Escola de Governo discute e repensa o lugar da mulher na sociedade

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14/03/2019 20h58

Dialogar sobre temas como igualdade de gênero, assédio sexual, feminismo, entre outros assuntos correlatos. Este foi o objetivo da roda de conversa que aconteceu nesta quinta-feira, 14, na Escola de Governo e Administração Pública de Aracaju (Esgap). O evento, que também teve a exibição do documentário 'Repense o Elogio', fez parte das celebrações alusivas ao dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher.

A iniciativa do encontro partiu da Coordenadoria Psicossocial da Escola, que percebeu a necessidade de desmitificar certas construções sociais e de colocar em pauta assuntos como, por exemplo, o feminicídio. “Muita gente tem o preconceito cultural de dizer que o papel do homem é razão e da mulher é emoção, e na verdade não é isso. Todos são iguais, independente da ocupação”, ressaltou a coordenadora psicossocial, Ana Dalva Trindade.

Roda de Conversa

Quem esteve à frente da roda de conversa foi a psicóloga, Fernanda Carvalho, que salientou a importância da desconstrução no sentido de diferenciar o elogio do encorajamento. “O elogio limita, se você é inteligente, você não pode fugir disso. Já o encorajamento foca na ação, no que você faz ou pode fazer, na sua capacidade", explicou.

Durante o evento, servidores de diversos órgãos da Prefeitura de Aracaju deram contribuições pessoais. A servidora Laudiane Santos, por exemplo, falou que aprendeu sobre feminismo e desconstrução, por meio da experiência da filha. “Para contrariar essa cultura da menina delicada e do que é ser princesa, minha filha resolveu ser engenheira, em uma sala onde existem apenas três mulheres", relatou, destacando o incentivo recebido pela sua filha à causa.

O documentário

A produção exibida, que é dirigida por Estela Renner, é uma campanha que traz relatos de como as mulheres são tratadas desde cedo pela sociedade, como 'princesas, delicadas e sensíveis', e de que forma essas palavras incentivam o entendimento de quem elas são. "O intuito do documentário foi expandir o elogio as mulheres, mostrando que elas também são heroínas, fortes e poderosas. Além disso, traz a perspectiva de que os meninos podem expressar seus sentimentos e assumir tarefas domésticas", disse a Ana Dalva.

Participação

A presença masculina também teve lugar na roda de conversa. Em sua fala, o guarda municipal, Leandro Martins, discursou sobre a possibilidade de que homem não pode ser sensível, e sobre como muitas instituições ainda preconizam a cultura do machismo.

O encontro também contou com a participação de servidores da Secretaria da Educação (Semed); de Governo (Segov); da Defesa Social e Cidadania (Semdec); do Meio Ambiente (Sema); da Assistência Social (Semfas), além da Guarda Municipal (GM) e Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat).

Interação

O debate foi finalizado com uma ação. Os participantes foram desafiados a repensarem sobre a forma como se viam, a repensarem o próprio elogio. Em pequenas folhas adesivas todos escreveram palavras de pertencimento como: guerreira, competente, vencedora, inteligente e esperta, junto da hashtag #repenseoelogioagora, o que dinamizou toda a crítica em volta do assunto.