Prefeitura tem melhor resultado de cobertura vacinal nos últimos três anos

Saúde
01/03/2019 13h00

Imunizar a população contra as doenças é um dos principais indicadores da saúde pública. A Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), através da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), adotou várias medidas que deram resultados bastante positivos nos últimos dois anos em relação às campanhas de vacinação e às principais vacinas responsáveis pela imunização de crianças.

No início da atual gestão da PMA, a equipe da Diretoria de Vigilância e Atenção à Saúde (DVAS) fez uma avaliação sobre os dados de 2016 e constatou que era necessário melhorar os indicadores de cobertura vacinal.

"Diagnosticamos a baixa cobertura vacinal naquele momento e nos organizamos para tentar melhorar os índices. Foi muito importante todo o processo de trabalho com ações intersetoriais que a PMA desenvolveu para que o resultado fosse positivo", explicou a diretora da DVAS, Taise Cavalcante.

Cobertura vacinal

Ao nascer, as primeiras vacinas que a pessoa deve tomar são a BCG (Bacilo de Calmette-Guérin), que protege contra a tuberculose e vacina da hepatite B. Em 2016, Aracaju teve uma cobertura vacinal de 85,96% e em 2018 passou para 132,53%, um aumento de 54,17%. A de hepatite B em 2016 teve 86,67% de cobertura, já no ano passado subiu para 151,75%, um acréscimo de 75%.

"Nós temos o Projeto Corujinha com profissionais capacitados na aplicação dessas duas vacinas em recém-nascidos nas duas maternidades públicas de Aracaju, a Santa Isabel e a Nossa Senhora de Lourdes. Todos os bebês que nascem lá, já saem imunizados. Mas disponibilizamos a BCG em 34 unidades básicas de saúde (UBS) da capital", enfatizou a diretora.

O Ministério da Saúde (MS) tem uma pactuação com estados e municípios para imunizar as crianças até um ano de idade com quatro vacinas: Pentavalente, pneumocócica, poliomielite e triviral. A pentavalente imuniza contra difteria, tétano, coqueluche, influenza B e hepatite B, em 2016 a cobertura vacinal em Aracaju foi de 64,34% e em 2018 foi de 72,08%. A pneumocócica é contra a pneumonia, meningite e sepse (2016: 71,89% e 2018: 80,94). A vacina da poliomielite imuniza contra a paralisia infantil (2016: 61,85% e 2018: 71,48). E a triviral serve contra sarampo, rubéola e caxumba (2016: 74,73% e 2018: 79,86%).

Importância

As duas campanhas de vacinação do ano passado foram contra a gripe e o sarampo, junto com a poliomielite. A meta da cobertura vacinal da gripe era de 90% e o município conseguiu ultrapassar chegando a 93,15%. A campanha do sarampo e da pólio tinha como meta imunizar 95% do público alvo e a capital sergipana alcançou 99,89% contra o sarampo e 99,81% contra a pólio.

Taise alertou que é importante mostrar para a sociedade o aumento das coberturas vacinais, porque a Saúde está tentando proteger a população para evitar que doenças, antes erradicadas não entrem na forma de surtos ou epidemias. "É essencial nós termos o nível de cobertura vacinal acima de 95% para que tenhamos certeza de uma proteção maior para a comunidade.

Para a diretora, é importante, também, avaliar que há cinco anos, pelo menos, existe uma queda de cobertura vacinal no Brasil e no mundo, através de políticas de grupos que não defendem a vacina. "Aliados a outros problemas ligados a processos de trabalho e também a questão dos pais que não levam seus filhos, pelo fato de ele ser protegido e não viu estas doenças na adolescência e na fase adulta, não entenderem a importância da proteção dos seus filhos em relação à vacinação.  Enfim, tudo isso são questões que precisam ser analisadas e avaliadas, pois estamos vendo o retorno do sarampo no Brasil, em algumas cidades pelo fato de a população não estar protegida. Então, a chegada de qualquer vírus novo em uma comunidade que não tem a proteção vai ser desenvolvida a doença. Por isso é importante vacinar", argumentou.

Ações

A coordenadora do Programa Municipal de Imunizações e Doenças Imunopreveníveis, Ilziney Simões, destaca que o aumento das coberturas vacinais em Aracaju foi graças às ações realizadas como capacitações, estratégias adotadas e a parceria do Programa Saúde na Escola (PSE). "Ir às escolas fazer a vacinação e não só esperar que os pais levem os filhos. Além de vacinar, também foram regularizados os cartões vacinais das crianças", disse.

Outro ponto importante foi a utilização do carro itinerante. "Pegamos o carro do Programa Consultório na Rua, disponibilizamos em locais mais distantes das UBS e em pontos como praças, para fazer a vacinação e ajudar as unidades que têm uma procura elevada. No primeiro momento foi na campanha da gripe", frisou Taise.

No primeiro semestre houve também treinamento do sistema SIPNI-WEB para profissionais do Hospital de Pequeno Porte Fernando Franco e do Projeto Corujinha, que é o único do país; capacitação sobre imunização para enfermeiros e auxiliares de enfermagem das Redes de Atenção Básica (Reap) e da Urgência e Emergência (Reue); treinamento de aplicação correta da vacina de BCG para profissionais dos 34 UBS que disponibilizam o imunoprevenível.

"No segundo semestre fomos surpreendidos com os três casos de sarampo na capital e foi exigido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) o plano de contingência do sarampo, a partir daí desenvolvemos várias ações de vigilância como a realização de imunização de grupos de trabalhadores como no aeroporto e na rodoviária. Estabelecemos parcerias com instituições de ensino e os estudantes nos ajudaram. Ampliamos o horário das UBS para fazer o bloqueio dos contatos dos casos de sarampo. Enfim, o resultado positivo foi em virtude de uma soma de esforços", concluiu Ilziney.