Projeto da Emef Manoel Bonfim conscientiza estudantes sobre a prática do bullying

Educação
25/01/2019 17h58

Um mês inteiro dedicado às artes e ao respeito ao próximo. Foi assim que a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Manoel Bonfim, no bairro Bugio, desenvolveu o projeto “Elevando a autoestima”, com o objetivo de conscientizar os alunos sobre o bullying. Com peças de teatro, pinturas e literatura, os estudantes realizaram a culminância da atividade na tarde desta sexta-feira, 25.

O projeto foi aplicado no turno da tarde para cerca de 420 alunos, entre 10 e 16 anos. As atividades começaram com a exibição de filmes sobre bullying em todas as salas de aula. “Sabemos que não vamos conseguir acabar com o bullying de um dia para o outro, mas estamos plantando uma semente. Não é somente aqui na escola, essa prática é uma realidade em vários outros lugares e isso faz com que a autoestima das vítimas fique baixa. Decidimos, então, criar este projeto para ajudar essa garotada”, explica a coordenadora pedagógica da Emef, Maria Nivalda dos Santos.

Durante o mês de atividades, diversas oficinas foram criadas e os alunos puderam escolher em qual se inscrever, de acordo com suas afinidades. Samuel Vitório Prado, de 14 anos, participou da ação confeccionando cartazes, que foram expostos na escola. Ele enxerga a realização do projeto como algo bastante positivo na unidade. “Muitas vezes, as pessoas sofrem bullying caladas, sentem medo e vergonha de denunciar aos professores ou aos pais. Eu acho que esse projeto veio para encorajar essas pessoas a não se calarem mais e, àquelas que praticam, aprenderem a ter mais respeito e tratar todos igualmente”, afirma.

Com a adesão de todos os professores e alunos do turno vespertino, o projeto 'Elevando a autoestima' ainda trabalhou com oficinas de confecção de brincos afro, produção textual e produção artística, dança, entre outras. Além das oficinas, os líderes e vice-líderes de cada turma confeccionaram o Estatuto do Bullying, um documento para ser trabalhado na escola e que contém regras de convivência.

A estudante Marina Yasmim Freitas foi uma das autoras do Estatuto, junto a outros 30 colegas. Ela conta que o bullying sofrido quando criança a incentivou a participar ativamente do projeto. “Na última escola em que estudei, mexiam comigo por causa do meu corpo, por eu ser muito magra, me colocavam apelidos, então, saí da escola. Nesse Estatuto, colocamos à necessidade da escola intervir nessas práticas, promover mais reuniões de pais para falar sobre o assunto e incentivar estes a ter uma relação mais aberta com os filhos, para que sintam segurança em falar sobre o que passam”, enfatizou a estudante.

Segundo a coordenadora Maria Nivalda, o Estatuto criado pelos alunos será trabalhado no próximo ano letivo, momento em que o projeto se estenderá para toda a Emef. “Queremos transformar cada aluno em um multiplicador, um agente de combate ao bullying, para eles agirem assim aonde forem. Aqui na escola temos o controle, mas não seguimos o aluno até em casa. Então, é importante que a gente crie neles a noção do respeito, que é a base de todas as relações. Se eles aprenderem esta lição, terão sucesso em tudo que escolherem”, finaliza.