Funcaju compõe programação e participa da II Semana Municipal do hip hop e Dia Municipal do Reggae

Cultura
30/07/2019 10h09

Em meio a homenagens, som ritmado e muita poesia, foi aberta, na noite desta segunda-feira, 29, a II Semana Municipal do Hip Hop e o Dia Municipal do Reggae. O evento é uma realização da Nação Hip Hop Brasil, Casa das Áfricas e Coart, em parceria com a Prefeitura de Aracaju, por meio da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju). O objetivo é estabelecer contatos mais próximos com as comunidades periféricas da capital, bem como dar visibilidade a expressividade aos jovens que, por meio da arte e da cultura, reforçam a atividade cidadã.

A comenda que abriu a Semana homenageou figuras importantes da cena cultural aracajuana e do movimento hip hop. Dentre os homenageados estava o presidente da Funcaju, Cássio Murilo, e representantes da cultura periférica da cidade, como MC Smarf,  Hot Black, Mano Sinho, Iza Negratcha, Danny MC, Luis César, Arianne Passos, DJ Preto JB, Verônica Paiva, Yala RV, Manu Cain, Dalvan Dext, Tia Kathia, Karla Trindade, Tiago Sitineta, Marcos Alvará, e Bettencourt.

Representando a Prefeitura, Cássio Murilo destacou que a união com a cultura hip hop surge à medida que se constrói espaços de democratização e acesso à sociedade a algo tão valioso e que constitui a sergipanidade. “Fizemos essa parceria seguindo o valor e princípio dessa gestão do prefeito Edvaldo Nogueira, que é transformar Aracaju em uma cidade mais humana. Isso só pode se concretizar com o reconhecimento e o empoderamento de uma agenda que é composta pela arte e a cultura de periferia. Então, analisamos isso como algo importante, pois à medida que tiramos da invisibilidade esse movimento, possibilitamos à sociedade aracajuana enxergar que existe essa produção cultural”, avaliou.

O rapper e apresentador Anderson Passos, conhecido com Hot Black, afirmou que a ideia era somente divertir e não tornar o movimento em uma política pública. Mas, com o passar dos anos os questionamentos começaram a surgir e, com isso, veio o projeto previsto em lei que criou a Semana Municipal do Hip Hop. “Daí percebemos a união da cultura de periferia junto aos movimentos estudantis, radicais e as políticas públicas, e passamos a compreender a importância desse caldo de ações. É uma responsabilidade e também uma grande satisfação, pois faço parte dessa cultura há cerca de duas décadas, bem como um símbolo de respeito”, afirmou.

Nesta edição, a II Semana do Hip Hop e Dia Municipal do Reggae busca cruzar públicos e, principalmente, avançar para além de seus espaços específicos, intitulados como as áreas periféricas, e ser ferramenta de transformação social. O grafiteiro Dalvan Dext se identifica como um desses perfis de mudança. “Há dez estou no grafite, um dos elementos do hip hop, e realmente posso dizer que me encontrei. Esse movimento abriu portas para minha vida, onde sem nenhuma perspectiva de formação, conheci os movimentos sociais e passei  a ter uma visão política. Entrei na faculdade, sou grafiteiro, oficineiro, tatuador, ou seja, atualmente tenho a oportunidade de passar 24 horas do meu dia vivendo arte”, contou.  

Há 20 anos no movimento musical hip hop, a presidente estadual da Frente Nacional das Mulheres do Hip Hop Iza Negratcha MC é uma referência feminina e relatou suas expectativas para toda a semana exclusivamente dedicada a esta cultura. “Eu tento viver o máximo disso tudo aqui. Até porque ainda é um movimento pouco constituído por mulheres, mas a quantidade delas hoje aqui me surpreendeu e me sinto bastante lisonjeada. Esse projeto se mostra como símbolo de fortalecimento do nosso movimento”, opinou.