Prefeitura de Aracaju oferece assistência humanizada a pessoas com Síndrome de Down

Agência Aracaju de Notícias
21/03/2019 09h40

Nem precisa dizer que sobra afeto no Centro Especializado em Reabilitação (CER II), localizado no bairro Siqueira Campos. Basta olhar o sorriso da fonoaudióloga Ana Alice Pinheiro. Ela trabalha no equipamento há 13 anos e demonstra carinho pelos pacientes. "Se não houver amor, a gente não faz nada nessa vida. Tem que estar inserido todo carinho, atenção e orientação aos pais. A afetividade é um dos caminhos para aprendizagem e se você tem esse laço com o paciente ele vai ter um prognóstico melhor", destacou.  

Esse carinho é valorizado pelos pais dos pacientes. A dona de casa Maria Ilma Chagas Vieira fica radiante quando vê a empolgação da filha ao perceber que é dia de terapia. "Ela fica animada quando eu começo a arrumar a bolsa, pois já sabe que vai para o CER. É maravilhoso poder contar com esses profissionais, pois eles são cuidadosos. Essa atenção não tem preço", colocou a mãe de Ayla Cecília Chagas Vieira, de quatro anos de idade.

Quem também é atendida no CER II, mantido pela Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal da Saúde, é Darlyn Andrade Nascimento, de seis anos de idade. A mãe conta como foi ao descobrir a deficiência da filha. "Eu fiquei assustada na maternidade quando soube que ela tinha Síndrome de Down. No início, foi muito difícil para eu me adaptar, mas com amor, encontrei forças para ajudar a minha filha", contou a dona de casa Adilma Nascimento dos Santos.

Darlyn é um dos 30 pacientes com Síndrome de Down em atendimento no CER II. Ela começou a frequentar o espaço, com um mês de nascida. "Primeiro, ela começou a fazer fisioterapia e depois com sete meses incluiu no cronograma as sessões de fonoaudiologia. Como a mãe procurou atendimento para a criança cedo, a evolução tem sido bastante positiva. Darlyn é muito esperta, interage bastante e tem um vocabulário excelente para a idade dela. Com a interação entre as terapias, a gente consegue ter um ganho significativo", afirmou a fonoaudióloga Fabíola Andréa Andrade dos Santos.

Acompanhamento

Além do CER II, o tratamento continuado é ofertado no Centro de Integração Raio de Sol (Ciras), localizado no bairro Santa Maria.  O paciente recebe acompanhamento multidisciplinar, não apenas os que têm síndrome de down, mas também os apresentam outras deficiências. "Temos na equipe médicos, terapeuta ocupacional, enfermeiros, fonoaudióloga, assistente social e psicólogo. É importante destacar que o acesso ao tratamento é feito mediante encaminhamento do médico", explicou a coordenadora do CER Sony Petris.  

Além do acompanhamento com profissionais da saúde, os pacientes participam de atividades fora do Centro de Reabilitação. Na sexta-feira, 22, será feito um trabalho diferente, na sala de cinema do Centro Cultural de Aracaju, situado na Praça General Valadão. "Essa ação é uma forma de celebrarmos também o Dia Internacional da Síndrome de Down, lembrado no dia 21 de março. Todos os nossos pacientes vão poder participar. A ideia é que os familiares também estejam conosco. Vamos viabilizar transporte para quem faz o tratamento na sexta-feira, 22. Os demais, nós estamos estimulando a fazer o uso do transporte coletivo", acrescentou a coordenadora.

Transformação

O tratamento oferecido na Rede busca a reabilitação física e intelectual, com o objetivo de desenvolver habilidades, além de trabalhar a questão da autoestima, principalmente nas crianças.  Guilherme Torres, de apenas um ano e dois meses, vai ao CER duas vezes na semana. A missão de levá-lo, na maioria das vezes, é da vovó Maria do Amparo da Silva. Ela sai do bairro Suíssa com destino ao Siqueira Campos satisfeita por contribuir com o tratamento do neto. "Foi um pouco triste quando descobrimos a síndrome, pois não esperávamos. Ficamos apreensivos, mas nós percebemos que Deus quis assim. O meu netinho é muito carinhoso e amado por todos da família", relatou emocionada.

A coordenadora aproveitou e destacou a importância de promover ações mais inclusivas e de despertar na sociedade uma mudança no olhar. "Nosso papel é apoiar e fazer a sociedade entender que as pessoas são diferentes, mas isso não significa que elas não sejam capazes de usufruir da vida. Cada um tem suas dificuldades, até porque todos nós temos. A pessoa com deficiência também vai ter. Eu não estou dizendo que tudo é lindo e maravilhoso, mas se a gente der a possibilidade e abrir espaço, as pessoas vão poder ir muito mais além, pois quem dá o limite somos nós", ressaltou.