Exposição 13 Noites com Antônio é símbolo de fé e de reafirmação das tradições para sergipanos

Agência Aracaju de Notícias
08/06/2019 09h15

Manifestações de fé, tradições e cultura são aspectos que podem ser observados na 5ª edição da exposição 13 Noites com Antônio, promovida pela Prefeitura Municipal de Aracaju, através de uma parceria entre a Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju) e o Departamento de Artes Visuais da Universidade Federal de Sergipe (UFS). A iniciativa tem como um dos principais objetivos reavivar as tradições e perpetuar a cultura de devoção a Santo Antônio, que não por acaso dá nome ao bairro onde surgiu a cidade de Aracaju.

Batizado de Fernando Bulhões, Santo Antônio era um frade franciscano, nascido no ano de 1195, em Portugal, mas viveu durante a maior parte de sua vida em Pádua, na Itália. Além da fama de santo casamenteiro, o mesmo também é o santo das coisas perdidas. Suas ações foram tão reconhecidas que, onze meses após sua morte, em 13 de junho de 1231, ele foi beatificado e canonizado. Na exposição, que ficará aberta até o final de junho, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, e aos sábados, de 9h às 13h, estão sendo exibidos vários altares, cada um com um estilo artístico.

A devota Maria Odete Lima, de 60 anos, se surpreendeu ao entrar no Centro Cultural de Aracaju e presenciar uma exposição dedicada aquele que, segundo a mesma, é o seu padrinho. De acordo com dona Odete, antigamente as famílias tinham o costume de dar aos filhos um santo como padrinho e foi justamente Santo Antônio o escolhido por sua mãe. “Eu passei por aqui e tive curiosidade, aí quando nós entramos foi que eu vi esses altares. Essa é a primeira vez que eu vejo a exposição e achei bem criativo. Vendo coisas como essa percebemos que a tradição vai se mantendo e que há um interesse em mantê-la. Eu acho importante porque os que não têm o costume de viver essa cultura, podem ter contato de uma maneira criativa . Até mesmo se o turista vem aqui, verá que nós como sergipanos honramos nossas tradições”, diz.  

O motorista Paulo Feitosa, de 56 anos, vê na exposição uma forma de manifestação de fé. Para ele, é muito importante que exemplos como o do santo sejam valorizados dentro da cultura local. “Santo Antônio é um homem de fé, que deu exemplo para nós, cristãos. Eu sou motorista de ônibus, passo com frequência em frente ao Centro Cultural, e sempre tive curiosidade de entrar. A exposição está de parabéns, temos que valorizar esse tipo de manifestação cultural”, congratula.

O membro do Sindicato dos Radialistas, um dos grupos responsáveis por um dos treze altares expostos, Fernando Cabral, conta que essa iniciativa é um resgate das antigas tradições locais. “Essa é uma exposição que resgata a cultura de Sergipe, a tradição da devoção a Santo Antônio, que é o santo que dá nome ao bairro onde surgiu a cidade de Aracaju, e naquele bairro as famílias tinham a tradição de, no período junino, montarem altares para fazer essa celebração. Essa exposição vem resgatar o lado cultural da fé cristã em Santo Antônio”, explica o radialista.

A estudante de jornalismo Fernanda Santero, de 23 anos, concorda que esse tipo de iniciativa é muito importante para reafirmar a cultura local, além de mostrar a manifestação da fé por meio da arte. “Esse tipo de programação e iniciativa que a Prefeitura tem ajuda a manter acesa não só a fé, mas também as tradições que passam de geração em geração e isso ajuda a mostrar a importância da cultura do nosso estado. Trabalhar a questão do Santo com a diversidade que cada artista trouxe uma proposta muito boa, pois mostra que Sergipe é diverso, que tem uma cultura forte e que promove eventos para manter as tradições”, ressalta.

Trezenário

Além da exposição, começou no dia 1º e vai até o dia 13 de junho, o Trezenário de Santo Antônio. As novenas acontecem a partir das 19h e, como forma de demonstrar essa riqueza e diversidade, em cada dia do trezenário, a celebração ocorre em um altar diferente.