é um momento que vemos na televisão e no nosso cotidiano cenas lamentáveis de discriminação, de ódio, do medo, e essa mostra nos leva a reflexão. Gostaria de saudar a todos  que exercem a sua espiritualidade com ato de resistência cotidiana”.

Com um bom número de visitantes no Centro Cultural já no primeiro dia de exposição, o jovem estudante de história, Igor Cardoso, acredita que a mostra “é importante, pois nesse momento de conservadorismo existe uma visão mais crítica e preconceituosa sobre as religiões de matrizes africanas, em especial a umbanda. Acompanho e estudo a religião por ser estudante de história e gostar muito da temática”.

Repleta de representatividade, a abertura da exposição também contou com a apresentação da cordelista Izabel Nascimento que lançou o cordel ‘A história da Umbanda’. A programação também contou com música apresentada pelos próprios integrantes do Centro de Umbanda Caboclo Tupy. 

A exposição se estende até o dia 5 de janeiro de 2019. O Centro Cultural de Aracaju está aberto de terça a sexta, das 9h às 17h, e aos sábados das 8h30 às 13h. O acesso ao espaço é gratuito.